Happily Ever After

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Elena não conseguia sair do quarto dos bebês. Ela sabia que tudo estava bem, que quando um dos bebês chorasse era pelo simples fato de que eles estavam com fome, com cólica, com a fralda cheia ou qualquer outra coisa que bebês tinham. Tudo que Elena fazia era ser forte. Ela precisava deixar tudo que havia acontecido há dois meses para trás.

Erik e Gregor estavam bem. Eles foram submetidos à todos os tipos possíveis de exames e tudo indicava que eles eram crianças 100% saudáveis. Elena não tinha o que se preocupar.

Mas ainda assim, quando as coisas estavam quietas demais em casa, ela ia para o quarto dos gêmeos apenas apreciar o sono tranquilo deles e convencer a si mesma que tudo estava bem.

Geralmente ela ficava com eles até algum deles chorar e ela ter que repetir algumas das providências para que o bebê voltasse a dormir. Então ela voltava para o seu quarto e só então Sven dava falta dela.

Sven não gostava quando Elena acordava sozinha para cuidar dos gêmeos. Geralmente ele levantava junto dela e cada um cuidava de um. Eram uma dupla e pretendiam cuidar deles assim.

Mas Sven estava sentindo que Elena estava se distanciando dele aos poucos. Já tinha algum tempo que eles não transavam, mal conversavam durante o jantar e quando Sven propunha algum passeio a dois já tendo combinado com Lars e Sofie para ficar de babá dos pequenos, Elena inventava alguma desculpa.

Ele achava que quando os filhos nascessem os dois ficariam ainda mais próximos. Porém isso não estava acontecendo e ele não fazia a mínima ideia de como mudar isso.

Se lembrava do sorriso daquela Elena que havia conhecido no bar quatro anos antes. Lembrava de todas as coisas que ela havia aprontado com ele, sempre o tirando da sua zona de conforto. Mas aquela Elena que estava ali ao seu lado não parecia a mesma mulher.

Todo mundo dizia que ele precisava ter paciência. Que o que ela havia passado durante a gravidez e o parto realmente mudava uma mulher. Mas Sven conhecia Elena melhor do que todas essas pessoas estranhas que gostavam de opinar sobre a vida alheia. E ele sabia que o que tinha de errado não era a respeito da gravidez, ou a chamada depressão pós-parto. Elena precisava se reencontrar.

Filhos nunca esteve em seu planejamento de vida. Elena era o tipo de mulher que planejava ter uma profissão, chegar ao topo com essa profissão e ser feliz assim. Claro que amigos e família também era importante para ela, e Sven havia sido um dos pontos principais da vida de Elena quando ela nem sequer imaginava que ele iria chegar.

Durante quatro anos havia sido apenas os dois. Um equilíbrio entre a paz e o furacão. Dois lados e uma mesma moeda que se completavam. Isso era Elena e Sven. Mas, de repente, mais dois elementos fora adicionados à vida dos dois.

Por todos os 7 meses e meio da gravidez, Elena repetia que eles dariam conta disso. Havia chegado a hora de formar uma família. E no fundo, ela sabia que também sonhava com isso. Era fácil para ela dizer que não queria filhos. Com apenas a sua profissão, Elena tinha controle. Ela sabia quais números precisava colocar em qual equação para que tudo funcionasse.

Mas não é possível programar um ser humano. A imprevisibilidade era tão grande que Elena havia vivido ela. Pela ciência, uma gravidez dura 9 meses. Então porque a dela havia durado sete? Por que ela não havia sido capaz de segurar os filhos por mais dois meses?

Ela não queria se sentir culpada. Dizia a si mesma todos os dias que os dois estavam bem. Ela estava bem. No final, apenas isso importava. Mas Elena não conseguia perceber que estava expulsando Sven de sua vida.  A única pessoa que havia sido capaz de fazê-la querer mudar todo um planejamento de anos. O cara que sempre estivera ao seu lado, não importando qual era a dificuldade.

Meine | Sven BenderOnde histórias criam vida. Descubra agora