Eu sei que os capítulos estão bem intensos, mas é importante para o desenvolver da personagem. Enfim, espero que compreendam.
beijos.Casa, Londres, 9:17
Havia se passado uma semana, eu me permanecia trancada dentro do quarto, não comia quase nada e havia perdido bastante peso, não falava com ninguém exceto Callie. Sim, nem com Ed eu conseguia falar. Eu não podia, me sentia suja, sentia como se tivesse traído ele. Mas eu não tinha, pois não era minha culpa. Mas não adiantava. Felizmente, ele estava sendo muito paciente comigo.
Ouvi o som da porta bater.
- Anna? Posso entrar? - perguntou uma voz.
Não respondi.
A porta se entre-abriu, era Callie.
- Oi. - falei fraca.
- Oi, o pessoal está lá na sala, estão todos preocupados com você. - disse ela.
- Mande-os ir embora. - respondi fria.
Em uma semana eu não era mais eu, eu era seca, triste, fria, distante, agressiva e quieta.
- O conselho está pensando em despedir Charlie. - disse desviando do assunto.
- Estão pensando? Esse homem cometeu um crime e estão pensando? - falei com raiva.
- Eu também os disse isso, mas não cabe a mim a decisão. - disse.
- Enfim, pode os mandar embora? Não quero nenhum deles aqui. - disse dando um ponto final.
Ela assentiu e saiu, então me deitei na cama repassando aquela cena em minha mente. Mais nada me reconfortava, nem mesmo minha casa, nem mesmo meus pais ou meu namorado. Eu não tinha coragem para encara-los pois eu tinha vergonha de mim. Eu não aguentava mais me sentir assim. Me levantei e senti o chão frio tocar nas pontas do pé e me levantei pela primeira vez em quase uma semana. E caminhei bamba é lenta até o banheiro do quarto. Abri a porta sentindo um cheiro diferente do meu quarto, que estava cheirando a doentes e me aproximei da banheira, ligando a água quente e esperei encher.
Depois de algum tempo ela estava cheia. Entrei, com roupas e tudo. Senti um certo alívio percorrer minha pele e me senti bem. Então senti que aquela seria minha hora de soltar tudo, então mergulhei deixando a água cair pra fora da banheira. De baixo d'Água desbloqueei minha mente, relembrei de cada segundo daquilo então gritei, chorei e soltei todo o desespero que eu estava sentindo, estava sem ar, mas também não queria subir, queria sentir aquele alivio para sempre. Fechei os olhos e então ouvi a porta do banheiro abri e senti braços me puxando com força.
Estava na superfície. Abri os olhos e vi um par de olhos azuis.
- O que você estava...? - perguntou tentando permanecer calmo mas eu via o horror em sua voz.
- Edward, por favor vai embora... - falei retirando seus braços ai redor do meu corpo.
- Anna, eu sei que você já passou por isso mas... - disse sem pensar mas ao perceber o que tinha dito parou.
- Mas o que Edward? Você quer me entender? Você quer saber se estou bem? Quer conversar? A resposta para essas perguntas são NÃO. - berrei. - Sabe por que? Por que eu não consigo. Sabe o que mais eu não consigo? Olhar para você direito. Eu sinto vergonha de mim. Eu fui humilhada, e não foi só dessa vez.
Então lá vinha a onda de choro, comecei a chorar alto, lágrimas e lágrimas escorriam pelo meu rosto e corpo como se fossem uma cachoeira e notei que elas não iriam parar por um bom tempo, como eu havia me tornado tão vulnerável? E por que? Então Ed se levantou e entrou na banheira junto a mim, pôs as mãos no meu rosto.
- Shhh. Eu sei que você não quer me ver. Mas não me culpe por não suportar te ver assim. E eu não entendi nada do que você passou, sou como um peixe nesse mar aberto. Mas lamento lhe dizer eu não quero ficar longe de você. - disse baixo, então beijou minha testa.
Consegui abrir um pequeno sorriso, ele também estava sorrindo, mas logo sua cara se tornou em um sério rosto. Parecia ter algo importante para me contar.
- Bom, antes eu estava vindo te avisar que a diretoria do hospital estavam te chamando para uma reunião. - disse sério. - Amanhã, as 13:30.
- Ah. - respondi ainda sem olhar. - É. Talvez eu vá.
Pensei bem, provavelmente iriam conversar sobre o ocorrido e me dar algumas férias. A diretoria do Hospital me enjoava de vez em quando. Mas eu não iria deixar isto em branco. Iria manda-lo para cadeia. Eu não posso contribuir para mais uma humilhação das mulheres.
- Precisamos sair daqui. - falou.
- É. - falei baixo. - Vou sair primeiro e pegar uma toalha e depois procuro alguma roupa que você deixou aqui.
- Claro. - disse.
Então me levantei, sentindo o peso das roupas e toda a água escorrendo pelo meu corpo e cabelos. Pisei no tapete, mas eu pingava muito. E cambaleei até uma toalha. Precisava me despir, Ed já tinha me visto nua. Mas eu não estava pronta para que alguém me visse nua novamente.
- Eu já entendi. Vou fechar os olhos. - disse como se pudesse ler minha mente, tapando os olhos com as mãos.
- Como vou saber que não está espiando? - perguntei.
- Confiando.
Então confiei. Tirei minhas meias, camiseta e minha calça; que estavam ensopados e os coloquei no cesto de roupas sujas. Me enrolei na toalha que estava quentinha e sai do banheiro a procura de alguma roupa. Cruzei o quarto e abri o armário, e senti o cheiro perfumado dos sachês que eu deixava. Abri algumas gavetas e depois de algum tempo achei roupas dele, peguei as duas primeiras que estavam lá. E lhe passei no banheiro.
- Use qualquer toalha. - falei.
Então saí fechando a porta. E abri meu armário novamente pegando um pijama qualquer, afinal eu não usava uma roupa de sair fazia uma semana. Respirei fundo, ainda com a cabeça mergulhada na escuridão. E os coloquei. Sentei no chão colocando a toalha nos cabelos, e fiquei lá parada por um bom tempo. Pensando no que iria dizer no dia seguinte, e me assustei ao ouvir a porta bater.
- Posso? - perguntou.
- Sim.
Então ele abriu a porta, apareceu com os cabelos muito bagunçados e um pouco grudados no rosto.
- Eu deveria ir para casa? - perguntou com a mão na maçaneta.
- Não. - respondi. - Fique aqui.
Então deitei na cama, dando um espaço para ele. Ele se deitou, mas sem encostar em mim, respeitando que eu ainda estava em choque e traumatizada. Fechei os olhos.
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She
RomanceAnne Mcfinn, é interna no hospital Oliver Green Memorial Hospital, e de repente algo inesperado sai da sala de radiologia , o famoso cantor ed sheeran. Seu ex, de Suffolk quando tinham apenas 16 anos. capítulos cheios de emoções, términos, mágoas...