- É o baile das épocas certo? - perguntei.
- Sim. Já tem algumas idéias?
- Tenho. Se é das épocas, no plural, podemos misturar as épocas só em um baile, e os alunos poderiam vir fantasiados da época que eles mais gostarem.
- Ótima idéia! Sério gostei mesmo. Podemos fazer exatamente isso.
- Professor não tem ninguém mais para ajudar não?
- Tem, mas eles irão ajudar na decoração do dia, e você está me ajudando no planejamento que é a base.
- Entendo. Temos muito trabalho a ser feito.
Ficamos horas fazendo desenhos de como seria a decoração do ginásio, e procurando na Internet algumas outras idéias e que épocas exatamente usaríamos.
- Fiquei sabendo da festa que uma aluna deu no dia da nevasca.
- Sim, a Nina ela deu uma festa, eu fui, foi legal.
- Meu sobrinho disse que te levou para sua casa na nevasca.
- Sim - menti - ele foi muito gentil, eu não estava muito bem para dirigir e ele me levou até a porta de casa.
- Vocês parecem estar se dando bem.
- Não mesmo - rir - só parece, pois sempre brigamos.
- Então queira me desculpar o comportamento do meu sobrinho, ele é muito rebelde.
- Tudo bem. Eu aguento!
- Me fale mais sobre você!
- Eu? Não tenho nada o que contar.
- Sobre sua família.
- Meus pais morreram quando era bem nova...
- Sinto muito - falou ele.
- Tudo bem. Já passou a pior parte. Ninguém irá embora de nossas vidas, até nos ensinar tudo aquilo que nós precisamos aprender... Se eles se foram, porque já era a hora.
- Você parece ser bem madura.
- Isso é bom!
- Depois você foi morar com quem? - indagou.
- Fui morar com minha madrinha em Miami, em uma casinha humilde de frente a praia, amo calor!
- Então você deve estar odiando Seattle.
- Estou me acostumando com o frio. Sempre morei em lugares quentes, meus pais sempre se mudavam para os lugares mais quentes dos Estados Unidos.
- E em que cidade eles faleceram?
- Texas. Em uma noite com uma densa rara chuva.
- Lá é bem quente mesmo.
- Sim. Eu me lembro até hoje, essa noite estava fria, muito fria e escura.
- Infelizes! - murmurou ele de uma forma que escutei, ele parecia estar pensando longe por não ter reparado que havia murmurado alto.
- Infelizes? - ele falava de meus pais?
- Infelizes de quem os matou.
- Como você sabe que eles foram assassinados? - indaguei achando estranho.
- Você disse.
- Não. Eu não disse.
- Disse sim - ele parecia mais confuso do que eu.
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Coração de Gelo (Em Revisão)
RomanceA vingança e o sofrimento são os únicos sentimentos destruidores, transformando o coração quente, num coração frio como gelo, apenas a chama do amor pode derrete-lo. Mas será que exista um interior quente o suficiente para derrete-lo? Ou ele estar...