Four

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Dizer que Chanyeol pulou de alegria ao ver a caligrafia bonita pregada no envelope daquela tarde era quase um eufemismo, pois o motoboy praticamente gritou, fazendo uma dancinha ridícula na rua, passando vergonha e pouco se importando com isso.

Ele gostava!

Baekhyun gostava de seus desenhos, e melhor ainda, não sabia quem os fazia, por isso nunca havia falado consigo.

Parando para pensar, o Park se sentiu realmente um idiota, claro que ele não poderia saber que os rascunhos eram seus, ora essa, o livro passa em diversas mãos na empresa, como o pobre escritor poderia imaginar que o motoboy pegaria — ilicitamente — suas folhas para ler e de quebra começaria a fazer desenhos sobre os acontecimentos?

Estava muito claro!

O Byun não o odiava, e provavelmente fugia de si por vergonha. Existia um número, absurdamente alto na opinião do Park, de artistas reclusos. Escritores, pintores, cantores... Muitos preferiram o anonimato por temer multidão, e Chanyeol pensou que aquele era o caso de Baekhyun. Até conseguiria entendê-lo, afinal, deve ser muito chato ter pessoas querendo um vislumbre da sua vida a todo momento.

Por isso o moreno foi até a editora, guardando consigo o papel de Baekhyun e contando as horas para voltar até aquela casa de porta azul.

Algo que não demorou tanto, apesar de todos os cinco dias parecerem anos para o Park. Logo ele estava lá novamente, com um sorrisão no rosto direcionado ao escritor, que o encarava da sacada, e apontando para o envelope.

Baekhyun ficou desconcertado, é claro, sem entender porque aquele homem parecia tão radiante ao entregar a correção de mais um de seus capítulos, e ainda mais ao perceber que ele parecia querer lhe entregar o envelope, acabou soltando uma risadinha pela forma como o motoboy gesticulava, todo empolgado, para o pedaço de papel em suas mãos.

Ele tocou a campainha, deixando-o com a mulher emburrada de sempre, e partindo em seguida, sem perder o sorriso no rosto ao acenar para o Byun. Tomado pela curiosidade, o loirinho abriu porta do quarto, se certificando de que Jongin ainda não havia voltado, e desceu as escadas, pegando o envelope que estava no balcão, e voltando para o cômodo antes que sua mãe pudesse puxar algum assunto que pudesse lhe deixar ansioso.

Puxou o conteúdo e viu o desenho, sorrindo de leve com aqueles rabiscos que estavam lhe trazendo felicidade, talvez um pouco tola e sem sentido. Mas assim era a alegria, não tinha motivos aparentes para surgir, apenas chegava, fazendo moradia. E Baekhyun torcia para que dela vez, ela decidisse ficar.

A felicidade mais sincera é aquela que não tem prazo de validade, ou valor definido.

Porém, enquanto encarava sorrindo o desenho daquele dia, apesar dos traços serem tristes devido aos acontecimentos do livro, o Byun viu que havia mais. Na parte de trás do guardanapo algumas palavras estavam rabiscadas em uma caligrafia desleixada.

"Eu sei que não me conhece, e me perdoe por isso. Amo suas histórias, não me odeia por desenhá-la ou ler algo que não deveria. Me chamo Park Chanyeol, nos vemos sempre que levo os envelopes para você."

O motoboy!

Um sentimentos gostosinho tomou seu peito, junto com um rubor no rosto. Era o homem que sempre sorria para si! Ele não o fazia por educação, mas por realmente admirá-lo.

Perceber aquilo deixou o escritor um pouco constrangido e se sentido mal por nunca ter sido educado com ele também.

Olhou novamente o desenho e mordiscou os lábios, sentindo-se confiante como não acontecia há muito tempo, ainda não sabia ao certo o que responder, mas decidiu que quando ele aparecesse novamente, iria mostrar que poderia ser uma pessoa melhor.

Park Chanyeol Knock on the DoorOnde histórias criam vida. Descubra agora