O medo de perder alguém

12 1 0
                                    

Narrado por Bianca

Depois de ter brigado com o José fui para minha barraca chorando, abrir o zíper e vi a Alice beijando o Marcos, eles me olharam espantados.
- O que aconteceu Bianca? - Alice perguntou.
- Eu briguei com o José - Eu respondi e a Alice sentou para me abraçar.
- Fica assim não amiga - Ela me disse e continuou abraçada a mim.
-Vou deixar vocês a sós - Marcos disse - Bianca fique bem.
Ele saiu da barraca e eu deitei no colo da Alice e ela começou a fazer cafuné em mim, eu contei a ela o que tinha acontecido.
- Ele foi egoísta Alice - Eu disse - ele quer acabar com isso sozinho, ele não vai conseguir, ele vai se machucar e eu tenho medo.
- Amiga - Ela sorriu - você foi arranjar um homem que tem complexo de super-herói e ele sempre vai tentar salvar quem ama.
- Eu sei mais eu tenho medo - Eu disse - os espíritos podem mata-lo.
- Não diga isso - Alice falou seria - vai lá falar com ele Bianca, diz que o ama e que tem medo de perde-lo. Mas primeiro limpa essas lágrimas.
Sentei e enjuguei as lágrimas do meu rosto e sair da barraca, um pouco distante vejo duas formas de corpo, uma feminina e outra masculina, o menino tentava afasta a menina.
Eu cheguei mais perto pensando que era obra dos espíritos mais me surpreendi ao ver que o menino era o meu José, e a menina era uma das minhas melhores amigas, Thais. Cheguei mais perto deles e escutei o José gritando.
- Sai daqui Thais - Ele gritou e tentou empurrar a Thais.
- O que está acontecendo aqui? - Eu disse.
- Bianca - José disse preocupado olhando para mim, com lágrimas se formando nos olhos, lágrimas de medo - eu...
- Eu sei José - Eu disse interrompendo-o - quero falar é com essa invejosa aqui, não se cansou só com o Lúcio não, vadia?
Uma raiva tomou conta de mim, eu perdoei de todo coração que ela ficou com o Lúcio, mas tinha que tentar o José também? Ela sabe que eu o amo.
- Há Bianca - Ela disse sorrindo, e aquele sorriso foi como uma facada, era um sorriso perverso de uma melhor amiga - ele sempre me quis, sou bem mais bonita.
A raiva aumentou mais ainda, como essa vadia tem coragem de falar isso? Ela ficou louca? Possuída? Sem conseguir me segurar fui até ela é dei o tapa mais forte que conseguir.
- Nunca, nunca mais toca no que é meu - Eu disse apontando o dedo na cara dela - ou melhor, nunca mais fale comigo sua cobrá desgraçada.
- Tudo bem - Ela sorriu.
- E você senhor José - Eu apontei pra ele - espero que você não esteja aqui fora pelo o que eu estou pensando.
Voltei quase correndo para a barraca abrir o zíper e a Alice já estava dormindo.
Eu deitei do lado dela e em alguns minutos eu dormir.

Acordei e peguei meu celular era três horas da manhã, levantei e abrir a barraca, fui andando devagar até a barraca do José e abrir o zíper e ele não estava lá, eu me desesperei, ele entrou no morro, corri e atravessei a cerca, entrei pelo caminho que não tinha grama, tirei o celular do meu bolso e liguei a lanterna que não adiantava muita coisa, só dava para ver no máximo um metro adiante.
Entrei na mata e logo no começo vejo marca de sangue, comecei a chorar, poderia ser do José, corri o mais rápido que pôde morro acima, em todos os lados eu via marcas de sangue, apontei a lanterna do celular e vi a forma de eu corpo amarrado na árvore.
Era o José, com o mesmo short que o vi mais cedo, corri até ele é no meu do caminho tropecei em um galho de árvore e cair no chão, alguma coisa entrou na minha perna e cortou - a, mesmo assim levantei e continuei correndo até o José.
Tinha facas nas duas pernas dele que estavam todas vermelhas, seus braços estavam presos por arame farpado e pingava sangue de seus pulsos.
- Bianca - Ele sorriu fracamente - perdão.
- Não precisa falar nada - Eu disse - vou te soltar daqui.
- Já é tarde - Ele disse ainda sorrindo - mas saiba que eu te amo Bianca, você foi a melhor coisa que conquistei, eu te amo - Ele fechou os olhos e sua cabeça caiu para frente.
- Não José - Eu comecei a chorar, foi como se tudo dentro de mim morresse com ele - por favor... Não... - cair de joelhos e comecei a chorar - volte.

Acordei soltando um grito, e comecei a chorar, estava na minha barraca e a Alice acordou assustada com o meu grito.
- O que aconteceu? - Alice perguntou.
Não respondi, levantei e sair correndo rumo ao José, vi ele saindo da barraca, lindo e intacto. Estava amanhecendo e estava lindo, mas nada se comparava ao ver ele bem e vivo.
Pulei em cima dele e ele me envolveu com seus braços, comecei a chorar desesperadamente em seu ombro.
- O que aconteceu meu amor? - Ele perguntou.
Ele me soltou e me encarou nos olhos, não sei por que mais comecei a bater nele.
- Nunca mais brigue comigo - Eu disse ainda chorando - nunca mais seja egoísta.
Ele segurou minhas mãos e as segurou em seus peitos.
- Calma minha bocózinha - Ele disse sorrindo torto, o sorriso mais lindo que já vi na minha vida - me perdoa, e para de me bater por que eu te amo e não fiz nada, eu não fui lá por sua cauda.
- Meu bocó - Eu disse.
Ele me pegou pela cintura e me beijou, fogos de artifícios estouraram e minha barriga, me entreguei ao beijo completamente, José foi andando para trás procurando algum apoio, alguns instantes depois ele me empurrou em uma árvore sem tirar sua boca da minha.
Escutei alguém tossindo atrás de mim, com muita relutância nós se separamos e eu virei e vi que era o professor Evaldo.
- Sei que vocês se amam - Ele disse sorrindo - mais se outro professor pegar isso será bronca.
- Você é o melhor professor do mundo - O José disse.
- Obrigado - Ele disse - mais vim pra avisar que da daqui um pouco terá provas.
- Ok - Eu disse e eu e o José fomos para a barraca.


Série Cemitério: Eles não foram embora. Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora