Personal Healing

Chapter Forty

(Harry)

Louis dava risadas com os braços abertos, ocupando a cama inteira, enquanto eu permanecia sentado, com seus pés em meu colo.

- Você não vai me deixar deitar mesmo? - Perguntei, suspirando, e tocando seus dedos levemente para fazê-lo soltar outra risadinha.

Ele balançou a cabeça negativamente, e os cabelos em sua testa caíram para o lado, apossando uma parte dos travesseiros de uma forma sexy. Seu corpo estava coberto somente por minha boxer e o edredom estava jogado no chão, com o frio que fazia lá fora ainda sendo abafado pelo calor dos eventos anteriores.

- Nope.

- Amor...

- Você está maravilhoso sentadinho ai, pelado e me olhando. Visão do paraíso, então não estrague. - Ele disse, tocando a ponta do pé no meu estômago.

- Eu estou pelado porque você pegou minha boxer, isso é injusto. - Resmunguei, mexendo em seu dedão para continuar arrancando risadinhas dele. - Parece uma menina.

Louis puxou o pé dele e me olhou estranho, dando a língua antes de voltar a me deixar mexer em seus pés.

- Se eu fosse uma menina, você não teria transado comigo, nem me beijado, nem sequer olhado para mim, porque você teria nojo de mim. - Ele foi dizendo, divertido, e passando a pontinha dos dedos em minha barriga e coxa.

- Eu não tenho nojo de meninas. - Respondi, fazendo uma careta, e ele deu outra risada.

- Você tem sim. - Ele disse, sentando e balançando a cabeça devagar, enquanto se aproximava de mim. - Imagina uma garota com as mãos finas e cheias de anéis passando-os por seus bíceps...A boca de uma garota te beijando, um gemido feminino ecoando no quarto...

- Tá, tá, tá! - Grunhi, puxando seu corpo para sentar em cima do meu, e levando minha boca até seu pescoço - Você tem mãos finas, você tem uma boca de garota e você tem o gemido feminino, mesmo assim eu não tenho nojo de você. Na verdade, eu amo tudo isso...

- Me magoou. Você me chamou de menina e eu tenho nojo delas. - Ele disse, sorrindo, e me dando um selinho pequeno antes de se ajustar em meus braços.

- Tem nojo de mulheres agora, mas fodia uma todas as noites, antigamente. - Falei, dando uma risada, e ele bufou, descendo a mão por meu peitoral e minha barriga até encontrar minhas mãos em seu quadril, colocando as palmas pequenas encostadas contra as costas de minha mão. - Minha menina.

Louis respondeu com um grunhido, e então entramos em um silencio confortável, enquanto eu o deixava se ajustar em cima do meu colo. Seus braços rodearam minha cintura e sua cabeça encaixou mais ainda em meu pescoço, respirando contra o local e deixando-o quente contra o quarto, que começava a esfriar. Levantei os dedos e entrelacei em suas mechas castanhas, massageando acima de sua nuca e ganhando um suspiro contente, da forma como eu sabia que ele reagiria.

Eu somente não consigo me ver mais sem Louis, e as coisas começaram a melhorar depois que eu percebi isso, parece até quando você está em negação com algo que está claro para todos os outros e quando finalmente percebe, se assusta ou se adapta. Eu me adaptei e me acostumei de uma forma tão fácil, que me assusta, mas ele não vai à lugar nenhum porque eu não deixarei.

Já foram perdidas pessoas maravilhosas demais para eu desperdiçar a que está em cima de mim, respirando devagar e com os braços em meu corpo, como se quisesse minha proteção para sempre. E eu daria.

Continuei a mexer em seu cabelo, enrolando meus dedos e sentindo as mechas lisas escorregarem por eles, até que estivessem caindo por toda a minha mão. Meus dedos, então, fizeram seu caminho até suas costas, massageando sua pele com calma, esperando arrepiar, mas ela não arrepiou. Afastei um pouco meu corpo e ele não desgrudou de mim, somente soltou um suspiro.