- Mell pense melhor. Você pode estar enganada, não tem ninguém atrás de você, é pura paranóia sua - sua voz carregava uma certa tensão.
- Não me chama de paranóica, passei a vida toda com pessoas me chamando assim!
- Vamos conversar sobre isso mais tarde, mas reflita por favor, isso de ter alguém atrás de você é pura loucura!
- Não é! Isso não é a primeira vez que acontece. Aconteceu com meus ancestrais, sempre deixando um homem da família vivo para o sobrenome prosseguir e o resto morria até mesmo a família da companheira dos meus ancestrais não ficavam vivos. E não pode ser paranóia minha.
- Mas você é filha única e é do sexo feminino, então se tem alguém atrás de sua família essa perseguição já acabou por você ser mulher, então esfria a cabeça e nada vai lhe acontecer.
- Mas o vampiro esteve na minha infância me observando!
- Pelo o que eu sei que você já me contou em nossas várias conversas, esse suposto vampiro ficava rondando você e sua família, e seus pais eram vivos ainda, então pense junto comigo, ele rondava seus pais e não você, tanto que ele te salvou de um atropelamento à muitos anos atrás, e tenho certeza que você não viu nesses anos sem eles algo suspeito.
- Faz sentido... As perseguições só acontecia com meus pais, pois quando eles se foram e eu fiquei com minha madrinha tudo acabou e nada suspeito aconteceu.
- Viu! Caso encerrado. Tudo fica mais fácil quando pensamos melhor. Então já resolvemos isso e hoje é dia de ir para casa, a nevasca já acabou.
- Obrigada Wil por ter me ajudado com tudo, tanto no abrigo como no ajudar a pensar. Imagina eu passei minha vida não fazendo amigos temendo que eles morressem, pois eu achava que todas pessoas a minha volta morreriam.
- Agora só quero que relaxe.
- Eu estava enganada sobre você, achava que você fosse uma pessoa de mal caráter, você mostrou totalmente o contrário.
- Foi bom então termos passado esse tempo juntos para você ter me conhecido melhor.
- Só me responda uma coisa que tem me feito pensar muito.
- Pode mandar! - falou ele brincalhão.
- No dia seguinte em que você me beijou, porque fingiu ter acontecido nada?
- Porque você não tinha gostado. Você saiu do carro sem dizer nada.
- Mas eu sair não por não ter gostado mas por estar perigoso de mais, eu... - nem sabia como terminar por ser algo bem pessoal - ...eu...tinha medo de...acontecer algo a mais.
- Ah sim entendo! - dizia ele passando a mão nos cabelos, acho que parecia mais constrangedor para ele do que para mim - desculpe então pelo dia seguinte eu não sabia que você tinha medo do que podia acontecer dentro do carro.
Ficamos em silêncio, tudo isso estava sendo muito constrangedor.
- Então... - começou ele com um sorrido malicioso - quer dizer que você gostou?
Minha nossa! O que estava por vir era mais constrangedor.
- Sim. Eu gostei do beijo - pronto já disse, não tinha como voltar atrás, mas para falar a verdade não queria voltar atrás da minha decisão.
Ele se aproximou mais perto de mim, acariciou meu rosto, observou meu rosto que com certeza estava corado que nem um pimentão, pois ele sorriu de um jeito meio brincalhão e se aproximou roçando meus lábios e eu desejando os deles, seu hálito era fresco, era delicioso, seu cheiro me fazia querer me enterrar ao corpo dele, só conseguia pensar nele. Um novo beijo se concretizou, mas esse beijo era diferente do primeiro, era calmo e lento, como se estivéssemos saboreando esse momento maravilhoso.
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Coração de Gelo (Em Revisão)
RomanceA vingança e o sofrimento são os únicos sentimentos destruidores, transformando o coração quente, num coração frio como gelo, apenas a chama do amor pode derrete-lo. Mas será que exista um interior quente o suficiente para derrete-lo? Ou ele estar...