Status: Satisfeita, a felicidade é algo relativo.
Horário: Manhã.
Vestuário: Uniforme, o bom do uniforme é que você apenas veste, não precisa se preocupar em escolher nada.
Cabelo: Preso como sempre.
Local: Escola.
Fazia um mês que Wagner e eu estávamos juntos, as coisas iam muito bem, obrigada. Ricardo e Renato não se opuseram ao nosso relacionamento, obviamente porque, quem são eles para isso? Minha vida, minhas decisões, certo?
Porém, ainda me questionava com relação ao comportamento estranho do Ricardo, foi algo realmente bizarro todo aquele questionamento e suas reações. Uma parte de mim ficava "ele tava afim de você sua otária", enquanto outro lado meu ria cheio de desdém e dizia "De mim? A vá!".
Assim eu apenas resolvi me manter em meu mantra pessoal de "quem liga?", afinal o mundo masculino é algo que não compreendo e não sei se um dia entenderei, as vezes é mais fácil apenas seguir em frente e deixar certas coisas passar.
Nesse caso aquele velho ditado "As mulheres vêm de vênus e os homens de marte", parece fazer sentido, afinal os homens realmente parecem pertencer a outro mundo completamente diferente do nosso.
O Wagner mesmo, algumas vezes agia como se eu falasse alguma língua, porque ele simplesmente não entendia. Será que é tão difícil entender que algumas vezes quando falo um "não", na verdade é "sim"? Toda minha linguagem corporal está gritando "sim" e ele simplesmente não entende! Isso é muito frustrante.
Lá estava eu, em plena hora do intervalo, sentada entre as pernas do Wagner, com as costas apoiadas em seu peito, assistindo uma "emocionante" partida de "magic", que nada mais é que um jogo com cartas, que tem umas coisas de combinação de poderes e um tenta vencer o outro... Bom é meio complexo.
A partida era entre Ricardo e Renato, obviamente Renato estava vencendo, consequentemente zoando o Ricardo. Resolvi mudar de assunto antes que o Ricardo tivesse um ataque de nervos.
— Então, o que vão escolher na faculdade? – perguntei.
— Já falei antes Sarah, eu vou fazer história – respondeu Ricardo, dando de ombros.
— Sério, tipo ser professor? – ergui a sobrancelha.
— Sim, eu acho muito legal – ele parecia menos bravo agora.
— Safado! Ele vai é colocar um filme lá na sala e ficar vendo revista pornô na mesa dele – comentou Renato rindo, Ricardo rolou os olhos.
— Se você é um pervertido, problema seu Renato. Conta para eles seu brilhante plano futuro – havia a sombra de um sorriso no rosto do Ricardo, ao falar. Wagner gargalhou, mas não falou nada.
— O que é engraçado? Qual curso vai escolher? – questionei, apoiando minhas mãos nas coxas do Wagner e me ajeitando sentada.
— Faculdade para que? Eu vou é vender bala no transporte público! – exclamou Renato e eu olhei chocada para ele, enquanto Wagner e Ricardo riam.
— É sério? – esse tipo de coisa era realmente uma escolha?
— Claro, estou até treinando o discurso "Boa tarde, senhores passageiros, desculpe incomodar a viajem de vocês, mas eu poderia estar roubando, poderia estar mendigando, mas estou aqui, para oferecer esse incrível produto que é novidade no mercado e na minha mão é mais barato" – ele finalizou o discurso orgulhoso de si mesmo.
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Um Conto (NADA) Encantado [CONCLUÍDA]
ChickLitTodos sempre insistem em dizer que a adolescência é uma fase de transição, onde não se é criança nem adulto. Afinal, não temos os direitos e nem as responsabilidades de um adulto, mas também não podemos apenas brincar o dia todo. Uma fase difícil...