Adeus acampamento

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Narrado por Bianca

- Em primeiro lugar ficou o time do... - O professor Evaldo anunciava quem ganhou o acampamento estava entre meu time e o do Cláudio - Cláudio - Eles comemoraram e se abraçaram - com diferença de cinco pontos somente.
Quando chegamos no acampamento o professor viu o corte na cabeça do José e nós falamos que ele bateu a cabeça na cerca, o do peito ele não viu pois José finalmente vestiu uma camisa.
- Agora todos vão desmontar as barracas e se arrumarem - O Evaldo disse - daqui meia hora o ônibus chega.
Nós quatro saímos e fomos rumo às barracas, eu e o José fomos desmontar uma, e a Alice e o Marcos desmontaram a outra.
Era uma caçar linda, toda gramada e florida, se não fosse pelos espíritos eu teria aproveitado muito mais, os momentos em que eles nos deixaram em paz foi maravilhoso, o trote que o José planejou eu morri de rir.
- Bianca Lima de Sousa - José me chamou - obrigado por ter me salvado, não só por ter feito os curativos, mas por ter me salvado de mim mesmo, por ter salvado meu coração que nunca amou ninguém,  obrigado por não ter desistido de mim, e não vai ser Marina, não vai ser nada e nem ninguém que nos separará.
- Eu também te amo José - Respondi e forcei um sorriso.
José estava muito confiante, eu nem tanto, eu sabia só que Marina era capaz, ela é tão do mal quanto o Kaio, ela poderia matar minha família, ela poderia tirar tudo de mim, mas ela só queria uma coisa, e por mais que eu o amasse muito, mas do que já é o qualquer pessoa, entre o José e minha família, eu escolho minha família, por mais que me doa, por mais que arranque um pedaço de mim, eu iria ficar com minha família.
- Bianca - José me tirou dos meus devaneios - no que está pensando.
- Em nada - Respondi.
- Não está pensando em me deixar né? - Ele perguntou sorrindo - eu já falei que não vou deixar.
- Você não tem que deixar nada José - Eu falei - se um dia eu quiser separar, assim será.
- Perdão amor - Ele disse - só estou tentando te animar, agora vamos pro ônibus que já está chegando.
Ele pegou sua mala e a minha e eu carreguei somente a barraca, por insistência minha, ele queria que eu não carregasse nada.
Entramos no ônibus e sentamos no fundo, onde tinha quatro lugares e Marcos e Alice sentou do nosso lado.
Todo mundo entrou no ônibus, em cinco minutos já estávamos na estrada voltando para Araguaína.
Esses três dias eu pensava que seriam três dias normais, mas percebi que nada na minha vida vai ser normal novamente, mesmo quando a maldição acabar, isso ficará na minha vida toda, e se a maldição acabar, cada vez mais, acho que a maldição vai acabar só quando eu enlouquecer de vez.
Começou a chover, e eu amo sol, calor, mas acho lindo dias nublados, cinzentos.
José segurou minha mão e apertou, eu olhei para ele e ele sorriu torto, aquele sorriso era tão lindo, aquele sorriso que ele soltava para mim, que infelizmente nunca mais o verei na minha direção, eu o amo, mais vejo que nossos dias juntos estão contados, por Marina.

Série Cemitério: Eles não foram embora. Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora