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Londres, Bar, 21:40.

O funeral tinha sido regular, tocaram musicas que ela gostava, todos colocamos girassóis sobre seu caixão. Passei o final de semana na casa dos meus pais, apesar do enterro foi bom. Tive a oportunidade de reencontrar meus irmãos Tatiana, Julie e Darwin. Tatiana era minha irmã mais velha, tinha 29 e morava em Oxford com Klaus, o homem mais arrogante que já vi e seus três filhos Eva, Jack e Louis. Julie era um ano mais velha, morava em Suffolk mesmo, trabalhando em uma doçaria em quanto não arranjava emprego. E enfim Darwin, meu irmão de 19 anos que estava estudando Artes na faculdade.

E lá estava eu, em um bar com uma roupa ridícula só por que minha avó havia me dado aquela saia; bebendo e cheia de olheiras de falta de sono e choro. Então vi Ed, havia se passado três semanas que eu não o via, ele não tinha mudado muito. Sentou-se no banco ao lado do meu e pediu uma cerveja. Até que percebeu minha presença.

- Anna, oi, está tudo bem? - perguntou me olhando assustado.

- Exceto pelo fato de minha avó ter morrido,  ter ido ao funeral dela, chorado, não ter dormido pelos últimos três dias, estar usando uma saia enorme e ridícula só porque minha avó me deu e estar sem cirurgias em um tempo em avaliação por que saí com meu chefe? - falei. - Até que talvez.

Ele não falou nada.

- Qual é? Não preciso que você sinta pena de mim por que a vida não está sendo um milagre pra mim. - falei.

- Não estou sentindo pena de você. - disse. -Eu estou sentindo por você, mas sem a pena.

- Faz muito sentindo. - falei sarcástica.

Ele continuou bebendo a cerveja, e eu continuei mexendo o canudo em meus copo vazio, remoendo meus sentimentos. Ficamos quietos por bastante tempo, e eu também não estava afim de falar com ele, nem com ninguém. Hooch não havia me ligado nenhum desses dias para saber como estava, isso só me fez ficar mais irritada.

- Olha já sei, quer ir à minha casa hoje? - perguntou.

-Uau isso foi meio impulsivo. - falei. - Por que deveria aceitar?

- Oras, porque não? Não é como se você tivesse algo melhor para fazer. - disse.

-  Mas é claro que eu tenho!- exclamei.

- Como o que? Não pode ir no hospital, está de alta por causa da morte da sua avó. - disse.

- Eu posso ir para casa assistir televisão ou ir no cinema sozinha. - falei.

- Isso é meio triste. - disse.

- Isso é só por que você vive cercado de paparazzis, entrevistas,shows e eventos. - falei.

- Culpado.- disse levantando as mãos.

- Tudo bem, eu vou para sua casa. Você tem uma hora para me tirar do mar de depressão que eu estou navegando. - falei.

- Acho que já leva uma hora só para chegar lá.  - disse.

- Então por que está perdendo tempo?- perguntei.

O caminho até a casa de Ed era grande mesmo, ele morava fora de Londres, em um lugar onde não tinha muita gente, quase como um condomínio. Saltamos do táxi, já que Ed não era muito bom em dirigir, e ele abriu o portão. Ao entrar no jardim, vi que era enorme, mas estava escuro e não podia ver muito.

- Se passaram uma hora já. - falei. - Seu tempo se esgotou.

- Anda, vou te levar até meu estúdio. - falou.

Subimos algumas escadas e chegamos até o o quarto, que era como um estúdio só que também tinha uma cama. Perguntei se aquele era seu quarto, ele disse que não, mas dormia muito lá por causa que gravações o deixavam cansado. 

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