Preparativos para a feira de ciências

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Narrado por José

Me arrumei sem um pingo de vontade para ir ajudar na feira de ciências, o único motivo de eu ir era por que veria a Bianca e teríamos um chance de conversar melhor. Agora que estávamos feliz, que realmente estávamos juntos, que tínhamos nos entregado um ao outro, isso não poderia acabar.
Desci a rua que levava ao colégio, cheguei na sala duas horas em ponto e metade da turma já estava lá, menos a Bianca.
- Olá José - Disse a Rose quando me viu - vai me ajudar a descarregar as cadeiras?
- Eu vou ajudar a minha  sala a descarregar as cadeiras -Eu disse - e não você.
Entre na sala esbarrando em seu ombro e comecei a descarregar as cadeiras.
Eu só queria saber quem a Marina ameaçou, a Bianca não iria separar de mim sem motivo, eu sei que ela me amava, e eu também a amava.
Distraído bati meu dedo mindinho no ferro da cadeira e gemi de dor, sentei no chão do pátio e esperei a Bianca,  deu três horas e ela não chegava.
Sai correndo do colégio, atravessava as ruas sem olhar, só queria chegar até ela.
Corri até o trabalho do pai dela e pedi a chave da casa dela com a desculpa de que iria fazer uma surpresa para ela,  e ele ainda bem que acreditou.
Corri o mais rápido que pôde e cheguei na casa de muro branco que era a dela.
Abrir o portão e entrei na casa dela, ela não esva na sala, fui direto para seu quarto. A porta estava trancada e eu escutei a Bianca soluçando lá dentro, ela estava chorando.
- Bianca abre a porta - Eu bati na porta - por favor.
Nada dela abrir, ela estava evitando, eu comecei a ficar desesperado e andei de um lado para outro, eu queria somente conversar com ela, explicar que eu mudarei o meu jeito por ela, falar para ela que eu a amo, e que lutarei com todas as minhas forças para que fiquemos juntos, explicar para ela que eu a amo.
Fui até a porta e a chutei e a bati violentamente, eu não queria desistir, eu queria falar com ela.
- Abre - Eu comecei a chorar - por favor, não me deixe aqui.
Apoiei minhas costas na porta e comecei a chorar, escorreguei até sentar no chão e apoiei minha cabeça nos joelhos e chorei igual uma criança.
Comecei a socar o chão e a gritar, gritar de raiva, estava com raiva da Marina, estava com raiva dos espíritos,  da vida, estava com raiva de mim mesmo por ter deixado ela vencer, estava com raiva por a Bianca estava me deixando, estava com raiva por que perdi uma das únicas coisas que me importava.
Senti algo tocando minhas mãos no chão e vi que era um papel vindo do quarto da Bianca, peguei-o e o abrir:

Eu te amo, mas eu não aguento, suas atitudes me magoam, e você errou, você não enfrentou os espíritos por mim e sim por você José.
Sinto muito mais não vale a pena ficar contra os espíritos por você, você me mágoavocê foi umas das piores coisas que me aconteceu José. Acabou...

Aquela carta foi pior do que um tiro no coração, eu não estava acreditando que a Bianca tinha escrito aquilo, ela me ama, era o que ela dizia, peguei uma caneta e escrevi uma carta para ela e enfiei de baixo da porta.
Eu a amo e por isso respeitarei ela, ela desistiu, foi isso a escolha dela, assim que ela quis.
Levantei e fui embora, passei no pai dela e deixei a chave para ela, fui para casa de pé, lentamente, nesse momento eu só queria caminhar sem rumo e sem pensar, eu não podia me permitir a parar para pensar, eu iria só seguir em frente.

Série Cemitério: Eles não foram embora. Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora