Índia?
Eu não conhecia a medicina muito bem, mas tinha certeza que estava tendo um ataque de pânico.
Sentia ondas de calor tomando conta do meu corpo e estava suando, sentia dificuldade para pensar, como se uma bola de ferro pressionasse minha mente.
Caminhei de um lado para o outro, sentindo os tremores abalarem meu corpo de uma forma incontrolável.
Índia!
Eu estava indo para Índia.
Não!
Aquilo era um sonho, só podia ser. Sempre fui muito criativa ao sonhar, isso fazia parte de uma das minhas fantasias.
- Mande-os voltar. – Falei passando os braços em volta dos meus ombros, em pânico. – Agora! De a volta, eu quero voltar agora.
- Anne...
- Eu quero voltar, eu quero voltar. – Minha voz falhou de tão alta enquanto repetia: – Quero voltar para a Inglaterra, agora.
- Estamos em mar aberto, eles não podem, não tem permissão para isso, escute...
-Não, não – Tapei meus ouvidos – Quero voltar agora... Por favor, por favor, eu. . .
Comecei a andar de um lado a outro, estava me sentindo sufocada naquela cabine, andei desesperadamente em direção à porta.
- A onde você vai?
De repente a voz de Tomas ficou baixa.
- Você quer um copo de água? – Uma voz distante falou – Uma taça de vinho, talvez?
Abri a boca para falar, mas apenas um guincho saiu da minha garganta.
Em pânico, coloquei as mãos na boca, elas estavam tremendo.
- Anne, respire fundo.
Tudo começou a escurecer de repente.
----------------------------------------FdÍ--------------------------------------
Despertei com o barulho de algo caindo no chão, abri os olhos, alarmada e a primeira coisa que vi foi Tomas, adormecido em uma poltrona. Meu livro jazia aos seus pés.
Tentei engolir, mas não obtive sucesso, olhei em volta, procurando por algum indicio de água e avistei minha bandeja de comida, que ainda estava no mesmo lugar.
Levantei-me com cuidado, minhas pernas tremiam, estava me sentindo fraca, provavelmente pelo tempo que passei sem comer.
Alcancei a mesa com dificuldade, destampei a bandeja e encontrei o tão sonhado copo de água.
Minhas pernas fraquejaram de repente e senti meu corpo ceder aos poucos com meu próprio peso.
- Opa... – Mãos rodearam minha cintura. – Peguei você.
Tentei fazer força para levantar mais não consegui.
- Me desculpe. – Fiquei constrangida. – Por favor, me coloque na cama.
Senti ele me arrastar e me colocar sentada.
- Isso é humilhante, desculpe. - Murmurei.
Tomas pegou o copo de água e me entregou.
- Não, isso é fraqueza. Há quase dois dias não come nada.
Dois dias? Eu estava há quase dois dias naquele barco?
Minha respiração ficou entrecortada e senti um formigamento na ponta dos dedos.
- Ei. . .Ei. . . – Tomas pegou minhas mãos com delicadeza – Respire fundo Anne, respire. Não entre em pânico agora, pode fazer mal.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Flor da Índia
Romance- Dance para mim - Ele pediu. O véu tremulou com minha respiração entre-cortada. - O que ganho com isso? - Perguntei baixinho. - O que quiser: Jóias, ouro, diamantes, adornos, será tudo seu. - Sorriu de forma solicita - Peça. Meus lá...