Capítulo 5

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Hey baby, mais um caps pra vocês, vamos vê que nem tudo são flores 💔🌹


POV Camila

Todos os dias, de domingo a domingo eu faço milagres em casa, já faz cinco anos que Lauren e eu estamos casadas. Cinco! E eu devo acrescentar que não era bem o que eu imaginava. Aquela química arrebatadora que tínhamos durou só os dois primeiros anos de casadas. Lauren trabalhava o dia inteiro e viajava sem parar, assim como eu. Mas ela não se preocupa com os detalhes da casa. Ela cuida da grama e da manutenção dos carros e tubulações.

Já eu fico com todo o resto. A casa, a comida, as roupas e todos os detalhes que ela ignora. Procuro me dedicar a tudo com a mesma ambição e competitividade que meu trabalho requer.

Eu preparava o jantar todas as noites e hoje não era diferente. O timer tilintou, e eu dei uma olhada no forno. Tudo parecia perfeito. Mas, é claro, nada estava perfeito. Cinco anos é tempo demais. As coisas mudam. As pessoas mudam. Minha vida perfeita... não é exatamente perfeita.

O jantar, por exemplo. Sou capaz de sair bailar pela cozi­nha, cortando legumes, distribuindo panelas e arrumar a mesa tudo ao mesmo tempo como se fosse Jackie Chan. Sou capaz de planejar, organizar e preparar um jantar para cinquenta pessoas, um banquete que deixaria a Casa Branca roxa de inveja. E faço isso todas as noites, para duas pessoas.

Ouvi um carro se aproximar e vi a luz dos faróis atravessar a janela. Por que será que ultimamente fico tão nervosa quando Lauren chega em casa?

"Lembre-se de quem você é", disse a mim mesma. "É uma mu­lher inteligente e forte. Pode fazer tudo o que quiser. Assim como Madonna!"

Peguei duas facas de cozinha que estavam em cima da pia e atirei no faqueiro, as lâminas rodopiaram no ar antes encaixar perfeitamente no suporte de madeira. Sim, eu era capaz de tudo, menos de salvar meu casamento.

POV Lauren

Cheguei em casa por volta das sete e meia, guardei o carro na garagem, me certificando de que a porta da garagem fecharia. Ontem ela deu uma emperrada quando eu saí e ao voltar Camila me deu uma bronca de vinte minutos sobre "A irresponsabilidade de não fechar a porta da garagem" eu tentei me defender afinal, não foi minha culpa que essa merda emperrou! "Então era meu dever conjugal zelar pelo bem-estar da minha esposa quando saio de casa. E não fecha a porta da garagem deixando-a à mercê de qualquer meliante mal-intencionado era uma falta grave". Eu não sabia se a esganava ou mim mesma.

Por um instante permaneci no carro, ouvindo o chiado do motor en­quanto tentava me recompor. O dia tinha sido longo e o mundo que eu acabara de deixar estava a anos-luz daquele outro que esperava por mim em casa. Aqui nessa casa onde tudo era perfeito exceto eu, parecia tudo tão certo e eu começava a me perguntar se era a mulher certa pra Camila. As coisas mudaram. As pessoas mudaram. E eu acabei deixando o tempo me consumir e sugar toda a energia que eu tinha, parecia que tudo tinha desbotado. Como uma folha de jornal esquecida sob o sol.

"Melhor entrar", pensei por fim.

O ouvido de Camila é mais apurado que o do Super-Homem; decerto sabia que eu já havia chegado. Se eu demorasse mais a entrar, ela apareceria em poucos segundos para ver o que tinha acontecido. Soltei o cinto de segurança e procurei por minha aliança, senti meu sangue gelar. Camila era observadora ela iria notar com certeza que eu estava sem.

"Porra! Onde está a aliança?" Vasculhei todos os bolsos, e lá estava ela, no sobre­tudo. Suspirei aliviada, que Deus me ajude se um dia eu aparecer em casa sem aliança. Coloquei-a de volta no anular esquerdo. Me encarei pelo espelho retrovisor.

Sra. e Sra. Jauregui - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora