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Acordo as 2 dá manhã, com o telefone dá sala tocando. Levanto rapidamente e atendo o telefone.

-Ola quem fala? -Pergunto

-Oi. Aqui é do hospital São Bernardo. Queríamos informar que Dona Eliza vaio a falecer a meia hora atras. -Largo o telefone no chão e começo a chorar.

Eu acho que de todos os sofrimentos que já tive, esse foi o pior. Eu chorava, gritava de dor, angústia e medo. O que seria de mim sem ela? O que eu aria quando estivesse me sentindo sozinha?
Me lembrei dá vez em que eu era pequena, e minha avó me contou uma história.

"Minha princesa. Lembre-se dessa história, quando precisar de mim, e eu não puder ajudar.
Terá um dia, em que todos nós morreremos. Um dia em que não terá mais ninguém para contar a nossa história. Para contar as pessoas de nosso futuro, como vivíamos. Então, temos que aproveitar a vida o máximo que pudermos. Porque um dia tudo acabará. Terá um dia que você chegará ao fim dá vida. Que você não poderá mais ajudar sua família, ou seus amigos. E você sofrerá. Todos ao seu redor sofrerão.
Terá um dia em que eu, morrerei, em que eu chegarei ao fim de minha jornada. Mas lembre-se que eu sempre estarei te protegendo. Seja onde for e quando for. Eu serei seu anjo dá guarda."

Continuo a chorar, já sem forças para levantar e seguir a vida. É como se um pedaço de mim, fosse arrancado e pisoteado.

Após alguns minutos chorando, meu irmao e minha mãe descem.

-O filha, eu sinto muito. -Fala chorando

-Pois é mana, não fica assim. -Diz me abraçando.

Ficamos ali chorando e unidos como uma verdadeira família.
Decidi tentar dormir um pouco. O que foi uma má idéia. Eu não consegui mais dormir. Eu estava muito cansada e abalada com tudo isso.

As 8 dá manhã, nos arrumamos e fomos para o velório.
Chegando lá, entrei na igreja e a vi. Com um lindo vestido branco, que se não me engano foi o que ela usou em seu casamento. Com uma bela maquiagem e com o cabelo arrumado.
Quando encostei nela, estava gelada. Era uma sensação muito ruim, encostar em uma pessoa e ela estar....Gelada. O gelado morto. Como se ela tivesse morrido por causa de uma hipotermia.

Quando saímos do velório, fomos almoçar. Eu não comi. Não tinha forças para isso.

-Filha, você tem que comer.

-Nao quero.

-Sua vo não irá gostar Lu.

-Mais ela não tá mais aqui ou está? Não ela não esta. Ela não sabe o que eu faço ou deixo de fazer. -ela abaixa a cabeça e não fala mais nada.

A fome já tava começando a bater. Ainda mais quando se está dentro de um restaurante. Decido comer um pouco.

-Ta eu como. -Falo

-Que bom. -Minha mãe sorri

Me levanto, pego um prato e me sirvo. Peso o prato e me sento para comer.

Terminamos de comer e fomos para casa. Mas..Como pensei, comer foi em vão.
Cheguei em casa e corri para o banheiro, onde coloquei toda a comida pra fora.

-Filha você tá bem?

-To mãe. Só que a comida não me fez bem. -Digo enquanto me lavo.

-Se tu diz... -ela fala

Saio do banheiro e resolvi me deitar. Eram 14 horas. Acho que posso dormir um pouco.

Uma garota diferente Onde histórias criam vida. Descubra agora