Estava tudo escuro, com barulho de musica alta, abri o olho devagar, pois a luz do sol incomodava.Quando abri por completo os olhos vi que eu estava deitada em uma cama em um quarto que eu nunca estive em minha vida!!!
Eu estava com braço enfaixado e pernas também, minhas costas doía, minha cabeça parecia explodir de dor e essa música que vinha de fora não ajudava muito.
Parecia um quarto de menino, era grande, até arrumado. Mas onde é que estou realmente???
Olhei para o lado e tinha um relógio na escrivaninha que marcava 13:57 do dia 18/05... Como assim?????
Último dia que eu vi era 30 de abril, o dia que fui sequestrada, o dia que atropelaram o Diego meu motorista...
Tudo começou a vim em minha cabeça, nada era sonho, era real!
Lembro daquele lugar nojento e abandonado, dos gritos e pedidos de socorro, das ameaças do... Taylor. Dos seus capangas me machucando e eu sendo salva pelo cara estranho.... Ele? O que ele fazia lá, com uma arma, batendo, atirando, me carregando até no carro. Como ele sabia que eu estava lá? Por que foi ele que me salvou? Por que tudo isso acontecendo comigo???
Lembro também do cara estranho me tirando de lá, batendo em Taylor todos ensanguentado, seus capangas mortos caídos no chão. Me lembro de umas vozes em poucas vezes que meus olhos abriram durante esse tempo que em poucos segundos ficava pesados e voltava cair no sono.
"Como ela está?"
" Meu pai não pode saber que ela está aqui hoje"
" Vigia enquanto eu não voltar"Quanto mais pensava mais minha cabeça doía. Merda.
Tinha uma outra porta no quarto que estava aberta e parecia ser o banheiro. Queria me olhar no espelho, ver minha situação depois de tudo isso.
Sair da cama com dificuldade, tinha esquecido da minha perna enfaixada apoiando com ela no chão, doeu, gemi alto me sentando na cama novamente.
— Tá agora vai! — falei para mim mesma me concentrando, que eu podia só andar com a perna esquerda. Tá ok.
De pouco a pouco eu estava no banheiro, quando entrei vi algumas cuecas e tive certeza que era um quarto de um menino. Mas ignorei, o que importava agora era minha aparência.
Quando me dei com a cara no espelho eu fiquei assustada, eu estava toda com curativos em volta do rosto, meu olho estava um pouco inchado ainda, um pouco roxo, mas dava para disfarça com base e pó.
Fui em direção de um espelho grande que tinha do outro lado do quarto, que dava pra ter uma visão do meu corpo todo.
Quando cheguei lá eu estava realmente destruída. Minha perna direita enfaixada, meu braço esquerdo a mesma coisa. Alguns curativos em todo o resto do meu corpo e meu Deus que roupa é essa????? Que horrível.
Era uma blusa com estampa florida tomara-que-caia, também vestia com um shorts de malha larguinho azul claro, estava horrível.
Sai da enfrente do espelho no mesmo instante, não queria me ver daquele jeito, eu já estava derrotada com meu corpo agora com essa roupa? Estou horrível!
Fui em direção na varandinha que tinha nesse quarto. Quando sai la fora, a música ficou mais alta e quando deparei com a vista fiquei completamente assustada.
Estava em uma favela, casas de tijolos mutuadas uma com a outras, roupas na janelas de casas, música alta e ninguém se incomodando por ainda ser só 14:00, era uma barulheira total.
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O cara estranho do morro
RomanceDuas pessoas diferente com corações iguais. Sofia, uma menina rica que o mundo dela parece ser perfeito, dinheiro, roupas de grif, namorado, popularidade e tudo que ela quiser... Mas em um instante isso tudo pode mudar. Pedro, um menino humild...