Nightmare

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Eram 3 da manhã quando Elena deu um chute na costela de Sven. Ele acordou assustado tentando entender o que estava acontecendo e então viu a esposa de debulhando em lágrimas.

- Tem algo errado com os meninos.

Sven não pensou muito e, se perguntassem para ele mais tarde como chegou no hospital, ele não fazia ideia. Mas ele havia feito uma mochila para Elena e os bebês, somente o necessário e nada que demorasse demais. Provavelmente alguns pares de roupa não estariam combinando, mas nada disso tinha importância naquele momento.

Por sorte, ao chegar no hospital, quem estava de plantão era a própria médica de Elena. Ela sabia de todos os problemas que haviam acontecido nos sete meses de meio de gestação e não havia tido necessidade de encher Sven de perguntas enquanto ele estava mais preocupado com a esposa se contorcendo de dor e a falta de informações sobre os filhos.

- Sven, nós vamos precisar fazer uma cesária de emergência. É uma cirurgia de risco e peço que você espere na recepção.

Ele apenas assentiu. Não teve coragem de contestar a doutora de cabelos escuros e olhos claros que tentava lhe ajudar. Não tinha importância que iria perder o nascimento dos filhos, ele estava mais preocupado em ter a mulher e as crianças vivas ao seu lado. E esperava que os médicos fizessem tudo que fosse necessário.

Sven sentou em uma das cadeiras de plástico da recepção e deixou que as lágrimas saíssem sem nenhum controle. Ainda era de madrugada e não tinha mais ninguém ali. Ele estava sozinha em uma sala vazia de hospital. Uma das funcionárias veio ligar a televisão. A moça com o uniforme azul claro não fazia ideia do porquê ele estava ali, mas achou que um pouco de barulho fosse ajudar.

Sven começou a ligar para Lars. Como sempre, o irmão era a primeira pessoa a quem ele iria procurar quando estava em apuros. Era seu porto seguro e sempre quem tinha a piada pronta para o fazer sorrir.

Lars não atendeu na primeira ligação. Eram apenas 4:30 da manhã e o irmão deveria estar dormindo. Às 5 ele ligou mais duas vezes, sem sucesso. Sven estava ficando desolado sem nenhuma notícia. Tinha algo de errado, Elena já estava na sala de cirurgia há horas.

Na quarta vez que Sven apertou o botão de chamar, já eram 6 da manhã. O sol começava a nascer em Dortmund. Daquela vez, Lars Bender atendeu. Os dois não trocaram mais que algumas palavras.

Sven sabia que demoraria algum tempo até que Lars dirigisse que Leverkusen a Dortmund. Mas valeria a pena esperar. Ele não estava sozinho.

Na televisão à sua frente uma moça ensinava como fazer uma receita diferente. Sven não fazia ideia do que era aquilo ou sequer se a mulher falava em alemão.

Ele se levantou da cadeira incapaz de ficar sentado por muito mais tempo. Rodou pelo menos umas dez vezes a pequena sala de espera. Tentou olhar pela janela da porta que dava para o corredor das salas de cirurgia. Em alguma daquelas salas estava a Elena Wolf-Bender. E Sven só podia rezar para que a esposa ficasse bem.

O que lhe consolava na falta de notícias, era saber que era melhor não ter notícias do que saber que algo de errado estava acontecendo.

Ele voltou a se sentar quando o jornal da manhã começou. Mas mais uma vez, prestar atenção não era uma opção.

Lars chegou e Sven só se deu conta da presença do irmão quando o abraçou. Ele não estava sozinho. Ele nunca esteve. Se tinha algo que Sven Bender tinha era uma família que sempre o apoiou.

Ele e Elena nunca estiveram sozinhos em nenhum momento de toda a difícil caminhada que foi esta gravidez. E eles sempre souberam que de uma hora para outra poderia complicar ainda mais. Mas isso não significava que eles estavam preparados para isso.

Meine | Sven BenderOnde histórias criam vida. Descubra agora