Capítulo 12

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- Do que mais poderia te proteger, além de você mesma? - ele riu.

- Não vai mesmo me contar, não é? - pelas feições sérias vi que estava certa - Você tem razão, má sorte que não me falta. Lembra do dia do lago congelado? Como me tirou de lá? Alguma coisa de vampiro?

- Velocidade.

- E o dia do lobo?

- Nesse dia eu nem precisei de esforços para matar o lobo das montanhas. Por onde passa está em perigo!

- Velocidade, força. E o controle mental? Como
Funciona?

- Não seria um controle total, o máximo que consigo fazer é colocar coisas na sua cabeça, imagens, sons...

- No primeiro dia de aula...

Ele balançou a cabeça afirmando o que eu ia perguntar.

- Pera, você também lê mentes?

Ele gargalhou.

- Não, mas seria interessante! - não pude deixar de ficar ruborizada - No primeiro dia de aula eu entrei na sua cabeça, queria saber seu nome!

- Você disse que eu te lembrava alguém, era verdade?

- Além do controle mental também escuto bem, enxergo bem mesmo no escuro...

- Mais uma coisa que não pode me contar? - indaguei.

- Garota esperta! Hora de ir! Os 30 minutos já passou!

Então peguei meu celular e mandei uma mensagem para o Harry dizendo que ia dormir na casa do Will por causa da nevasca e o tranquilizei tranquilizei dizendo que o Joseph estava na casa também.

- Consegui mais algumas horas!

- Está tarde, te conto amanhã outras coisas que quiser saber! - falou se levantando - Venha, tem um quarto para você, eu fico no sofá!

Bebi o remédio para dor e o segui até um quarto pequeno, porém aconchegante!

Não demorei muito para pegar no sono.

Mamãe corria escada acima escorregando a todo degrau, ela estava chorando e com medo de algo. Ela fugia de alguém. A única claridade que dava na casa eram os trovões da tempestade. Ela estava ferida e sangrava. Se escutava os ecos de gargalhadas do homem que a perseguia.
Eu estava no sonho, eu estava no topo da escada, minha mãe chegou até mim e me segurou no colo, me carregou correndo até um quarto escuro e trancou a porta.

- Pode correr mas não pode se esconder - cantarolou o homem sombrio - toc-toc! - dizia ele de trás da porta do quarto.

Minha mãe me escondeu debaixo da cama e colocou o dedo polegar nos lábios indicando para eu ficar em silêncio. Ela se levantou e ficou observando a porta que fazia estrondos altos por causa do homem que batia do outro lado. Não demorou muito e a porta voou contra uma parede e o homem surgiu na soleira, seus olhos eram vermelhos, no mesmo momento em que ele cravou os dentes afiados no pescoço de minha mãe o céu tenebroso ecoou o mais alto trovão junto ao grito afinado da minha mãe.

Acordei com um grunhido e arfante.

- Está bem? -  William já estava na porta vindo até mim.

- Tive um pesadelo! - fiquei em silêncio, Will se aproximou de mim olhando minha expressão cansada e assustada - Ou uma lembrança.

Do mal que meus pais fugiam.

- Quer me contar?

- Não agora... quando amanhecer.

Coração de Gelo (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora