08 Red Blood

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Assim que eu arrumei a casa e almocei, subi no quarto dos meus pais e peguei uma blusa branca com alguns strass da minha mãe, escolhi uma que ela não usava tanto e peguei um shorts de dormir amarelo e desci para o quintal "melhor fazer sujeira aqui fora" escrevi na folha com tinta vermelha meu nome no jogo coloquei no chão a cima das roupas, apoiei o celular em uma das espreguiçadeiras e comecei a arte.

Resolvi não falar nada no vídeo, e no final ficou até bonitinho a blusa e o shorts, só não sei o que vou fazer com isso, se minha mãe pedir eu falo que foi pra uma experiência (o que de fato era).  Terminei o vídeo e fui colocar as roupas na água, não precisa secar a tinta mesmo.

Lavei e  deixei secando "minha sorte é que saiu tudo, fiz questão de comprar uma tinta guache" subi pra guardar o resto da tinta e fiquei estudando pra atividade de química não posso nem pensar em tirar nota ruim. Algumas horas depois meu pai me ligou pedindo pra levar a caixa de ferramentas que ele tinha esquecido, disse que não dava para vir pegar pois estava com um cliente importante, aí sobrou pra mim "tudo eu, ele podia ter pedido pra algum dos meninos buscar ne!" Troquei de roupa o mais rápido que pude e lá fui eu. 

Quando já estava saindo a caixa de ferramentas esbarrou no móvel perto da porta e o  mesmo  bambeou um pouco a ponto do vaso que estava em cima cair no chão "SÓ O QUE ME FALTAVA",  o Uber já estava bozinando la fora, não ia dar tempo de limpar, quando eu voltar eu resolvo isso. Fechei a porta e sai.

Não era muito longe mas ir a pé com aquela caixa pesada não rola. Assim que cheguei ele me viu e veio me ajudar

- Paga o uber. - disse assim que ele pegou a caixa da minha mão

- O que? - me olhou sem entender

- É pai paga o uber. - disse descendo do carro finalmente.

- Ha que bonitinha, posso até pagar mas você vai ficar aqui pra me ajudar. - disse abrindo a carteira de uma vez

- Ficou doido? - disse incrédula - Cadê o James ou o Carlos? Eles te ajudam, e os outros funcionários? - eu tenho mais o que fazer né pai.

- Eles foram buscar peças novas, e os funcionários já foram, fiquei sozinho aqui por isso te pedi pra trazer a maleta de ferramentas pra mim. -disse  ignorando minha cara de impaciência e deu o dinheiro para o motorista - Vem. - disse se virando pra entrar na oficina.

- Mas eu não sei fazer nada. - disse indo atrás dele frustrada.

- Claro que sabe. - disse colocando a caixa ao lado do carro que ele estava arrumando.

- Poxa pai, tá ficando tarde já. - disse cruzando os braços emburrada.

- Por isso mesmo, daqui a pouco eu fecho a oficina e vamos embora. - disse tranquilo e eu fui sentar no sofá que tinha ali "pra completar ainda deixei o celular em casa"

- Pode ir levantando daí e vindo me ajudar. - disse me olhando sério.

- Pai meu pulso ta machucado lembra? - levantei o pulso pra ele ver 

- Não vai doer nada te prometo. - pensa em uma pessoa insistente? aff

Fui lentamente e ele foi me dando mil coisas para segurar, confesso que foi divertido até, mas no final acabei com as mãos e a blusa sujas de graxa. As mãos eu lavei a blusa não teve jeito, talvez fosse castigo divino pelas roupas da minha mãe mas acontece.

No final os meninos chegaram com as peças novas e começaram a mexer comigo como sempre. Adoro esses caras, eles sempre ajudaram meu pai no começo da oficina e hoje são como sócios.

Quase como nos filmes (EM REVISÃO) Onde histórias criam vida. Descubra agora