Eight

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Baekhyun entrou tímido no prédio de aparência antiga, ficando quieto ao lado de Chanyeol enquanto subiam os andares. Hesitou um segundo quando a porta foi aberta, não entrava na casa de outra pessoa há tempos. Havia ido até o apartamento de Kyungsoo poucas vezes, e só.

Não sabia como se portar ao certo.

Estava envergonhado.

— Bem, nós temos ótimas opções de restaurantes por perto! — Chanyeol começou puxando assunto para não deixar o menor tão quieto.

Contudo, o Byun observava ao redor com um sorrisinho maravilhado. Tudo naquele lugarzinho pequeno tinha um toque de Chanyeol. As pinturas penduradas na parede em frente ao sofá diminuto, onde deveria estar a TV. Baekhyun conseguia imaginar perfeitamente isso, o Park sentado ali, admirado cores e desenhos ao invés de ver um programa aleatório e banal.

A cozinha estava mais ou menos arrumada, mas nada muito exagerado, contudo, a porta aberta do quarto dava para ver que ali, sim, estava uma bagunça. Via telas em todos os cantos, papéis jogados e algumas tintas também.

— Eu disse que não era para reparar na bagunça. — o Park ralhou de brincadeira.

— Não estou reparando nisso. — respondeu.

— O que está vendo, então?

— Tudo. Você. Parece que vejo um pouco de você em cada lugar.

— Está falando que eu sou uma bagunça? — Chanyeol brincou, apenas para ouvir aquela risadinha baixa e bonita do Byun, e deixá-lo mais a vontade.

— Talvez.

Sorriam um para o outro e novamente o maior falou sobre os restaurantes por perto, então se jogaram no sofá, avaliando as opções antes de pedirem comida japonesa. Chanyeol puxava um assunto atrás do outro, e também havia trazido para sala seu caderno de desenho "oficial", o que fazia de forma mais profissional possível, com o intuito de treinar para seu teste. Havia outro caderno, um pessoal cheio de rabiscos de coisas que amava, e uma parte inteirinha com diversas nuances de Baekhyun, capturadas aleatoriamente.

Um sorriso pequeno, um nariz franzido, um olhar sereno.

Um conjunto inteiramente maravilhoso.

Não conseguia evitar. Então para não passar vergonha, decidiu que ainda era cedo para mostrar a ele tudo que já havia desenhado tendo-o como inspiração.

E que inspiração.

Sentados lado a lado no sofá de Chanyeol, comendo algo quentinho e conversando baixinho sobre todas as coisas que têm em comum, de diferente e que ainda não sabem um do outro, aquele momento se tornou... mágico.

Nenhum dos dois soube narrar ao certo o que acontecia para ter o coração acelerado, os dedos trêmulos e o sorriso sincero.

Sequer Baekhyun, um ótimo escritor, conseguia palavras para descrever como era bom estar ao lado de Chanyeol, e pela primeira vez sentiu na pele todas aquelas emoções que descrevia com fervor quando algum de seus personagens estava apaixonado.

E era incrivelmente melhor sentir do que imaginar.

— Baekhyun... — chamou baixinho.

— Sim?

— Você me deixaria te desenhar?

— C-como? Agora?

— É... Eu sempre quis ter um tempo para te desenhar, mas nossos encontros acabam sendo tão rápidos. Claro, eu vou entender se não quiser.

Park Chanyeol Knock on the DoorOnde histórias criam vida. Descubra agora