Thirteen

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Chanyeol voltou a fazer desenhos para Baekhyun, como antes de se conhecerem. Desta vez não eram em guardanapos, mas continuavam sendo rascunhos de coisas em seus dia que o remetia ao escritor.

A fachada de uma lanchonete que foram juntos, uma sorveteria que queria levá-lo, o terraço da empresa. Algumas vezes deixava com Kyungsoo, já em outros dias levava até o prédio de Baekhyun e colocava na caixa de correio, sabia que Jongin entregaria a ele.

Era um desses desenhos que o Byun segurava quando Junmyeon parou em frente ao quarto, a porta estava aberta. O psicólogo observou o rosto sério de Baekhyun se suavizar aos poucos, e um pequeno sorriso nascer em seus lábios.

Chanyeol era mesmo um tolo insistente, e isso fazia seu sentimento por ele crescer ainda mais, assustando-o na mesma proporção.

— Boa tarde, Baekhyun.

— Olá, Jun.

— Outro desenho de Chanyeol? — perguntou como quem não quer nada, ao se acomodar na poltrona perto do Byun.

— Sim, ele desenhou uma livraria, meus livros estavam na vitrine e ele lembrou de mim.

— E você? Tem pensando nele?

— A todo instante. — respondeu baixo e cheio de saudade.

— Quanto tempo não se falam?

— Duas semanas? Mais ou menos isso...

— Ainda com medo? — Junmyeon questionou. — De Chanyeol deixá-lo?

— Sim. Não. Quer dizer, não mais. Eu não sei, precisava de um tempo para se entender tudo... entender esse sentimento.

— E conseguiu?

— Não mesmo. — Baekhyun riu de leve, como um tolo.

— Por que acha isso? Que não conseguiu entender o que sente por Chanyeol?

— Pois toda vez que tenho uma certeza, ela escorrega entre meus dedos, quando acho que não vai dar certo ele me manda desenhos do seu dia. Quando sei que posso contar com ele eu me assusto com a possibilidade de confiar tanto em alguém novamente. Eu não desconfio dos sentimentos de Chanyeol no momento, esse é o problema, eu desconfio de mim e do que pode acontecer no futuro. Tudo pode mudar de uma hora para outra.

O Byun suspirou, apertando o desenho contro o peito e o psicólogo sorriu, feliz em vê-lo expor seus sentimentos.

— Mas não é isso que significa amar? Transformar, evoluir, transcender, mudar não precisa ser ruim, Baekhyun, você não precisa mudar sozinho, podem fazer isso juntos.

O escritor arregalou os olhos, não só por causa daquela constatação, mas pela palavra que Junmyeon usou para descrever o que sentia. Amor. Seu coração aqueceu ao perceber que era aquilo. Chanyeol o amava, por isso queria lhe dar certezas que nem ele mesmo tinha. Na verdade, Chanyeol queria criar essas certezas ao seu lado. Juntos construindo algo em que se agarrar.

Igual ao que sentiu por Luhan, e de forma contraditória, completamente diferente. Com seu primeiro namorado eram jovens, inconsequentes e novos no amor, tinham toda certeza do mundo, mesmo que essa certeza durasse apenas naquele momento. Já com Chanyeol, havia toda a tola esperança do amor com certezas infundadas, mas diferente do passado, os dois sabiam que essas certezas eram instáveis e que precisariam lutar para torná-las concretas.

Chanyeol não estava lhe prometendo um amor fácil e seguro, ele estava lhe prometendo o amor. E o amor é o sentimento que vem acompanhado de vários outros. Não se pode falar de amar sem falar um pouco também de paixão, incerteza, insegurança, medo, alegria, esperança... tantas sensações implícitas em uma única palavra.

Park Chanyeol Knock on the DoorOnde histórias criam vida. Descubra agora