Ravena & Mutano

05

Como aquela doida teve coragem de jogar a pizza na minha cara? Só podia ser coisa de Ravena mesmo, sempre sem medo do perigo e altamente audaciosa. Não que eu seja um ser perigoso que lhe queira fazer algum mal ou algo do tipo, entretanto, que ela deveria receber uma lição de bons modos isso ela deveria, e eu mesmo iria tratar pessoalmente desse assunto, mas não agora, afinal ela como todos nós merecia um descanso.

Depois de limpar meu rosto com um lenço de papel umedecido, vou para meu quarto e tento não pensar naquele serzinho com olhos violetas, mas é inevitável porque santa selva o jeito que ela me olhou foi assustador eu vi fúria em seus lindos olhos, e isso era sem necessidade afinal era apenas um pedaço de pizza de banana (que estava muito gostosa por sinal) nada além disso, e ela me olhou como se fosse me matar, seus olhos faiscavam e estavam muito muito escuros.

Admito que cometi um erro quando a provoquei, eu vi quando ela ia pegar aquele pedaço por isso me obriguei a engolir o pedaço que tinha em minhas mãos, e fui em direção ao próximo fazendo de certa forma birra pois eu não estava mais com fome, ou seja, eu estava apenas a provoca-la e a querer mais um pedaço de pizza com os olhos e não com a boca, estava sendo mais uma vez guloso e um idiota. Eu vivia cometendo idiotices isso era do me feitio, não era nenhuma novidade e eu também era guloso todos sabiam disso era um grande mistério eu não engordar talvez fosse a genética sei la.

Sem nada para fazer, e sem sono (o que no meu caso era uma grande surpresa, principalmente se levarmos o fato que fui obrigado a levantar de madrugada) deito na minha cama king size , pego meu videogame que esta localizado estrategicamente na frente da cama em uma espécie de engenhoca maluca que minha preguiça inventou e começo a jogar só paro horas depois quando Cyborg bate na minha porta , me chamando para sair, com a vontade que estou recuso o convite e digo que vai ficar para a próxima.

Levanto da cama, e vou ate o frigobar que tenho em meu quarto pego uma lata de refrigerante e o único pacote de salgadinho que ainda tem, me jogo no sofá que fica em baixo da janela, o qual eu tinha comprado para jogar videogame junto com raque mas que estão espalhados pelo meu quarto porque a vontade de arrumar tudo é grande só perde para a vontade de dormir, comer, jogar e qualquer outra coisa que não me exerça muito esforço.

Estou morrendo de tédio, então tomo um banho rápido para tirar aquela minha cara de sono que o jogo causa, e penso no que vou fazer. Afinal eu não tinha ido se divertir com a galera o que era raro de acontecer, porque fui que tive ideia de fazer esses encontros em grupos para se divertir.

Olho para a estrutura que criei para o videogame, e tomo uma decisão vou arrumar meu quarto, não sei nem por onde começo, mas sei se não fazer isso hoje nunca mais farei. Primeiro vou ao almoxarifado, pego os itens de limpeza. Começo catando as coisas do chão separo em três cestos: os de roupas sujas, os de lixo reciclável e os de lixo orgânico e nossa me surpreendo com a quantidade de lixo pois chega a encher os cestos. Encontro um monte de coisas inúteis e me livro delas, troco os lençóis da cama que nunca foram trocados e faço os demais serviços não sei quanto tempo demorei, mas quando olhei para fora da janela o céu já estava escuro, tudo estava quase pronto só faltava um detalhe meu guarda roupa. O abri e joguei a bola de roupas em cima da minha cama que agora estava até perfumada.

A arrumação por lá demorou cerca de mais de uma hora, acabei por reencontrar coisas antigas como fotos dos Jovens Titãs no início da sua formação e algumas atuais, algumas fotos de meus pais e de mim quando era pequeno, objetos com significados especiais como o amuleto que era da minha mãe e uma caixa de veludo azul.

Aaaah essa caixa, ela me trazia tantas recordações, recordações de Ravena já que a caixa era dedicada a ela, tinha de tudo um pouco, não tinha coisas preciosas e de grande valor comercial, mas era muito especial para mim podia não tem valor financeiro, mas tinha um enorme valor sentimental, ela me lembrava do passado.

Um valor sentimental para mim e não para Raven (como eu a chamava secretamente) porque ela primeiramente nem sabia da existência daquela caixa e segundo porque ela muito provavelmente a teria destruído. A caixa feita de madeira detalhada cuidadosamente com veludo azul (escolhi essa cor por ser sua cor favorita) guardava um monte de coisas relacionadas a ela, tudo o que eu pude pegar durante os anos que eu era mais jovem e sofria de amores por a menina de olhos violetas.

No passado no início da nossa formação eu tinha uma queda por ela e aquilo logo foi se intensificando, até um dia eu descobrir que a amava (mais especificamente foi o ciúme que eu senti de Robin quando descobri que eles estavam namorando que me fez deduzir o que sentia), foi difícil a aceitação de tal sentimento e foi mais difícil ainda a rejeição mas aquilo era águas passadas e eu não era mais o menino que suspira amores por causa dela, não era mais tolo de acreditar que um dia teríamos alguma chance juntos, afinal aquele menino sonhador havia crescido e se tornado um homem.

Abri a caixa o que não fazia em anos e a primeira coisa que vi foi uma pulseira de Ravena, ela tinha sido jogada fora por estar velha e com o feixe estragado, depois vi várias fotos, fotos essas que eu tirava dela em segredo, claro, quando estava distraída ou quando não olhava para mim. As olhei de relance e vi a minha favorita, era ela no jardim lendo um livro qualquer de ficção-cientifica, lembro de observar ela por um grande tempo naquele dia, de ver seus olhos rolarem pelas páginas, e a emoção se expandir de acordo com o que acontecia no livro, aquilo para mim era lindo.

 Perto das fotos tinha uma pedra, uma pedra comum, arredondada e pequena, esse objeto em especial me fez sorrir, era o que trazia algo relacionado a mim e a ela, era o único que não estava relacionado exclusivamente a Ravena, por isso esse com certeza era o objeto mais especial da caixa, ele era a marca do meu primeiro e único encontro que havia tido com Ravena eu sei que pode parecer bobo, mas eu queria uma lembrança daquele dia, então peguei uma pedrinha qualquer que estava no chão. Aquele dia foi legal, eu a vi sorrir, vi suas covinhas aparecerem pela primeira vez, foi tudo perfeito exceto pelo final, recordando das lembranças ruins coloco as coisas dentro da caixa.

Eu devia jogar aquela caixa fora meu cérebro me mandava fazer isso mas tinha outra parte em mim que dizia para guardá-la e por causa daquele dilema preferi esconder a caixa novamente no meu armário bem no fundo onde eu não podia lembrar que ela existia, afinal não era preciso ver para se lembrar.

Depois de terminar de arrumar meu guarda-roupa, pude respirar em paz afinal meu quarto estava limpo pela primeira vez em muito tempo, pensando bem pela primeira vez na vida dele. Relaxo um pouco, e saio do meu agora limpo, vou até a cozinha e bebo um pouco de leite da caixa mesmo, afinal ninguém esta ali para me repreender. Beber leite me deu uma baita vontade de ir ao banheiro, na nossa, vou no que esta mais perto, aquele que também é utilizado para tomar banho.

Nossa torre tinha cinco andares, mas na maioria das vezes ficávamos apenas no quinto onde tinha os quartos, uma das cozinhas e uma das salas. Os quartos que possuíam banheiros eram apenas o de Robin com Estelar e o de Ravena, porem o meu e o do Cyborg eram maiores. Entro no banheiro e logo vou em direção ao mictório nem reparando no que a ao meu redor afinal sei que todos estão se divertindo em um possível barzinho, menos Ravena que deve estar enfurnada em seu quarto.Ouço uma voz e me viro abruptamente:

-Santo demônio o que você está fazendo aqui? – olho assustado para a dona da voz que esta a minha frente apenas com uma toalha envolta de seu corpo, santa selva, que visão do paraíso era aquela a minha frente!

-Eu..., eu...- eu não conseguia completar uma frase, apenas admirava o espetáculo de pernas a minha frente, então com muita dificuldade encarei seus olhos e essa foi a vez dela olhar para baixo, seu olhar era constrangido quando voltou ao meu, não entendi o porque não tinha nada de errado, daí eu mesmo me olhei e vi que ainda estava com as calças abaixadas.

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