Chapter Nine

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[ Harry's P.O.V.]

O barulho da sirene agora era insuportável junto com os gritos e eu mal conseguia andar três passos sem alguém esbarrar em mim ou me empurrar. Minha cabeça começou a pulsar e meu olho arder assim como todo meu corpo, mas Louis estava a alguns metros de mim e eu precisava chegar até ele.

Seus olhos não desgrudavam de mim e ele me assistia apanhando para chegar até lá quando finalmente me ajoelhei em sua frente esquecendo completamente da dor absurda que isso me custou enquanto enquanto seu rosto entre minhas mãos.

- É a sirene não é? O barulho dela te incomoda? - Perguntei quase gritando para fazê-lo ouvir sobre a barulheira toda. - Eu não vou deixar que nada te aconteça, Louis. Tape os ouvidos e cante alguma música...

Louis parecia nem me ouvir, somente me olhava soluçando e agarrando o urso com força contra o corpo tremulo dele.

- Você pode fazer isso por mim? - Voltei à falar alto, sentindo que se não fizesse isso logo eu acabaria desmaiando. Minha cabeça pulsava demais e os gritos me faziam querer chorar, mas Louis estava em minha frente frágil como o urso que ele tinha nas mãos. Ele precisa de mim como eu precisei dele e não vou simplesmente começar a chorar e deixa-lo aqui. - Consegue tapar os ouvidos e cantar? Cante para mim, Lou!

Ele concordou devagar enquanto as costas das mãos limpavam o queixo onde pingava lágrimas após lágrimas. Aproximei-me mais um pouco e em um átimo ele largou o urso e se agarrou a mim como se a vida dependesse disso. Suas mãos agarraram na malha de minha jaqueta como na vez que eu ia o afogando, ele encaixou a cabeça em meu pescoço e eu somente fiz um esforço desgraçado para conseguir levantá-lo em meu colo.

Louis não era pesado, mas minha barriga ainda doía principalmente depois de vários empurrões. Mesmo assim eu o deixei se enrolar em mim como se enrolara no urso e com uma dificuldade absurda peguei os dois e fui andando para a rua onde o carro estava.

A sirene agora era alta demais, principalmente porque estava já bem ali na frente da entrada e à medida que eu ia me aproximando mais, Louis tremia e soluçava mais contra meu pescoço, seus cílios molhados tocando a base de meu maxilar. Um dos bombeiros que corria para ajudar algumas mulheres que ainda não encontraram os filhos me olhou e perguntou se Louis havia sofrido algum acidente e se ele poderia ajudar e eu somente neguei freneticamente enquanto corria para o carro do outro lado da rua, mantendo a maior distancia que eu conseguisse de qualquer bombeiro ou do carro barulhento.

As chaves do carro estavam com Louis, mas ele não me largava ou muito pior respondia enquanto eu perguntava em qual bolso estava. Passei a mão em seus bolsos de trás da calça, incapaz de sequer pensar que eu estava pegando na bunda dele enquanto deslizava a mão pra dentro do bolso e tirava a chave de lá.

Destranquei a carro e coloquei-o no banco do carona, dando o urso no qual ele se agarrou como havia agarrado em mim assim que suas mãos deixaram minha jaqueta. Fui com dificuldade para o outro lado do carro, sentando como se tivesse perdido algum osso, incapaz de segurar o grunhido de alivio que deu quando fechei a porta e o barulho diminuiu um pouco.

Louis estava com os olhos fechados, a cabeça escondida no urso e só o que o denunciava estar acordado era o fato de ele estar ainda estar chacoalhando forte por conta dos soluços. Liguei o carro deixando minhas próprias lágrimas caírem livres, sentindo dor em qualquer lugar imaginável, pensando em como havia totalmente estragado a noite perfeita que ele me dera vindo para essa droga de parque.

Antes de dar partida eu inclinei o banco de Louis, fazendo-o ficar mais ou menos deitado e saindo o mais rápido que eu conseguisse daquela barulheira toda logo depois. Peguei o celular em meu bolso com a mesma dificuldade que se tem para colocar a perna na cabeça e procurei o número de Niall, desacelerando um pouco o carro assim que a sirene não era mais ouvida.

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