Capítulo 13

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Hellores, psr galerinha aqui vai mais um caps e tem gente nova ai na área :*

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POV Camila

Suando em bicas, parei para recarregar. Depois, do alto da escadaria e com as costas viradas para a pa­rede, fiquei de ouvidos bem abertos, tentando ouvir passos, um revólver se armando, um estômago roncando — qual­quer coisa que denunciasse a localização do inimigo. Do inimigo... eu custava a creditar que era Lauren, doía pensar que era nela que eu deveria atirar. Até agora fiz de tudo pra errar os tiros, mas a brincadeira ia acabar uma hora ou outra. E eu teria que acabar com ela. Se eu pensasse nela como Lauren eu não teria coragem de puxar o gatilho, nem uma vez sequer. Mas pensando nela como 'o inimigo' facilitava e me dava a coragem pra atirar, mesmo que esteja errando o alvo.

Então ouvi uma coisa e segurei a respiração. O barulho tinha vindo de baixo, talvez da sala de visitas. Um barulho estranho. Na verdade, um barulho muito estranho. O que poderia ser aquilo?

Clip... Clip... Clip...

Parecia o ruído de... uma tesoura! De repente algo rolou pelo chão e parou diante das escadas. Uma bola... não, uma cabeça! Tive de fazer um esforço para não gritar. Depois vi o que era. Meu urso! Lauren havia decapitado o meu urso de pelúcia! Como pôde fazer uma coisa dessas? Mas que ousadia! Agora ela tinha realmente passado dos limites! Com ânimo redobrado, avancei na direção do inimigo. Mas de­pois ouvi aquele mesmo barulho outra vez.

Clip... Clip... Clip...

O que seria agora? Retalhos de pano voaram pelo ar. Abaixei o corpo e olhei através dos balaústres da escada. Não, ela não teria tido a coragem... Pois teve! Logo vi que tecido era aquele. Que mente doentia!

Ela cortava minhas cortinas novas com um podão de jardim! E com o entusiasmo de uma maluca, falou:

— Agora — clip! — a gente não precisa mais — clip! — de um tapete novo! — Clip! Clip! Clip!

Então fiquei de pé e, com a sanha de um guerreiro troiano, abri fogo contra a sala de visitas, deixando aquele devorador de corti­nas sob uma chuva de balas.

— Caaamz! — ela gritou. — Você é a minha outra metade!

Ela tinha mesmo perdido o juízo, já não falava coisa com coisa. Furiosa por causa das cortinas, desci as escadas o mais rápido que pude, metralhadora em punho. Mas assim que pus os pés na sala de visitas...

Wham!

Um abajur surgiu do nada e me acertou em cheio na cabeça. Assustada, tive de me apoiar na parede para não cair. Inacreditá­vel! Ela havia me atacado com um abajur! Será que não sabia quanto custava um abajur daqueles?

Antes que eu pudesse recobrar inteiramente os sentidos, Lauren se jogou sobre mim e tentou arrancar a metralhadora das minhas mãos. Então nós jogamos uma contra a outra e, à base de muitos socos, mordidas e pontapés, começamos a lutar pela posse da arma. A metralhadora cuspia fogo para todos os lados, arruinando o pouco que ainda sobrava da minha sala.

Por fim, acertei uma cotovelada no rosto de Lauren, que acabou caindo. Aproveitei a oportunidade para sacar simultaneamente duas pistolas. Ela pagaria caro pelas cortinas picotadas!

Mas antes que eu pudesse armar os gatilhos, a vaca enlaçou minhas pernas com o fio do abajur e me derrubou ao chão. Com a queda, minhas armas saíram rolando pelo chão. Ofegantes, Lauren e eu nos arrastamos para cantos opostos da sala. Tentei localizar um objeto qualquer que estivesse ao alcance da mão e pudesse fazer as vezes de uma arma. Peguei uma estátua de ferro que estava em cima de mim. Se careta matasse, nossa luta terminaria ali mesmo.

Sra. e Sra. Jauregui - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora