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Sem dicas por hoje aproveitem o capitulo, de uma forma leve e devagar

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Estava receoso de ter errado ao levar Ravena para o orfanato, mas agora vendo seu sorriso de criança eu sabia que tinha acertado em minha escolha. Era tão bom vê-la sorrir, porque isso era raro, tão difícil de se ter e eu havia conseguido, melhor dizendo as crianças haviam conseguido.

Fazia mais de duas horas que nós estávamos aqui e ela mal havia falado comigo estava entretida demais com as crianças que não a largavam por nada, quando não era uma era outra chamando por sua atenção, era lindo de se ver.

Eu nunca em toda a vida que a conhecia havia visto ela perto de crianças, acho que ela tinha medo de faze-las chorar, não era difícil disso acontecer se fossemos contar com seu jeito sombrio, mas tinha uma menina, Milena que não desgrudava dela.

Aquela garotinha de olhos azuis esbugalhados estava perto dela o tempo todo, aliás ela era uma grande fã de Ravena, a garota de olhos violetas era sua titã favorita, a menininha de seis anos tinha até desenvolvido um fã clube para a Ravena, vê se pode uma coisa dessas?

Eu adorava aquelas crianças porque me identificava um pouco com elas, eu também não tinha família e também tinha perdido meus pais, e de alguma forma já me senti rejeitado. Acho que foi esse o grande motivo de eu ter criado o orfanato (sim eu era o dono dele), porque eu não queria que crianças inocentes sentissem o peso da rejeição, elas não mereciam isso.

O orfanato era um lugar diferente, ele abrigava apenas crianças de 0 a 12 anos, e as crianças sempre tinham alguma espécie de deficiência, algumas eram físicas como no caso de Milena que não podia andar e existiam os outros casos que eram os mais complicados como o de Lucas um garotinho que morreu semana passada pela aids. O lugar abrigava por volta de 150 crianças, depois tinham os funcionários e tudo mais, já que muitas delas não podiam ficar sozinhas e precisavam de cuidados especiais. Era um lugar caro de manter, mas me dava um prazer imenso ver aqueles rostinhos felizes e sorridentes, por mim eu adotaria todos se pudesse, entretanto isso não era possível já que eu era um super-herói e morava em uma torre com mais um monte de gente.

Poderia não parecer, mas eu tinha um cérebro e o usava de vez em quando para criar games e assim adquirir uma grana, era dessa forma que eu mantinha esse lugar, aqui era tão bom, me deixava mais leve. Olho de novo para Ravena e ela está sorrindo para Milena, cara eu amo aquele sorriso, mas não devia amar, isso é uma droga porque me faz criar expectativas, expectativas essas que eu sei que não podem ser atendidas.

Aquele sorriso digno de parar o trânsito me dá esperança, santa selva eu sei que ela é areia demais para o meu caminhãozinho, mas eu esqueço disso quando ela sorri, na verdade eu esqueço de tudo ao meu redor quando ela sorri, as vezes eu só queria ser o motivo daquele sorriso maravilhoso.

Já cheguei a fantasiar com isso, mas daí a verdade aparece e me diz que isso não é e nunca vai ser possível, é uma bosta gostar de quem não gosta da gente não é mesmo?

Continuo a olhar para a garota que eu sei que nunca terei e vejo ela dar um beijo no rosto de Milena e confesso sinto uma enorme inveja daquela garotinha, olho para o relógio e vejo que já está na hora de a gente ir. Levanto de onde estou e vou em direção a elas.

-Está na nossa hora Ravena.

-Mas já. -Diz a menininha com um olhar esperançoso- vocês bem que podiam ficar mais.

-Eu adoraria, mas não podemos temos que voltar a torre.

Ravena se levanta, dá um beijo na garotinha e vai até mim, e fala com a garotinha:

-Foi um prazer te conhecer.

-Você pode vir mais vezes, o seu Mutano sempre vem nos visitar.

-Virei -ela sorri e se vira para mim- então vamos?

-Sim, claro.

Ela me acompanha até meu carro, um Mustang verde acho que acabei viciando nessa cor, não dizemos nada até estarmos dentro do carro.

-Isso foi incrível.

-Que bom que gostou.

-Essas crianças são maravilhosas, como encontrou esse lugar?

-Eu que fiz.

-Como assim?

-Sou o dono, eu que construí. Sim pode parecer estranho, mas eu sei fazer algo além de jogar videogame e me transformar em animais.

-Eu não disse nada. -Ela se defende.

-Mas pensou.

Ela fica o restante do tempo em silêncio até chegarmos a torre.

-Obrigada, por me levar.

-Não a de que.

-Eu só fiquei curiosa com uma coisa.

-O que?

-Como você queria me provar que o amor existe, me levando a um lugar onde crianças são abandonadas.

-Você não entendeu nada não é mesmo?

-Me explique! -Exigi ela.

-Você não reparou no jeito que elas são felizes? Elas amam a vida mesmo que ela tenha lhes tirado um monte de coisas, elas amam umas às outras, dão carinho e atenção sem esperar nada de volta, percebeu como ficaram alegres por você estar la, é sempre assim quando alguém lhes visita, elas amam os momentos, os sorrisos e as coisas que compartilham, é simplesmente maravilhoso o jeito que encaram a vida. Elas amam apenas por amar, sem cobrar nada, sem exigir nada.

Ravena apenas me encara por alguns segundos sem dizer nada, se vira e vai embora sem antes me dizer algumas palavras.

-Isso não será o suficiente, para me fazer acreditar no amor. -Sorri e vai embora.

-Eu nunca disse que seria, eu vou faze-la acreditar no amor, você vai ver. Esse foi apenas o primeiro passo. -Não sei se ela escutou, mas gritei alto o suficiente

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Bom esse foi o capitulo de hoje espero que gostem, comentem, compartilhem e votem. Foi bem levezinho e curtinho mesmo. Goodbye e boas vibrações a todos cheios de beijo de luz, claro.

Então espero que gostem, curtem, compartilhem, adicionem e votem. Beijos de luz!!!!

Segue lá no Instagram: Jenna Aramlis

Ravena & Mutano Onde histórias criam vida. Descubra agora