Nine

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O verdadeiro medo de Baekhyun estava diretamente ligado ao fato de se apagar as pessoas, de se envolver, de amar — independente da forma — e depois sofrer. Ser abandonado.

Quanto mais conversava com Junmyeon sobre isso, mais sentia-se disposto a enfrentar esse medo, deixar que as pessoas tomassem espaço em sua vida novamente. Estava cansado de ser solitário. Claro, eram passos pequenos, mas a cada conversa com Jun, Baekhyun sentia-se mais leve.

Mais livre.

Chanyeol tinha uma enorme parcela de culpa nisso, mas não era o único. Kyungsoo, sempre ao seu lado, e Jongin conquistando sua confiança aos poucos, mostravam a Baekhyun que sentir pode ser muito melhor do que uma vida apática.

Pensava que em apenas vivenciar o amor de seus personagens, sentiria-se vivo o suficiente, mas não vivia, de fato, apenas existia em falsas alusões do mundo.

Uma mensagem chegou em seu celular, era Kyungsoo:

"Posso passar por aí?"

Era uma sexta-feira a tarde, e Baekhyun havia combinado de encontrar Chanyeol no dia seguinte, já que queria terminar uns últimos ajustes de seu livro.

"Claro, aproveite para levar a correção final do livro."

"Está mesmo inspirado" Kyungsoo mandou "ou apaixonado?" veio em outra mensagem, fazendo Baekhyun rir.

Em alguns momentos, gostava de parar e pensar em tudo que tem feito com Chanyeol, em seus sentimentos. Já em outros, teme se assustar com o tamanho de tudo que está nascendo em seu coração.

"Só vem logo, Kyung" enviou ao amigo. "E traga algo gostoso para comer."

"Está ficando abusado!" o editor respondeu, sorrindo.

Geralmente os Kim saíam nas sextas-feiras para jantar fora ou em algum evento da família, e havia sua mãe comentando com Jongin no almoço — pois os dois estavam comendo juntos na cozinha — sobre uma festa que precisaria ir mais tarde.

Nini declinou o convite, e Baekhyun pensou que talvez, só talvez, pudessem repetir o que haviam feito na semana anterior. Uma sala vazia, um televisão grande, um bom filme e excelente companhia.

Enquanto voltava a se concentrava nos detalhes finais de seu livro, o tempo passava.

Algumas horas depois, Jongin chegou em casa, sentindo-se cansado, mas acabou sorrindo ao ver Kyungsoo à sua porta. O menor tentava equilibrar duas caixas de pizza em uma mão para tocar a campainha, fazendo quase tudo cair.

O Kim riu, ajudando-o ao pegar uma das caixas e abrir a porta com sua chave.

— Teremos uma festa e ninguém me convidou? — perguntou descontraído, recebendo aquele mesmo olhar desconfiado de sempre, acabou ficando um pouco ofendido. — Hey, não mereço um voto de confiança seu já que Baekhyun está mais próximo de mim?

— Ele está?

— Sim! — respondeu empolgado, enquanto os dois deixavam as caixas sobre a mesa da cozinha. — Nós estamos muito próximos essa semana, temos almoçado juntos todos os dias e estamos conversando normalmente.

Jongin sorriu grande, feliz por estar conseguindo se melhor amigo de volta, e o Do pareceu impressionado com aquilo.

— Isso é bom.

— Também acho. — o maior se aproximou, envolvendo os ombros do editor. — Agora só falta você me dar uma chance.

O menor levantou uma sobrancelha, nem um pouco afetado ou intimidado com a proximidade.

Park Chanyeol Knock on the DoorOnde histórias criam vida. Descubra agora