Surpresa

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Narrado por Thais

Fazia meses que não falava com os meus melhores amigos, e eu me arrependo do que fiz.
Eu nunca mais vi os espíritos, nem a Marina, mas ainda sinto um frio e em todo instante sinto que a alguém me vigiando.
Daqui um pouco tenho que ir para o colégio, e eu nem dormir essa noite, foi a noite em que o arrependimento veio. Hoje de manhã eu pedirei perdão a eles quatro, eu estava realmente arrependida e queria de qualquer modo, não importa o que eu verei ou passarei, só me sentiria melhor e mais forte se eu estivesse com eles.
Levantei da cama as cinco da manhã e fui para o chuveiro, liguei e deixei a água cai sobre meu corpo, passei a mão pelo cabelo, e encostei minha cabeça na parede.
A luzes do banheiro começaram a piscar rapidamente, no fundo vi a Marina vestida com seu vestido branco com calda, a luz piscou mais uma vez e ela desapareceu e deixou a mensagem "Que bom que você irá voltar, não iria te deixar em paz mesmo".
Sai do banheiro e me vestir para ir pro colégio e desci as escadas até a cozinha, onde a funcionária já estava preparando o café.
- Bom dia senhorita Thais - Ela sorriu sorridente como sempre para mim - acordou bem cedo hoje.
- Estou sem sono, e não dormir bem - Eu disse.
- Pesadelos? - Ela perguntou.
- Realidade - Respondi e ela se limitou a somente me encarar.
Uma hora depois estava no carro rumo ao colégio e determinada a pedi perdão aos meus amigos.
Entrei na sala e nenhum deles ainda tinha chegado, era estranho, eu sempre fui a última a chegar, sentir uma coisa ruim estava acontecendo, e essa coisa ruim tinha nome, Marina.
Sai correndo e na porta eu me esbarro em alguma coisa, quando recupero a visão vi que era o professor.
- Professor - Eu disse - posso beber água?
- Não - Ele respondeu - a aula já vai começar a a diretora Marta tem um aviso.
Sentei de volta ao meu lugar e vi a diretora Marta entrar na sala, e pela primeira vez olhei em seus olhos, e por alguma razão eu tinha a sensação que já tinha o visto em outro lugar, em outra pessoa.
- Tenho uma péssima notícia - Ela começou a falar.
- Não fui eu - O Wallison gritou lá do fundo da sala e alguns alunos riram.
- Por favor - A diretora pediu, ela parecia realmente triste - o colega de vocês sofreu um grave acidente de sexta para sábado, e ele corre risco de vida, o José está a beira da morte.
Me sentir sem ar, era por isso que nenhum deles está aqui, José estava quase morrendo, e se ele morrer não poderei pedi perdão a ele, aquele pensamento me fez chorar.
- Diretora... - Eu comecei a falar - eu... eu... eu preciso ver eles urgente, por favor me libera.
- Vai lá - Ela falou.
Olhei para Rose e ela também estava em estado de choque, por mais louca que ela fosse, ela também o amava.
Sai correndo do colégio, parei o primeiro moto táxi que vi e pedi para ele ir no hospital Dom Orione.
A cada instante eu ficava mais anciosa, eu precisava vê-los, precisava pedi perdão a eles.
Cinco minutos depois ele chegou no hospital, eu o paguei e desci correndo para o hospital. Fui direto na recepção.
- José Castilho de Lima? - Eu perguntei - ele está aonde.
- Moça o horário de visitas ainda não começou - A recepcionista dele disse - mas os parente deles estão na sala de espera.
Andei até a sala de recepção e ao fundo vi a Alice, Bianca e o Marcos sentados, eles ainda chorava, mas os três se levantaram quando me viu.
Corri até eles e nós nos abraçamos, somente nós quatro.
- Onde está o José? - Perguntei quando nos soltamos.
- Ele está em coma - Bianca respondeu.
- Vocês passaram esses dias todos aqui? - Perguntei.
- A Bianca sim, eu e a Alice fomos para casa ontem e voltamos hoje - Marcos respondeu.
- Bem - Comecei a dizer - quero pedir perdão a vocês, principalmente a Bianca, por favor me perdoem, eu errei e me arrependo.
- Tudo bem - Bianca respondeu - me abraça.
Nós duas nos abraçamos e me sentir aliviada, estávamos juntos de novo.

Série Cemitério: Eles não foram embora. Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora