Capítulo 6 e NOVIDADE!

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Assim que chego na escola, vejo o carro do Vini parado na porta.

Estico o braço e observo a hora no meu relógio. Já passa das 11hs.

Vou direto para a sala da diretoria e, com a porta aberta, encontro o prefeito sentado aos papos com a senhora Maria.

— Opa! Pensei que tivesse fugido da cidade, professora — diz Vini, levantando da cadeira, me cumprimentando cordialmente.

Ignoro sua brincadeira e apenas o cumprimento. Eu não estava no clima.

— Desculpe, senhora Maria, tive um problema para resolver.

— Tudo bem, Mari. Depois conversamos.

— Sim, claro.

— Se quiser ir. A Márcia segurou a sua turma — informa ela.

— Ir?

— Com o prefeito. Ele veio te buscar.

Viro-me para Vinícius que coloca as mãos na cintura.

— Reunião importante.

— Ah, sim, sim... reunião importante — confirmo.

Preciso dar um chega para lá nele! Ah, preciso!

— Então, vamos! — Vini se despede da diretora com algumas promessas e saímos da escola juntos.

— Mas que coisa, Vinícius! Precisava entrar na escola? — reclamo, assim que entro no seu carro.

— Ei! Esqueceu que sou o prefeito dessa cidade? Disse que queria falar sobre a festa da igreja. Você que a organiza. A festa é patrocinada pela prefeitura. Não tem problema nisso.

— Não venha com essa, tá legal? Eu te conheço muito bem.

— É ano eleitoral, Mari, preciso estreitar laços, colocar a mão na massa — diz, ligando o carro.

— Você é muito cara de pau, sabia?

— Por que essa violência gratuita? Ninguém desconfia da gente! Para de ser paranoica!

— Paranoica? Eu?

— Qual é o problema de duas pessoas solteiras saírem juntas? Namorarem?

— Ah, não, não! De novo, não!

— Ok! Ok! — Sua voz se eleva. — Vamos parando por aqui. Chega!

— Você que começou, Vinícius!

— Você não me dá escolha, sabia?

— Como assim?

— Eu não posso gostar de você e querer mais do que... qual o nome mesmo daquilo que você gosta sempre de especificar: sexo?

— Não, você não tem. Aliás, foi para isso que me chamou para almoçar?

Ele continua dirigindo.

— Qual é o seu problema, hein? É o Marcos? Ainda gosta daquele cara sem sal?

Nego com a cabeça.

— Você é um grosso, sabia? Eu não te devo satisfação!

— Não? Mas para sexo eu sirvo, não é?

— Bom, isso não é uma obrigação! Não fico atrás de você.

— Mas é isso que eu quero, Mari! Porra!

Enquanto o sol brilhar (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora