Capítulo 16

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*Desculpem não postar esses dias, não consegui. Estava trabalhando até tarde. 



Cairon

- É meu amigo foi como você disse mesmo. Ela é muito bonita, só não me disse que era negra. Mas de qualquer forma, é uma negra linda sua amiga, já que não quer que a chame de sua amante.

- É por que ela não é minha amante. Quanto a ser negra ou branca, não mencionei porque para mim, é irrelevante. Até porque só nos beijamos até ontem. - Conversava com o Murilo indo a um evento onde estariam reunidas várias autoridades e eu era um dos convidados, como dizem "ilustres". – E não sei se você se lembra, ontem, antes de vê-la eu já estava praticamente divorciado.

- Então irá assumí-la como namorada? – Ainda era cedo para qualquer passo. Estava saíndo de um relacionamento confuso e longo, e não queria que ela me amasse apenas por gratidão. Dessa vez eu não queria amar sozinho.

- Ainda não sei. Cuida da sua vida. - Ele se calou e eu perguntei como ela estava vestida. Sabendo que eu não acreditaria brincou comigo.

- Abriu a porta só de calcinha e sutiã, mas não olhei nenhum um minuto. Só o porteiro.

- Engraçadinho. Não sou ciumento. - Ele sorriu.

- Quero ver até quando, depois que os homens descobrirem a beldade que está escondida ali.

O evento estava muito animado, mas não via a hora de ir embora do local e encontrar com minha... Não tinha mais por que chama-la de sem teto.

- Olha se não é o nosso Juiz preferido.

- Doutora Ana Luiza. – Apertei a mão que ela me estendia. - Mal chegou a cidade e está badalando pelos eventos. – Tentei ser cordial.

- Isso se chama política de boa vizinhança. - Ela se apoiou em meu braço. E começou a dizer que para lidar com o meio em que trabalha precisava de bastante aliados para que a lei fosse cumprida como pretendia. E que a divulgação da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher era muito importante para que as mulheres tivessem conhecimento da existência de seus direitos.

- Com certeza. Agora se não se importa. - Olhei para meu braço onde ela ainda se apoiava.

- Vai dizer que já está comprometido? Ontem que ficamos sabendo que estava disponível. Ou irá dizer-me que deixou a esposa por causa de outra? Existe mesmo uma amante?

- Acredita em fofoca de jornal doutora? – Como ela permanecia em silêncio, com se esperasse minha resposta, eu a dei. - Nem um nem outro. E se me der licença, preciso ir. - Sai do evento três horas depois.

Passei em um supermercado com o Murilo do meu lado, enquanto os agentes da federal aguardavam do lado de fora. Estávamos vivendo um tempo de ameaças e ele estava muito preocupado embora eu não estivesse tanto. Peguei vinho e alguns frios.

- Camisinha? - claro e alguns objetos pessoais para deixar lá.

- Posso ter liberdade de fazer minhas compras? – Ele não tirou os pés do lugar.

- É muito estranho. – Não ficaria ali discutinho minha vida intima com o Murilo. Também peguei umas flores e coloquei na cexta sobre o olhar curioso do meu amigo. Ainda peguei chocolates.

- Há muito tempo não namoro, mas sei que mulheres gostam disso. – Ele sacudiu a cabeça concordando.

- Alguma notícia sobre o atirador?

A Amante do Juiz! (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora