Seven

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O motoboy não tinha lá muitas certezas em sua vida, sempre foi um cara questionador. Contudo, quando alguém dizia: precisamos conversar, Chanyeol já entrava em alerta, nunca era uma coisa boa, afinal.

Por isso, quando Kyungsoo apareceu ao seu lado na empresa dizendo que precisava falar seriamente com ele, o Park já imaginava formas de implorar por seu emprego, não poderia ficar desempregado quando estava tão próximo da primeira fase dos testes para a academia de artes a qual queria entrar.

Eles andaram pelos corredores, e o Park sabia para onde estavam indo assim que Kyungsoo abriu a porta da escadaria. Os dois seguiram para o topo do prédio, ainda era cedo então o céu estava meio acinzentado, devido ao tempo nublado, sem as cores bonitas que viu ao lado de Baekhyun.

Seul parecia grande e caótica naquele dia.

Talvez fosse a presença do escritor que dava cor as coisas, mesmo que ele se achasse incolor. Talvez Chanyeol o pintasse.

Estava divagando sobre o Byun quando percebeu Kyungsoo parado na sua frente, com os braços cruzados e uma feição nem amigável, nem raivosa. Estava complemente livre de expressão, neutro, impassível.

— Soube que tem conversado com Baekhyun. — ele começou, fazendo o maior acenar com a cabeça e engolir em seco. — Por quê?

— E-eu... quer dizer, não sei... Eu só...

— Chanyeol — Kyungsoo o chamou. — Eu não estou te chamando aqui como editor. O que quero dizer é que não tem nada a ver com seu emprego, eu estou conversando com você como alguém que se importa muito com Baekhyun, e tem medo de que ele se machuque.

O Park franziu o cenho, mas relaxou ao perceber que não estava com os dias contados na empresa. Novamente se questionou sobre o relacionamento entre o editor e o escritor, mas deixou isso de lado ao perceber que Kyungsoo esperava uma resposta.

— Eu só estava curioso no começo... — disse baixinho. — Sempre adorei os livros de Baekhyun, e quando eu fui na casa dele pela primeira vez quem me atendeu foi uma mulher, creio que seja sua mãe, e eu nunca o vi por muito mais do que alguns momentos na sacada, até que um dia ele atendeu a porta e também teve uma vez que ouvi uma discussão na casa dele, foi sem querer, eu juro, mas isso me fez querer... protegê-lo. — Chanyeol encarou o menor que ainda não esboçava nada do que passava em sua mente. — Sei que não tenho esse direito, mas eu quis conhecer mais de Baekhyun, ajudá-lo, ele parecia tão triste. E sem que eu percebesse já estava...

Chanyeol corou, parando de falar e arregalando os olhos, ele encarou o próprio pé, sentindo-se muito constrangido e traído pela própria mente. O que iria falar para Kyungsoo? Ainda nem sabia o relacionamento dele com Baekhyun! O menor entendeu o que o Park quis dizer, e não forçou-o a continuar falando, apenas suspirou ao se virar. Encarou a cidade que, mesmo cedo, já estava agitada, Seul não parava.

— Ele não se aproxima das pessoas, mas parece gostar da sua companhia...

— Sério?

— Sim, ele se sente confortável com você, e isso é muito bom, vê-lo se soltar um pouco.

— Mas? — Chanyeol perguntou, pois era o que estava implícito no tom do voz do menor.

— Baekhyun já passou por muita coisa, ele perdeu o pai de uma forma trágica e em momento em que tudo estava ruindo na vida dele, entende? Eu o conheci quando ele já estava assim, devastado por temores, e vê-lo melhorar me deixa muito feliz, mas eu também tenho medo de tudo acabar ficando ainda pior se algo der errado.

Park Chanyeol Knock on the DoorOnde histórias criam vida. Descubra agora