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O desespero tomou conta de mim. Ele não queria parar. E tudo me trouxe de volta às memórias de Suffolk. Da festa. Paralisada e congelada fiquei. Sem reação. Chocada. Eu chorava mas nada saia. Eu queria gritar. Mas ele não parava.

Cinco horas antes...
Casa, Londres, 15:24.

Estava me aprontando para pegar algumas coisas que estavam no hospital e ficaram lá. Eu havia melhorado muito desde meu ataque. Me sentia relaxada, feliz. Tirei minhas conclusões que aquilo não ia durar muito tempo, pois parece que quando as coisas tão indo bem, a vida te dá um soco na cara e você desaba em um penhasco. Acredite, isso aconteceu tantas vezes comigo que nem sei.

Me olhei no espelho. E observei minhas bochechas ridiculamente grandes e pela primeira vez, elas não me incomodavam tanto. Ouvi meu celular tocar, era Ed, ele ia me levar no hospital e me buscar depois.

- Oi! Estou aqui em baixo. - disse.

- Ok, já estou descendo. - falei sorrindo ao ouvir sua voz.

Coloquei meus tênis extremamente gastos, abri a porta e desci as escadas, chegando ao portão de vidro do prédio que sempre estava borrado e sujo vi uma figura com cabelos cor de fogo e o rosto borrado. Abrindo a porta ele deu um largo sorriso. Desci as escadas e ao chegar ao seu encontro dei um beijo suave na sua bochecha. Depois corri os olhos por um carro. Arqueei um sobrancelha ao ver aquilo.

- Você está dirigindo? - perguntei rindo.

- É... Eu passei no teste, estou te dando a honra de dar uma volta com o melhor piloto que você já viu? - perguntou estendendo a mão e fazendo uma reverência de um jeito engraçado.

- Se isso não me matar, é claro. - falei dando a mão rindo.

Então dei meia volta até o outro lado do carro, e entrei, sentei-me no banco e coloquei meu cinto, apertei o forte; afinal era Ed que estava dirigindo e pelo o que eu sei ele não era o melhor piloto do mundo. Ele girou a chave e deu partida com força me fazendo cravar as unhas no assento.

- Tem certeza que não quer ir de táxi? - sugeri nervosa.

- Calma, estamos indo bem. - disse.

- Indo bem pra morte, só pode. - falei.

Ele de um sorrisinho mas não disse nada, então ficamos calados por um tempo. Não demorou muito para chegarmos no hospital, então sai do carro e Ed me explicou que só iria voltar daqui a três horas, perfeito, era o tempo que eu precisava para conversar com Callie, como o usual e pegar minhas coisas. Então algumas fãs viram ele e pediram para tirar foto, surpreendente comigo. Disseram que nós éramos o melhor casal do mundo e depois saíram gritando. Ri-me.

Me despedi dele e assim, subi as escadas do hospital cumprimentando alguns residentes e internos e sem perceber, esbarrei com alguém deixando minha bolsa cheia de coisas cair no chão. Levantei meus olhos para reclamar com a pessoa e vi Charlie, bufei e comecei a pegar as coisas do chão.

- Será que você está em todo lugar? - perguntei cantando as coisas.

- Desculpa se trabalho no mesmo lugar que você. - respondeu me ajudando.

- Enfim, olhe por onde anda né? - falei enfiando as coisas na bolsa.

- Talvez eu tenha olhado. - disse dando um sorrisinho torto e sagaz.

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