O motoboy não tinha lá muitas certezas em sua vida, sempre foi um cara questionador. Contudo, quando alguém dizia: precisamos conversar, Chanyeol já entrava em alerta, nunca era uma coisa boa, afinal.
Por isso, quando Kyungsoo apareceu ao seu lado na empresa dizendo que precisava falar seriamente com ele, o Park já imaginava formas de implorar por seu emprego, não poderia ficar desempregado quando estava tão próximo da primeira fase dos testes para a academia de artes a qual queria entrar.
Eles andaram pelos corredores, e o Park sabia para onde estavam indo assim que Kyungsoo abriu a porta da escadaria. Os dois seguiram para o topo do prédio, ainda era cedo então o céu estava meio acinzentado, devido ao tempo nublado, sem as cores bonitas que viu ao lado de Baekhyun.
Seul parecia grande e caótica naquele dia.
Talvez fosse a presença do escritor que dava cor as coisas, mesmo que ele se achasse incolor. Talvez Chanyeol o pintasse.
Estava divagando sobre o Byun quando percebeu Kyungsoo parado na sua frente, com os braços cruzados e uma feição nem amigável, nem raivosa. Estava complemente livre de expressão, neutro, impassível.
— Soube que tem conversado com Baekhyun. — ele começou, fazendo o maior acenar com a cabeça e engolir em seco. — Por quê?
— E-eu... quer dizer, não sei... Eu só...
— Chanyeol — Kyungsoo o chamou. — Eu não estou te chamando aqui como editor. O que quero dizer é que não tem nada a ver com seu emprego, eu estou conversando com você como alguém que se importa muito com Baekhyun, e tem medo de que ele se machuque.
O Park franziu o cenho, mas relaxou ao perceber que não estava com os dias contados na empresa. Novamente se questionou sobre o relacionamento entre o editor e o escritor, mas deixou isso de lado ao perceber que Kyungsoo esperava uma resposta.
— Eu só estava curioso no começo... — disse baixinho. — Sempre adorei os livros de Baekhyun, e quando eu fui na casa dele pela primeira vez quem me atendeu foi uma mulher, creio que seja sua mãe, e eu nunca o vi por muito mais do que alguns momentos na sacada, até que um dia ele atendeu a porta e também teve uma vez que ouvi uma discussão na casa dele, foi sem querer, eu juro, mas isso me fez querer... protegê-lo. — Chanyeol encarou o menor que ainda não esboçava nada do que passava em sua mente. — Sei que não tenho esse direito, mas eu quis conhecer mais de Baekhyun, ajudá-lo, ele parecia tão triste. E sem que eu percebesse já estava...
Chanyeol corou, parando de falar e arregalando os olhos, ele encarou o próprio pé, sentindo-se muito constrangido e traído pela própria mente. O que iria falar para Kyungsoo? Ainda nem sabia o relacionamento dele com Baekhyun! O menor entendeu o que o Park quis dizer, e não forçou-o a continuar falando, apenas suspirou ao se virar. Encarou a cidade que, mesmo cedo, já estava agitada, Seul não parava.
— Ele não se aproxima das pessoas, mas parece gostar da sua companhia...
— Sério?
— Sim, ele se sente confortável com você, e isso é muito bom, vê-lo se soltar um pouco.
— Mas? — Chanyeol perguntou, pois era o que estava implícito no tom do voz do menor.
— Baekhyun já passou por muita coisa, ele perdeu o pai de uma forma trágica e em momento em que tudo estava ruindo na vida dele, entende? Eu o conheci quando ele já estava assim, devastado por temores, e vê-lo melhorar me deixa muito feliz, mas eu também tenho medo de tudo acabar ficando ainda pior se algo der errado.
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Park Chanyeol Knock on the Door
Fanfiction[Chanbaek] Byun Baekhyun é um escritor famoso que tem medo de sair do próprio quarto, por isso desenvolveu a mania de ficar olhando a rua sentado em sua sacada. Foi assim que reparou no novo motoboy alto e moreno que trazia os rascunhos de seu livro...