Ilusão

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Narrado por José

Fazia quase um mês desde o acampamento e graças ao índio que surgiu das profundezas do mundo para mim atormentar, eu estou com uma cicatriz no peito esquerdo.
Hoje começaríamos a decorar a sala para a feira de ciências, escolheram o tema futebol, e eu terei que falar a história do Real Madrid, estava em casa, mas especificamente no meu quarto de cueca lendo minha fala para a feira de ciências, duas horas terei que ir para o colégio e começar a decoração.
Quando aprendi minha fala, peguei um livro da minha estante, era "Quem é você Alasca" do John Green, já tinha lido ele, mas eu amava esse livro, era meu livro individual favorito, eu simplismente amava Alasca Young.
Deitei na minha cama e comecei a ler, cerca de cinco minutos depois alguém bateu na minha porta.
- Quem é? - Perguntei.
- A Bianca está lá em baixo - Era meu irmão Dennis.
Peguei uma toalha enrolei na cintura e desci as escadas, encontrei ela sentada no sofá olhando para o chão distraída, e até assim ela ficava linda, ela levantou o olhar e encontrou o meu, e eu percebi que ela estava triste e trazia consigo uma notícia ruim.
- O que aconteceu Bianca?  - Perguntei.
- Era mais fácil se você estivesse com um short e uma calça - Ela disse ainda sentada no sofá.
- Você não veio aqui para fazer o que eu estou achando que você fará né? - Perguntei e andei até o sofá, ela levantou e ficou na minha frente de cabeça baixa, ela não conseguia olhar nos meus olhos.
- José - Ela começou a dizer é lágrimas começaram a desce de seus olhos - a Marina...
- Não, não venha me dizer  isso - Eu a interrompi, virei de costas e coloquei a mão no cabelo, virei de volta pra ela e ergui seu rosto para que ela olhasse nos meus olhos - não venha dizer que ela é poderosa, que ela pode nos separar, por que as únicas pessoas que pode nos separar é nós mesmo - Eu comecei a chorar.
- José por favor não piora as coisas - Ela disse - não torna isso mais difícil.
- Você não está dizendo isso - Eu andei até a parede e dei um soco nela, as dobras da mina mão começou a sangrar com o soco na parede - quem está piorando as coisas é você Bianca, você que está desistindo da gente, por medo.
- Eu tenho medo mesmo - Ela gritou, suas bochechas estava vermelhas de tanto chorar - tenho medo dela machucar minha família, tenho medo dela te machucar, não tenho culpa se ela tem uma louca obsessão por você.
- Dane-se o que ela sente por mim - Eu gritei de volta - eu amo você Bianca, você foi a única pessoa que eu amei em toda minha vida, eu não vou desistir de você.
- Pois é melhor desistir, por que eu já desistir - Ela falou olhando nos meus olhos, e aquelas palavras me cortaram por dentro, foi pior do que todas as coisas que Marina já fez comigo, ela virou para o lado e gritou: - você venceu Marina, acabou tudo.
Ela virou as costas para ir embora, mas por impulso eu segurei seu braço e ela virou e me olhou, e com seu olhar eu vi que ela me desafiava a dizer que nós não tínhamos acabado.
- Não - Eu disse de repente sorrindo - você não desistiu de nós Bianca.
Eu a puxei e segurei-a pela cintura e a beijei, ela cruzou as pernas na minha cintura e continuou a me beijar.
Eu encostei a Bianca na parede e ela azunhou minhas costas, eu gemi de prazer e dor e ao mesmo tempo o beijo não parava.
- Para José - Ela disse nos separando - eu não quero isso.
- Então diga olhando no seu olhos que você não quer - Eu a desafiei - me convença que você não quer.
- José eu não quero - Ela olhou nos meus olhos e disse - eu gostava de você, agora não mais.
Ela largou meu braço de sua cintura e foi embora batendo a porta, eu peguei um copo do balcão da cozinha e atirei na porta.
- Droga! - Eu gritei.
Meu irmão desceu correndo a escada e veio até a mim.
- O que foi? - Ele perguntou e sorriu - a gostosinha terminou com você.
- Se você não for embora eu juro que eu te mato - Eu o ameacei.
- Ui - Ele brincou e levantou os braços - ficou zangado.
Ele saiu da cozinha e subiu pro quarto dele,  eu sentei no chão da cozinha, encostei a cabeça no joelho e comecei a chorar.
- Eu sabia que ela não te amava - Escutei uma voz familiar do meu lado.
- Sorte que você já está morta sua vadia psicotica - Eu falei - por que se não eu te matava.
- O tão bravo José - Ela disse - você ainda vai ser meu, você ainda vai me amar.
Ela se abaixou e tocou no meu cabelo, e eu pela primeira vez senti seu toque, me afastei dela o mais rápido possível me arrastando pelo chão.
- Você, você - Eu tentei falar mais as palavras não saia, ela olhou nos meus olhos e sorriu.
- Sim - Ela respondeu como se lesse minha mente - eu já posso tocar em vocês, pelo menos em alguns instantes, por enquanto, meus poderes estão aumentando - Ela olhou para mim e sorriu como se já tivesse vencido tudo - então é bom vocês me obedecerem.
- E por que - Eu a desafiei - você não pode nos matar, se pudesse  já tinha feito.
- Você tem razão - Ela disse e gesticulou com a mão e uma faca começou a flutuar no ar e em segundos ela passou em frente do meus olhos e ficou presa na parede - eu não posso matar nenhum de vocês cinco, mais posso matar quem você ama.
A porta da sala se abriu e vi minha mãe entrando, Marina gesticulou com a mão novamente e eu vi a faca voando em direção a minha mãe.
- Nãoooo - Eu gritei e a Marina desapareceu.
No momento em que ela desapareceu tudo voltou ao normal, eu estava sentado no chão da cozinha, a faça estava no seu lugar, minha mãe não tinha chegado.
Olhei para a parede e lá estava a mensagem de sangue "Foi tudo uma ilusão bebê".
- Por que está gritando seu louco - Meu irmão gritou do pé da escada - não é por que a Bianca separou de você que sou obrigado a te aturar não.
Então a parte que eu mais queria que fosse uma ilusão não era. Ela tinha realmente separado de mim.

Série Cemitério: Eles não foram embora. Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora