Chapter Six

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[ Harry's P.O.V. ]

Quando eu o abracei debaixo da água para evitar que ele se afogasse foi algo totalmente diferente do que quando meus braços envolveram seu pescoço em frente de minha casa. Não que na água não tenha sido bom, mas eu podia sentir seu cheiro, sentir o cheiro que exalava de seu cabelo, eu podia... senti-lo. Mal conseguia pensar enquanto seus braços cuidadosamente me envolviam de volta, tentando retribuir o abraço enquanto pensava em meu machucado.

E com um 'Obrigado' eu o deixei voltar para o carro e ir embora com o rosto parecendo confuso, mas ainda sim com um pequeno sorriso. Minha cabeça ficou rondando isso pela manhã toda assim como no dia em que ele tocara meu dedo. Não fora um abraço com significados maiores, fora só um abraço de gratidão... Eu acho.

Consegui fazer meus trabalhos com muita dificuldade, escrevendo errado por milhões de vezes e tendo que apagar vários parágrafos por estar escrevendo algo que não tinha nada a ver com a pesquisa. Tudo o que eu conseguia me concentrar era na forma como ele me ajudara, me deixara dormir em sua casa, comprara café para mim, gastara as fitas com relaxantes dele... De tudo, absolutamente tudo ele fizera para me fazer sentir melhor, sem contar na surra que dera no babaca que me bateu.

Fiquei imaginando Nick olhando tudo isso, de onde quer que ele esteja eu tenho plena certeza que estava orgulhoso de mim e agradecido à Louis. Desde que acontecera aquela barbaridade, passadas algumas semanas logo quando eu fui ao psiquiatra pela primeira vez ele me dissera algo no qual eu acreditara no primeiro segundo que ouvi, apesar de não gostar nenhum pouco dele. 'Nunca deixe de seguir sua vida por achar que Nick ficaria ressentido com isso. Ele adoraria te ver feliz de novo, Harry'. Não faço ideia do porquê, mas esta frase passara a manhã inteira martelando minha cabeça, como se de alguma forma Louis me deixasse feliz e consequentemente Nick também. Louis realmente melhorava meu humor, me fazia esquecer um pouco que para os outros não sou normal.

O dia passara lento e cheio de raivas de minha parte, já que eu consegui fazer somente metade dos trabalhos e dera tempo o suficiente para ter feito todos se não fosse minha falta de concentração. Minha mãe ligou para o telefone de casa somente para ver se eu estava mesmo em casa, feliz ao dar sua bronca de sempre e dizer que eu estava certo em pedir desculpas que foi o que eu fizera. O que eu menos preciso é de problemas com ela.

Meu almoço foi um copo de iogurte de morango - se você quiser contar isso como almoço - e depois eu voltei a terminar os trabalhos que faltava, lotando a mesinha central da sala de papeis, livros e meu computador no meio. Só parei quando ouvi alguém bater devagar na porta, me dando um susto.

Se não forem testemunhas de Jeová, ou garotas vendendo biscoito, eu não faço ideia de quem seja porque ninguém vem aqui nem ao menos Zayn. Levantei meio medroso e fui até a porta, xingando mentalmente a droga não ter um olho mágico.

- Oi?

- Você é Harry? - Um garotinho que deveria ter dez ou onze anos perguntou me examinando.

- Sou... - Falei devagar e ele sorriu e me esticou uma sacola plástica, dizendo 'tchau' e correndo para longe, atravessando a rua como uma bala.

Fechei a porta confuso enquanto ia até a cozinha abrindo a sacola e vendo lá dentro uma caixinha azul e um papel. A caixinha eram 24 unidades de fitas com relaxante muscular e eu já sabia de quem era antes mesmo de ler o bilhete.

' Não se esquece de pressionar bem na pele, campeão. Espero que ajude.

Louis x '

Isso não pode ser verdade. Não, não pode.

Ele mandara uma criança vir deixar uma caixa inteira de relaxante e com um bilhete e ainda com um ' x ' no final. O que está acontecendo com nós dois?

Personal HealingOnde histórias criam vida. Descubra agora