Sobreviva

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Preciso dizer: Esse não é meu melhor capitulo, estou me sentindo muito mal e infelizmente deixo isso influenciar minha escrita, espero que me perdoem.






A liteira continuava a andar a passos largos, sem se importar com os males que causava no mundo a sua volta, sem se importar com os males que causava a mim. Mas nesse momento me encontrava em um estado de torpor tão grande que não conseguia distinguir o que estava a minha volta. Não sei quanto tempo passei ali, minutos, horas, dias...Não faria a diferença, a única coisa que povoava minha mente, era o rosto de Tomas, Desolado, achando que eu de alguma forma, o havia abandonado.

Levantei a cabeça com alguma dificuldade, minha garganta arranhava depois de tanto gritar e minha cabeça doía terrivelmente, sem contar com cheiro horrível que exalava do chão. Me afastei o máximo possível de tudo aquilo, Eles me levariam de volta, é claro, aquilo havia sido um engano, não havia como eu ser quem procuravam, não podia ser eu.

Depois do que me pareceu uma eternidade, senti a liteira parar bruscamente e depois começar a descer, me preparei psicologicamente para correr assim que abrissem a porta e esperei.

Não demorou muito, logo pude distinguir passos do lado de fora, mas quem abriu a porta foi um homem, no mínimo gigante, sua altura ultrapassaria facilmente os dois metros e dez, era moreno e velho, quase na casa dos sessenta anos, sua face era marcada por linhas duras e sua expressão não me era amigável.

Estremeci.

Notei que ele fez uma careta assim que o ar abafado da liteira se liberou, levando consigo o odor do vômito.

Seu olhar percorreu o caminho do chão, para a barra suja e desgastada de meu vestido, até finalmente chegar em meu rosto.

Achei que ele me puxaria de onde eu havia me encolhido, e me jogaria para fora, como o outro homem havia feito, mas ao invés de se mostrar hostil como seu rosto, ele se curvou e me ofereceu a mão, em um gesto típico Inglês.

Hesitante, peguei sua mão, dando um pequeno pulo para evitar a gosma no chão.

O ar do lado de fora estava abafado e úmido, mas me pareceu maravilhosamente refrescante em comparação com a liteira, aliviando momentaneamente minha dor de cabeça.

Duas mulheres vestidas de uma forma, no mínimo escandalosa, se aproximaram de mim, envolvendo-me em um abraço caloroso, como se fossemos amigas perdidas a tempos, e depois depositaram colares de flores frescas em meu pescoço.

- Bem vinda Lady Johanna – O homem disse na minha língua, com um sotaque tão forte que demorei um tempo para distinguir suas palavras. – Espero que tenha feito uma boa viagem, pois parece-me que ela foi...bastante difícil.

Ele encarava minha saia maltrapilha e minha aparência debilitada.

- Obrigada Senhor – Mal pude reconhecer minha voz de tão rouca. – De fato foi uma viagem complicada, mas...Eu não entendo o que estou fazendo aqui, o senhor me chamou de Johanna?

Seus olhos escuros me avaliaram.

- Você não é Lady Johanna, a moça Inglesa que chegaria hoje, para o concurso do rei?

Neguei com a cabeça, confusa.

Concurso?

- Sinto muito. Achei que era um engano, mas os homens que me trouxeram aqui não deixaram-me escolha, cheguei hoje, em um barco que realmente veio da Inglaterra, de Londres, mas estou aqui com meu irmão, ele se afastou por...

O homem velho levantou a mão em um gesto de impaciência, deu as costas para mim e começou a gritar com o encarregado de minha captura, ele não estava feliz.

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