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Acordo antes dela e a primeira coisa que faço é medir sua temperatura e santa selva percebo que sua febre já baixou o que é algo realmente bom, e ao mesmo tempo não tão bom assim logo iremos para casa.

Depois que vejo que Ravena já está melhor,  lavo o rosto e saio pela casa à procura por algo para comer, mas não encontro absolutamente nada e minha barriga já está em uma rouquidão tremenda, nem sei quanto tempo faz que já estou sem me alimentar, o tempo daqui passa de maneira diferente o que me deixa absurdamente confuso, para minha total falta de sorte a única coisa que sou capaz de encontrar aqui é água e não aguento mais só beber água, preciso colocar alguma coisa no estômago e de preferência rápido, fico devaniando como estou com fome e nem me deparo que Ravena já acordou.

-Procurando por algo?- diz já desperta

-Comida.- falo carrancudo.

-Por aqui você não vai encontar nada.- diz cética

-Já percebi.

-Provavelmente aqui não vai ter nada do que você está acostumado como pizza, wafer e todos essas coisa que você come na torre.

-Estou faminto como qualquer coisa.-  falo apontando para minha barriga e sua rouquidão.

Ela me encara e seus olhos se mostram tão gentis que parece que estou em frente a outra Ravena e não aquela rabugenta que estou acostumado a ver todos os dias a minha frente, essa parece ser mais mansa entretanto basta olhar para seus olhos violetas e vejo sua obstinação e a antiga Ravena ali.

-Pegue essa cesta.- ela aponta para trás de mim, e assim a pelo e lhe entrego.

-O quê pretende fazer? - pergunto curioso

-Pegar comida é claro.

-Ah claro.- fico imaginando onde vai encontar comida, aqui é desértico não se habita nada e ninguém a não ser mato.

-Vamos?

-Quer que eu vá com você?- questiono totalmente surpreso.

-Você pode ser útil.- fala de forma seca.

-Okay.- digo a olhando como se ela tivesse duas cabeças.

Saímos daquela casa e vamos nos aventurar por Azarath, não é propriamente uma aventura só encontramos neblina, ruínas e mato por aqui. Entretanto estou na companhia dessa tal Ravena meia gentil e isso já me é o suficiente.

Sua companhia é agradável e surpreendente, conversamos todo o percurso onde ela colhia ervas e alguns tipos de salada, pelo menos eu acho que era salada. Nossa conversa foi totalmente  banal nada de relevante ou comprometedor, mas ainda foi uma conversa.

Uma conversa entre eu e ela, quem poderia imaginar? E ainda de forma tranquila sem insultos? Acho que ninguém, nem eu mesmo. Acho que Azarath desperto um lado sentimental em Ravena, e por isso ela está agindo assim dessa forma que desconheço, mas que estou adorando conhecer.

Sua cesta está pela metade, e ela disse que pretende fazer uma sopa. Sopa nem de longe é meu prato favorito, mas com certeza é melhor que nada.

-Tenho quase certeza que aqui tem uma macieira.- diz Ravena quebrando nosso silêncio confortável.

-Será que tem frutos?- maçãs são muito saborosas e suculentas,  comer algumas não seria nada mal.

-Possivelmente, mas faz muito tempo que não venho aqui então não tenho muita noção onde essa macieira pode estar.

-Então iremos encontra-la juntos.

Ela não responde minhas palavras e penso que isso é um bom sinal. Um começo de um tipo de relacionamento entre mim e ela, ele é frágil ainda, mas não deixa de ser um comelo. Eu sei que iria tentar esquece-la, mas meu coração é bobo e essa parte de Ravena não me ajuda em nada.

Andamos por horas procurando a tal macieira e nada, encontramos diversos tipos de árvores desde ipês à limoeiros. Mas nenhuma macieira, e já estou pretendendo desistir.

-Acho melhor comermos apenas o que você colheu na sua futura sopa, porque se continuarmos a procurar por essa macieira iremos comer só amanhã.

-Se acalme eu sinto que estamos perto dela.

-Você disse isso uma hora atrás Ra.

-Eu sei, mas juro que está perto e aliás o tempo em Azarath  é diferenre do tempo mundano.

-Hum, estou cansado. Ao menos podemos descansar um pouco, sim? Depois continuamos.

-Tudo bem, mas ainda irei encontrar essa macieira.

Sentamos em baixo de uma das diversas árvores que tem ali,  se essa neblina não deixasse nossa visão sobre Azarath tão turva certamente já teríamos encontrado a tal árvore.

-Ra.

-Por favor pare de me chamar assim é desconcertante.

-Desculpe. - e eu bobo achando que ela estava baixando a guarda.

-Hmm tudo bem, então o que queria?

-Não, nada.

-Aff não acredito que ficou birrento por eu pedir para parar de me chamar pelo apelido que Estelar me deu.

-Claro que não. - ela ri e eu percebo que estou fazendo beicinho, perto dela pareço um bobalhão.

Ela inspira e fica olhando para frente, para neblina como se refletisse. Provavelmente medindo o quão idiota sou.

-Se isso te faz se sentir melhor você pode me dar um apelido. - eu absorvo suas palavras sem acreditar que ela realmente disse isso.

-Você está falando sério Ravena?

-Claro que estou, porque brincaria com algo assim?

-É só que..., uau. Não tenho ideia do que te chamar tenho tantas ideias.

-Por favor nada clichê.

Penso por alguns minutos qual apelido eu poderia dar para ela e nada me vêm a cabeça, ainda não acredito que ela me deu liberdade para fazer isso.

-Então vai decidir hoje isso ou vai esperar que eu mude de ideia?

-Já sei.

-Diga logo de uma vez Garfield.

-Violeta.

-Por quê violeta?

-Porque são a cor dos seus olhos. -digo a encarando e me aproximando- Ravena você é tão linda.

Estou quase colando meus lábios aos dela quando sinto algo bater em minha cabeça, olho para ver o que é e rio quando vejo.

-Acho que enfim encontramos nossa macieira. 

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Ravena & Mutano Onde histórias criam vida. Descubra agora