Chanyeol passou todos os dias seguintes ao encontro barra invasão à casa do autor, olhando o celular na esperança de receber uma mensagem. Ao mesmo tempo, ele sabia que era pedir demais que o homem, depois das barbaridades que ouviu, destinasse um tempinho para ficar jogando conversa fora consigo.Porém, o que fazia o Park roer as unhas era, de fato, a preocupação. Ele queria poder fazer alguma coisa, qualquer coisa, para tirar o brilho triste dos olhos de Baekhyun. Ele era bonito, mas tão bonito, que ao invés de um, o caderno de rascunho do desenhista estava lotado de traços, esboços e partes do rosto do escritor. Quando não tinha nada para fazer, ele se pegava desenhando os lábios finos, as bochechas rosadas, os cílios longos e úmidos que viu na única vez que esteve perto o suficiente do loirinho.
Cada detalhe daquele homem o encantava.
No final de semana, jogado no apartamento pequeno e encarando o teto da sala, Chanyeol se perguntava o que fazer para conseguir uma aproximação, sem assustar Baekhyun. Estava tão perdido nos próprios pensamentos que pulou ao ouvir alguém batendo à sua porta.
— Quem é? — gritou, cheio de preguiça e com a mínima vontade de se levantar.
— O lobo mau. — a voz de Sehun soou grave e forçada, arrancando uma risada do Park. — Quem mais seria Chanyeol, eu sou a única pessoa que conhece na cidade.
— Mentira! — o moreno continuou gritando, mas se levantou para abrir a porta. — Eu fiz alguns amigos no trabalho. — rebateu, encarando o vizinho que riu baixinho.
— E eles sabem aonde você mora?
— Não.
— Então, tenho meu ponto.
— O que quer, Hunnie? — Chanyeol revirou os olhos, o garoto era um tanto infantil mesmo que a diferença entre eles seja apenas de alguns meses.
O Park chegou à cidade toda atrapalhado, sem saber atravessar a rua direito, se perdendo no próprio bairro e mais confuso que barata tonta. Sehun, o vizinho desocupado, acabou ajudando-o bastante nas primeiras semanas, por isso se tornaram bastante próximos em pouco tempo. Luhan era namorado do Oh, mas morava em um bairro mais afastado, um lugar de gente rica. Ele mentia para os pais que estava ensaiando para suas peças ao encontrar o namorado e sempre estava dormindo na casa de um amigo, quando na verdade estava na periferia da cidade.
Chanyeol não sabia muito bem como aquilo tinha começado. Como o mauricinho do curso de artes cênicas e que, posteriormente, ganhou um papel de ator em um teatro famoso, havia se apaixonado pelo garoto pobretão que entregava frango para conseguir pagar o aluguel e estudava dança em uma abrigo de "arte de rua" para pessoas sem condições financeiras de pagar uma academia renomada.
Mas, de um jeito muito estranho, eles se dava bem.
Quer dizer, as brigas eram constantes, mas sempre tão supérfluas que eram mais engraçadas de ser presenciadas do que sobre algo realmente sério.
— Hoje é a peça do Luhan, cara.
— Tô fora. — tentou fechar a porta, contudo o outro colocou o pé dentro do apartamento, empurrou a porta de leve, adentrando o local sem ser convidado.
— Qual é, não me deixa na mão.
— Hunnie, eu não vou ficar mais duas horas em um musical de adolescentes.
— O que eu posso fazer se ele é velho e tem aquela carinha de anjo? — Sehun revirou os olhos.
Luhan não era "velho", mas o Oh adorava implicar com ele por isso, tinha apenas vinte e seis anos, ora essa, e um rostinho de quinze.
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Park Chanyeol Knock on the Door
Fanfiction[Chanbaek] Byun Baekhyun é um escritor famoso que tem medo de sair do próprio quarto, por isso desenvolveu a mania de ficar olhando a rua sentado em sua sacada. Foi assim que reparou no novo motoboy alto e moreno que trazia os rascunhos de seu livro...