Three

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Baekhyun abriu o pacote daquela tarde.

Estranhamente, sempre chegava depois do almoço a revisão. Ele olhou entre as folhas de seu livro, um tanto ansioso, admitia.

Sorriu quando viu o guardanapo.

Não deveria, mas adorava receber semanalmente um desenho ilustrando cada capítulo, aquele era o quarto guardanapo e um tanto triste. Claro, havia chegado na parte em que o herói acorda sozinho sobre a cama de seu quarto. Eram traços feitos com precisão, apesar de ser evidente a pressa, um esboço dos lençóis e uma expressão desacreditada no personagem principal.

Pegou o papel fino e o colocou no mural pregado na parede, seguindo a ordem dos acontecimentos, era inspirador ver os desenhos, o ajudava a exteriorizar seus pensamentos e se sentir ainda mais motivado a escrever. Por sinal, a única coisa que se sentia disposto a fazer de qualquer forma.

Ah, as palavras.

Elas o faziam fugir de sua realidade medíocre e se perder em romances ilusórios, em cenários os quais nunca irá ver ou viver. Mas o fazia bem ter um objetivo, saber que conseguia alegrar alguém com seus dizeres bobos e contos água com açúcar.

Baekhyun tirava suas força dos personagens que inventava para cada trama, eles eram o seu oposto; sempre estavam dispostos a se arriscar em uma aventura e conhecer o mundo. Queria ser como eles, aqueles palavras eram o espelho do que tinha vontade de fazer, contudo lhe faltava coragem.

Com um suspiro, imaginou de quem deveriam ser aqueles desenhos tão bem feitos. Talvez algum ilustrador tenha acesso ao seu livro na empresa? Ou seria seu próprio revisor? Não sabia ao certo, mas gostava deles

Ver o desenho, também lhe remetia outra lembrança.

O motoboy moreno e bonito que sempre lhe sorria.

Baekhyun sentiu o rosto esquentar e balançou a cabeça, seria muita presunção da sua parte querer mais daqueles sorrisos, não era merecedor em sua concepção. Porém, sempre que estava na sacada e ele aparecia, acabavam se encaravam e o outro esticava os lábios, mostrando os dentes brancos e alinhadinhos em um sorriso um tanto fofo, que o deixavam com uma aparência infantil, mesmo tendo todo o porte de homem robusto e badboy usando jaqueta de couro e rodando por aí com sua moto.

O escritor começou a indagar sobre qual seria a verdadeira personalidade daquele homem.

Parecia ser gentil, afinal, a pessoa que sempre perdia alguns segundos para lhe dirigir um sorriso brilhante, mesmo que sempre fosse mal educado a ponto de fugir para a penumbra de seu quarto, era alguém que tinha algo doce em si, um coração bom.

Não era sua intenção ser rude, de fato. Apenas não sabia como reagir àqueles sorrisos, se sentia assustado consigo mesmo, com a reação de seu próprio corpo.

Baekhyun ouviu três toques na porta e estacou no lugar, pensando ser Jongin. O mais novo ainda não havia desistido de tentar falar consigo, apesar de não ser tão insistente quanto na primeira semana, quase três se passaram desde a sua chegado e o Byun, como o bom covarde que se sentia, só saia do quarto ao ver de sua sacada o Kim mais novo sair de casa.

— Baek, sou eu.

Com um suspiro aliviado, o loiro seguiu até a porta, destrancando-a. Kyungsoo estava parado com uma bandeja e entrou rapidamente, seguindo até a sacada, onde sabe que o amigo gosta de ficar e observar a rua, para deixar a comida.

Ver Baekhyun encarando a movimentação é quase como ver alguém observando uma obra de arte, sabe que é real, está ali na sua frente e ao mesmo tempo é abstrato, longe demais do seu poder de compreensão.

Park Chanyeol Knock on the DoorOnde histórias criam vida. Descubra agora