Capítulo 20

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BPOV

Eu nunca pensei que pudesse ver uma cena que transmite tanta ternura como a que estou presenciando agora, Edward, meu Edward está ajudando nossa filha a tirar o biquíni depois de longas brincadeiras na piscina da nossa casa. Para muitos pode parecer uma cena simples do dia a dia, mas para mim que por pouco não perdi a chance de ver minha tão esperada Aurora crescer, de ver seus tão belos olhos tão parecidos com os meus, ou os belos cabelos cobres iguais os do pai. Não gosto de me lembrar de como os meus pais quase me tiraram isso, minha filha e o amor da minha vida, mas às vezes é inevitável.

#Flashback#

Eu nunca falei para ninguém, mas até os meus 15 anos eu tinha muito medo do escuro. A escuridão te engana, você passa ver coisas que não existem, como por exemplo, aquela cadeira do quarto cheia de roupas que de repente vira um monstro terrível.

Neste momento eu não estou vendo nada na tão terrível escuridão, mas estou escutando. Depois de não sei quanto tempo nesse quarto escuro, sem entender o que aconteceu comigo, se Aurora está bem e onde está Edward, finalmente eu consigo escutar alguma coisa, mas infelizmente o que escuto me corrói de medo, tristeza e raiva.

- Olá. - O primeiro som que chega aos meus ouvidos é a doce voz de Edward. Deus como estou feliz de poder escutar ele.

- O que você está fazendo aqui? - O que minha mãe está fazendo aqui? E sendo tão grossa com Edward?

- Vim trazer Aurora para ver a mãe. - Oh meu deus. Minha bebê está aqui, isso quer dizer que pelo menos ela está bem.

- Eu não acho que isso faria bem para a criança senhor, você não vai querer que ela veja a mãe deixar esse mundo. - Uma voz desconhecida fala. Como assim me ver deixar esse mundo? O que está acontecendo comigo? Tento-me mexer, mas é como se um elefante estivesse sentado encima de mim e não me deixasse mexer nenhum músculo.

- O que? Como assim? - É parece que nem ele sabe o que está acontecendo.

- Os médicos disseram que já era hora de desligar as máquinas. - A voz do meu pai fala e eu não entendo. Máquina?

- Mas as máquinas mantêm ela viva. - A voz indignada de Edward ressona em meus ouvidos e eu finalmente entendendo. Aconteceu alguma coisa naquele carro e o que está me mantendo neste mundo com quem eu amo são as malditas, quer dizer, benditas máquinas.

- Nós sabemos. - Como minha mãe pode falar com tamanha frieza de alguma coisa que está me mantendo viva? Como eles podem querer desliga-las?

- Vocês iam simplesmente desligar as máquinas e tirar a Bella de mim e da minha filha sem fala nada comigo? - Eu entendo a indignação de Edward. Como eles podem decidir tirar a minha chance de ver minha filha e o pai dela? Me tirarem a chance de ter uma vida com eles?

- Olha garoto você não é nem noivo da minha filha e ela nem conheceu a criança então para de dar pit - Esse homem não se parece nada com meu tão amado pai.

Escuto como se alguém estiver mexendo em alguma coisa ao meu lado e percebo que é provavelmente o médico desligando as máquinas.

Me desespero e tento me mexer de novo, mas o elefante inviável continua encima de mim e para piorar uma sensação de falta de ar toma conta de mim. Você sabe aquela sensação que dá quando alguém fala que você está em respiração automática? Se não sabe só posso dizer que é deveras desconfortável. Tento respirar direito, mas não consigo. Uma lágrima escorre por meu rosto junto com um suspiro. Tento me acalmar e relaxar. Aos poucos percebo que o elefante sai de cima de mim e que posso me mexer de novo. A sensação de falta de ar vai embora e eu abro os meus olhos.

Uma luz branca chegante me faz fecha-los de novo, mas logo abro e me acostumo. Olho ao redor e vejo os meus pais saindo pela porta junto com o médico, que por sinal deve ser péssimo porque não percebeu que meu coração não parou de bater. Olho para o Edward e o vejo abraçando um pequeno embrulho como se a estivesse protegendo do mundo.

- E-dw-ard - Tento chama-lo, mas sai muito baixo e ele não me escuta. - Edward. - Falo mais alto e ele parece finalmente escutar. Ele levanta a cabeça rápido e olha para mim. Seu rosto está banhado por lágrimas.

- Bella. Oh deus Bella... - Ele caminha até mim rápido e se senta na cama.

- Água... - Solto um sussurro rouco.

- Oh claro. - Ele pega um copo que está ao lado da cama e enche com a água que tem em uma jarra ali.

Ele me ajuda a tomar e quando estou satisfeita ele para. Olho para o pacote em seus braços e ele virá o seu rostinho para mim.

- Bella essa é Aurora. Aurora essa é sua mãe. - Ele fala e me entrega ela. Deus como ela é linda, parece uma bonequinha. Franzo o rosto. Ela parece tão grande.

- Quanto tempo eu fiquei fora do ar? - Pergunto e ele me olha meio triste

- Três meses. - Ofego alto e ele me olha preocupado. - Está tudo bem. Agora você está comigo.  Deus eu tive tanto medo de te perder. Ele me dá um beijo cheio de amor e eu retribuo com a mesma intensidade. Ele se separa de mim ofegante.

- Caralho eu me esqueci de chamar o médico. - Ele se levanta e sai do quarto. Quando volta estão só com o médico.

- Deus isso é um milagre. - Ele fala e tira minha filha dos meus braços e dá para o pai.

Ele começa a me examinar e depois de um tempo decide que estou bem. Ele sai para marcar o exame mais detalhado e Edward se aproxima.

- Onde estão meus pais? - Pergunto mesmo já suspeitando.

- Umm... Eles... eles tiveram que dar uma saída. - Ele tenta suavizar, mas eu sei que não é verdade.

- Eu ainda não posso acreditar que eles decidiram por me ver morrer. - Falo magoada pela atitude deles.

- Como você sabe disso? - Ele pergunta meio confuso.

- Porque eu escutei. Eu não quero ver eles nunca mais. - Falo e uma lágrima cai. Ele se aproxima de mim e coloca Aurora em meu colo e me abraça.

- Isso não importa. O que importa de verdade somos nós. Eu, você, Aurora, os outros filhos que ainda vamos ter e Lorde e Lady, essa é nossa família. - Ele fala me apertando e dando um beijo em minha cabeça.

- Para sempre irei te amar. - Sussurro para ele.

- Para sempre irei te amar, minha inesperada geek. - Ele me beija e eu me convenço que será para sempre.

#Fim do Flashback#

A vida para mim é boa, tenho uma filha linda e amada, um marido perfeito, um cachorro e uma gata que se amam e amigos idiotas, mas que eu amo.

Não tenho mais os meus pais, já que pedi para Edward não os deixar chegarem perto de mim e não sei o que ele e Rose fizeram, mas eles nunca me procuram e nem eu a eles.

- Bella? - Meu marido gostoso e perfeito me chama e eu caminho até eles.

- Oi meu gostoso e minha gostosa. - Falo chegando e logo fazendo casquinha. Dou um beijo na barriga de Aurora, que agora está com 3 anos, fazendo barulho e ela dá uma risada gostosa.

- Pala mamãe. - Sua voz infantil é tão gostosa de ouvir, com suas palavras de letras trocadas.

- Ela quer te pedir uma coisa, amor. - Ele sussurra em meu ouvido e eu me arrepio.

- Mamãe posso toma solvelte? - Ela me pergunta e eu não resisto.

- Umm me deixa ver... Mas é claro que pode. Mas só se o meu for de morango. - Falo rindo e a pego no colo bem rápido e faço barulho em sua barriga e ela cai na risada.

- Mamãe bobinha, é lógico que é molhago. - Minha menina esperta.

Saio andando para dentro de casa com Edward me abraçando de lado e o fruto do nosso amor em meus braços.

Como eu disse antes, a vida é boa.

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⏰ Última atualização: Dec 30, 2016 ⏰

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