5 - Noite "Cazamiga".

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Status: Animada!

Horário: O melhor de todos a noite!

Vestuário: Jeans, uma blusinha preta, decotada com tiras grossas nas costas e alças finas, ou seja, vestida para matar (nem que seja de rir).

Cabelo: Solto e tentando controlar o volume.

Local: No bar cazamiga, aí sim!

Era sexta à noite, estávamos eu, Taty e Débora na mesa de um barzinho que tinha perto da faculdade onde Débora e Taty estudavam, os cursos eram diferentes, enquanto Débora estava na administração, Taty cursava pedagogia.

O aniversário de Alice foi uma grande porcaria (como o esperado), porque eu fui obrigada a ir? Minha família ficou o tempo todo com aquele tipo de comentário infeliz "cadê o namorado?". Eu nunca entendi essa obsessão por namorados, se você tem namorado muito cedo, eles reclamam, se você não o tem, eles reclamam do mesmo jeito, é possível entender?

Sempre tive sentimentos controversos a esse respeito, parte de mim queria muito um namorado, e a outra parte estava bem assim, quero dizer, vamos aos prós e contras:

Prós => Presentes em datas como, aniversários, dia dos namorados e natal. Sem contar o contato físico, beijos, caricias e abraços. Exibir para as amigas e fazer inveja para as solteiras.

Contras => Falta de liberdade, homens costumam ser problemáticos, são lentos e meio burros, é simplesmente um absurdo eles não entenderem aquele nosso "não" que na verdade quer dizer "sim".

Talvez os prós sejam bem mais atrativos, mas outra coisa que mexe com meu psicológico, é "apresentar a família", sério não tem nada mais bizarro e incomum que a minha família, minha mãe louca por economia, meu pai faz o tipo "militar", ele apavora namorados (é sério, eu já vi isso acontecer com Alice) e minha avó... Bom ela é uma pessoa, peculiar, digamos assim. Apresentar para família foi o único motivo que sempre me assustou o suficiente para não me importar com minha solteirice.

Ainda me arrepios com as histórias de quando Alice levou o primeiro namorado em casa (eu era uma criança, obviamente já que minha irmã era bem precoce, ela tinha doze anos), meu pai passou "o senhor dos sermões" no rapaz. Por esse motivo o assunto "namorado", me causa arrepios.

Olhei ao redor, nenhum dos homens nas mesas me interessava. Fazia três meses que eu estava na escola nova e graças a Renato e Ricardo, já me sentia completamente adaptada. Wagner insistia em me irritar por qualquer coisa, acho que aquele meu amor platônico por ele se tornou birra, pelo menos não me sinto tão nervosa mais perto dele, consigo manter uma conversa amigável e discutir com ele numa boa, porém, mesmo não querendo eu ainda ficava pensando nele, quando ele jogava basquete sem camiseta era algo do outro mundo!

Não que ele tivesse o físico de um Vin Diesel (coitado, está bem longe disso), mas ele tinha braços bem maiores que a média de garotos magrelos da minha escola, nem gordo ou magro, também não definido, mas bom... Bem bom para os olhos.

— Eu quero conhecer ele – falou Taty me tirando de meus devaneios sobre Wagner sem camisa, ela encheu sua caneca de cerveja e completou a minha.

— Ele quem? – perguntei desinteressada pegando minha caneca e bebericando.

— O Wagner, quem mais? – Taty riu, Débora apenas nos observava.

— Posso saber qual o motivo desse interesse repentino? – questionei.

— Repentino? – ela me olhou incrédula - Isso é piada? Você só fala dele a meses Sá – virou sua caneca, dando grandes goladas.

— Que absurdo, até parece! – exclamei, senti minhas bochechas esquentarem.

Um Conto (NADA) Encantado [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora