Olhos de tempestade

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Genteeeeeeeeeeeeeeeee

Vamos chegar a 3K, Tô pirando seus lindoooos, muito obrigada, não vou perturbar, só quero avisar que tem recadinho no final do capítulo.






- Não se mova. – Ralhou o pintor.

Não me mexer?

Tudo bem, eu conseguiria isso, conseguiria mesmo, era só manter uma criança de um mês completamente parado, enquanto o segurava de frente, para que seu belo rosto ficasse a mostra, e isso sem contar que eu estava trajando o mais belo e mais pesado sári de toda a minha vida e ainda estava em pé, a pelo menos duas horas.

Tudo bem, eu conseguia fazer isso.

Abri um sorriso forçado para o pintor.

Nas últimas semanas, meu vocabulário de xingamentos havia crescido surpreendentemente, e isso sem que eu tivesse acesso a nenhuma fonte extra, havia descoberto que havia mais coisas ruins dentro de mim do que imaginara inicialmente.

Anala se contorceu, impaciente, já não queria mais ficar naquela posição e algo me dizia que ele estava cansado de chupar a mão.

- Acho de devemos fazer uma pausa. – Khaleel falou de modo firme.

Então o pintor parou o que estava fazendo.

Quando nosso filho fez uma semana de vida, meu marido teve a brilhante ideia de fazermos um quadro, para que eu me lembrasse dele assim, pequeno e frágil, antes que os anos o tornasse o homem forte que eu sei que ele se tornaria.

Mas o preço estava se saindo um pouco alto, pois não era nada fácil ficar dia após dia, coberta de joias e ornamentos, segurando um bebê relativamente rechonchudo, por horas e horas.

Khaleel estendeu o braço e pegou Anala de mim, fiquei aliviada ao sentir o peso sair de minhas mãos. Eu amava meu filho mais do que minha própria vida, mas ele era grande e forte, e depois de algum tempo, se tornava difícil ficar com ele nos braços.

- Você está bem? – Percebi que ele também estava suando.

Concordei com a cabeça.

- Agora falta pouco, não é mesmo? – Minha pergunta soou quase esperançosa.

Khaleel sorriu, então olhou para o pintor, como se quisesse confirmar.

- Sim, majestade, agora preciso terminar alguns detalhes na aparência dos três, então vou precisar de mais alguns dias para me ater aos detalhes, mas a presença dos três não será necessária.

Eu não gostava do pintor, ele não falava comigo como se eu fosse uma pessoa, como a maioria das pessoas naquele palácio, ele pensava que eu era apenas um mero objeto decorativo.

E eu deveria parecer mesmo um, pelo menos em público, pois não acho que algum homem naquele país sabia que aquela mulher com o rosto coberto e de cabeça baixa no dia da apresentação do herdeiro, era a mesma mulher que havida ajudado a resolver o problema com os rebeldes.

E havia sido uma solução bem aceita, tanto pelos conselheiros quanto pelas pessoas comuns, dos próprios vilarejos.

Mas essa pequena vitória não me deixara satisfeita, eu queria mais, queria saber mais, aprender mais, queria conhecer tudo, por isso minha rotina de estudos com Tomas só tivera uma pausa na semana em que tive Anala, mas nos resto do tempo, antes de depois de ter meu filho, gastara a maior parte do meu tempo estudando, arrastava as aias, a ama, Sarina e Teresa, junto comigo e Anala para as bibliotecas, caçando sempre algo novo, digerindo conhecimento como se fosse meu elixir diário.

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