Eleven

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Kyungsoo e Baekhyun tomavam chá na na sala do apartamento, o escritor admitia que sentia um pouco de saudade da sua sacada, não da casa em si, mas da visão da rua, da brisa gelada no rosto ao final da tarde. Talvez fosse apenas uma pegadinha de sua cabeça por ter criado uma falsa sensação de segurança ao se trancar no quarto, talvez realmente gostasse de ver o movimento da vizinhança. Havia uma varanda no apartamento, ainda não se acostumou com a altura do quinto andar, por isso não ficava muito lá fora, mas a porta de correr estava aberta, fazendo o som meio caótico da cidade invadir o ambiente.

Era só mais uma tarde não muito tranquila lá fora, e daquela vez o Do estava ali a trabalho, para discutirem o novo livro de Baekhyun que seria lançado em alguns meses.

A primeira revisão estava quase no final, depois teria mais uma revisão geral — feita por outro profissional, para acertar pontos soltos — então a confecção da capa, divulgação, diagramação e impressão. Era uma longa jornada, mas todos os detalhes precisavam passar pelo autor, afinal, eram suas palavras ali postas.

Kyungsoo percebeu que havia algo diferente em Baekhyun. Não estranho, mas certamente uma sensação que não queria ter; não via aquela feição desanimada no amigo há semanas e toda a preocupação rotineira voltou à tona.

Será que o Byun sentia-se muito sozinho pelas manhãs, quando Jongin estava na empresa? Será que estava faltando algo ao amigo? Kyungsoo respirou fundo enquanto esperava Baekhyun ler sobre os retoques da primeira revisão.

— São alguns erros bobos que cometi, ainda hoje eu arrumo e pode pedir para Chanyeol passar aqui amanhã ou te entrego quando vier novamente.

O editor franziu o cenho, desde quando Baekhyun desperdiçava uma oportunidade do Park ir até ele?

— Está tudo bem?

— Sim, já disse, foram erros meus.

— Não foi isso que quis dizer, você está bem, Baekhyun? — Kyungsoo encarou o amigo, vendo-o hesitar.

Baekhyun estava com medo. Apavorado. Nos últimos dias havia uma sensação crescente em seu peito, algo que lhe dizia para voltar a seu quarto e não sair mais, que seria melhor desistir das pessoas antes que acabasse se machucando novamente. Talvez a aparição de um dos maiores fantasmas de seu passado tenha o despertado para aquilo, talvez todos os finais sejam o mesmo.

Algo lhe dizia que, na verdade, ser magoado por Chanyeol doeria muito mais do qualquer outro abandono proposital que já passou. Não estava pronto para isso, para essa dor, para esse sentimento.

Ao mesmo tempo, o próprio Byun tentava se manter forte, controlar os pensamentos pessimistas e seguir em frente. Era uma batalha dentro dele, de sua cabeça, e não sabia ao certo qual caminho seguir. Cogitou mentir para Kyungsoo, mas ao encará-lo soube que seria pior se o fizesse, por isso suspirou.

— Não sei ainda, estou com algumas coisas na cabeça e preciso pensar, mas não se preocupe, são todas essas mudanças que aconteceram de forma muito rápida, ainda tenho que me acostumar... — Baekhyun sorriu pequeno. — Principalmente com Jongin fazendo o jantar, ele não cozinha muito bem, sabe? Mas insiste em comer comigo, preciso aprender a fazer comida logo se não os dois serão internados com algum tipo de intoxicação.

Os amigos riram do Kim, que se mostrava cada vez mais uma pessoa sensata e cheia de energia, o melhor amigo que Baekhyun se lembrava da adolescência. O mesmo espírito alegre e carinhoso estava lá, deixando o próprio Byun um pouco nostálgico de quando era tão animado quanto ele.

— Bem, posso colocar mais uma dúvida na sua cabeça então? Na verdade é uma sugestão para pensar, não existe resposta certa ou errada, você deve fazer o que se sentir confortável em fazer.

Park Chanyeol Knock on the DoorOnde histórias criam vida. Descubra agora