Um mês havia se passado desde aquele terrível dia.
Todos foram obrigas a se adaptar a rotina imposta pelos três jovens, a Academia apesar disso continuava pacífica, já que raramente os delinquentes perturbavam durante as aulas. O maior problema era sem dúvida os intervalos, mas nada que uma ou duas ameaças de Fiora não resolvesse.
Vi adorava todo aquele teatro, amava ser perseguida e até mesmo "presa" pela sua amada, afinal era esse o único momento que tinha junto dela. Entretanto, conforme o apego por Caitlyn crescia, junto com ele aumentava o ódio por Jayce. Vi, que nunca odiou alguém, não suportava ficar por mais de dois minutos na presença do rapaz. O primeiro motivo era bem simples: ele era próximo de Caitlyn, romanticamente próximo. E o segundo, e menos importante, ele era um mauricinho. Vi detestava mauricinhos.
Jayce tinha o costume de exigir duelos para a delinquente, e como Vi nunca tinha muito o que fazer, acabava sempre aceitando. O vice-presidente perdia grande parte dos duelos, e nunca conseguia entender como uma garota poderia ter uma força tão absurda, mas jamais desistia e com isso o cenário mais uma vez iria se repetir: — Após as aulas, atrás do prédio. — foi tudo que disse ao cruzar com a delinquente no corredor.
Vi, como sempre costumava fazer, murmurou um "que chatice" desanimado e concordou em um aceno rápido antes de se dirigir para sua sala.
Sentou e como de costume não prestou atenção alguma na aula, afinal a aula do pobre professor Ryze era no mesmo horário em que Caitlyn participava da educação física. O instrutor de história há muito desistira de competir a atenção de Vi com seja lá o que ela tanto admirava.
Olhar para Caitlyn se exercitando com um uniforme que a deixava sexy costumava abrandar o humor da delinquente, mas naquele dia em especial Jayce decidiu a atormentar mais uma vez. Após notar o olhar de Vi, ele se dirigiu até a morena e a abraçou apenas para selar um beijo suave e breve. Queria comprovar sua tese e viu que estava certo ao notar a fúria da delinquente.
Apesar disso, o que realmente fez Vi saltar de sua cadeira foi ver a reação serena (e até mesmo alegre) que a morena teve. Aquilo a cegou de ciúmes. A delinquente, que jamais fora comedida, empurrou sua mesa com um chute e se dirigiu em passos largos até a porta. Ao notar o olhar de Ryze em si, parou apenas para avisar o que iria fazer.
— Vou para sala de Fiora, se quiser me botar na detenção mais tarde não vou me importar, porém agora tenho um compromisso, não me atrapalhe. — A jovem falou de forma tão polida e sombria que o senhor se limitou a assentir e retomar a explicação.
Enquanto isso Vi seguiu seu caminho até a sala da diretoria, e assim que chegou ao local arrebentou a porta com um chute que denunciava o estado do seu humor. — O que foi? — perguntou Fiora, com tanto descaso que nem se deu o trabalho de levantar o olhar dos papéis que tinha em sua mesa. Já estava perfeitamente acostumada ao humor explosivo de sua protegida.
— Vou matar Jayce. — respondeu tão serena quanto. — Me expulse se quiser depois do feito, mas eu realmente vou acabar com ele assim que sair dessa sala.
Fiora suspirou e olhou com tédio para a garota em sua frente. A diretora nunca fora conhecida por sua responsabilidade, então tomada pelo brilho no olhar da delinquente decidiu acatar aquela tolice.
— Vá, mas falo como sua figura materna e não como sua diretora. — disse por fim. — Então vá antes que minha loucura passe e eu decida fazer algum absurdo para te punir.
Ela não precisou dizer duas vezes para Vi saltar de sua janela e cair no jardim, que por coincidência era perto da quadra onde ocorria a aula de educação física.
Ela não sabe usar uma porta? Pensou a diretora enquanto voltava a sua atenção para os papéis em sua mesa, decidiu que lidaria com o problema de Vi depois de feito, nada antes disso.
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My Bad Girl
RomanceCaitlyn estava cansada de seu maçante cotidiano como presidente do conselho estudantil e Violet era uma especialista em trazer o caos. Enemies to lovers! Vi & Caitlyn! Rescrevendo