Se minha mãe tivesse um livro, seria "Delírios de consumo na 25 de março"
Minha nossinha, o quem ele pensa que sou? Me afastei, ele me olhou confuso.
— Desculpa Rafael, não vai rolar – afirmei – Não é você, sou eu. Estou enrolada.
Agora sim, essa é a cereja do bolo para eu me sentir em uma novela. Daqui a pouco ele vai me dizer que matou o Alfredo por mim.
— Entendo...
— Não quero ser sacana com você – confessei.
Vamos aos pontos, eu e o Wagner temos uma amizade uma coisa que vem acontecendo faz algum tempo (na minha cabeça, claro). Esse sujeito, mal conheço e não sinto minimamente atração física por ele.
Ficar com o Rafael seria tão... vazio e sem sentido, mesmo o Wagner não querendo nada comigo, me chame de trouxa, mas prefiro esperar ter algo com sentimento envolvido, beijar por beijar não acho válido.
— Me passa seu telefone – pediu sacando um celular de última geração do seu bolso – Quem sabe, quando resolver esse rolo, possamos sair e conversar.
— Não estou com ele aqui, depois você me manda uma mensagem para eu te adicionar – sugeri, assentiu.
Passei meu numero, ele anoto, voltou a guardar em seu bolso e estava prestes a tentar de novo me beijar (persistente o rapaz), quando a Taty me chamou.
— Sá! Estamos indo embora antes que sua mãe comece a dar um chilique – chamou.
Salva pelo gongo, quero dizer eu já me sentia uma personagem de novela, se eu lhe desse um tapa e fosse rude, só ia faltar gritarem "corta!".
— Até mais Sarah – disse Rafael.
— É até... – acenei e corri em direção a Taty.
— Menina o que aconteceu aqui? – pergunto Taty, enquanto andávamos em direção a porta da frente, não respondi dando graças a música alta.
Saímos pela porta da frente, Débora estava parada ao lado de Renato e Wagner que me olhou inexpressivo, não lhe dei importância.
— Foi muito divertido, comi pra arrebentar – comentou Renato, alegremente quando Taty postou-se ao seu lado, caminhamos para o carro.
Será que foi proposital me deixarem para trás com o Wagner? Ele colocou suas mãos nos bolsos da calça, fingi nada havia acontecido, como se o beijo não fosse nada.
— Gostou da festa? – perguntou abruptamente quebrando o silencio, sua voz estava baixa o suficiente para apenas eu escutar.
— Foi... bem interessante e você gostou? – questionei desinteressadamente.
— Muito – respondeu quando parou na frente da porta do carro e abriu para eu entrar, fui entrar e ele sussurrou em meu ouvido – A melhor parte foi beijar você.
Me sentei e olhei para ele atônita, havia um sorrisinho quase imperceptível em seus lábios, estava me torturando! Ele não me olhava, mas fazia questão de deixar sua mão roçando na minha. Estava pirando internamente, será que ele sussurrou mesmo aquilo, ou foi apenas um delírio da minha mente?
Filho de uma boa mãe!
Ah, mas eu também posso jogar esse jogo... Encostei minha cabeça em seu ombro disposta a dormir em seu ombro, ele não se mexeu, permaneci deitada com o coração acelerado, de olhos fechados, onde todos os acontecimentos da noite passavam como cenas de um filme, eu tentava entender o que estava acontecendo, mas estava difícil.
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Um Conto (NADA) Encantado [CONCLUÍDA]
ChickLitTodos sempre insistem em dizer que a adolescência é uma fase de transição, onde não se é criança nem adulto. Afinal, não temos os direitos e nem as responsabilidades de um adulto, mas também não podemos apenas brincar o dia todo. Uma fase difícil...