Capítulo 12

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Bem sem mais delongas mais um caps, bon appetit...

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POV Lauren

E mais uma vez ela se fora, sem olhar para trás, sem se preocupar com o que as pessoas ao redor dela sentiam, sem se preocupar com o que eu sentia. Camila sempre foi uma pessoa turrona, orgulhosa, teimosa e acima de tudo sempre se pôs em primeiro lugar.

Eu sempre fui mais fria, arrogante, e nunca liguei para nada, nem pra ninguém. Mas no momento em que eu a conheci tudo mudou de figura. Eu sempre coloquei ela em primeiro, mesmo com esse casamento fracassado sempre fiz questão de fazer as vontades dela e sempre me preocupei com ela.

Mas parece que eu estava nessa canoa sozinha e o pior, ela estava furada.

POV Camila

Doeu, e doeu muito deixa-la lá. Mas era necessário. Ela provavelmente está esperando uma chance para me matar, e como diz o ditado antes ela do que eu. Assim que entrei no toalete feminino senti essa dor me sufocar, era desesperador. Um lado meu queria voltar lá e beija-la com tudo. Outro lado queria pegar minha pistola e descarregar na cara dela, até desfigurar aquele rostinho lindo. Quando já não conseguia me conter as lágrimas escaparam, eu sempre as considerei sinal de fraqueza, mas sentir essa dor e chorar ao invés de fincar uma faca no próprio peito para ameniza-la requeria uma força sobre humana.

Olhando minha imagem refletida no espelho, não reconheci aquela mu­lher frágil. Eu parecia uma das mocinhas dos musicais que eu tanto amava, chorando, sofrendo, mas diferente delas meu final não ia ser aplaudido por ninguém.

Retoquei a maquiagem e censurei a mim mesma por ter baixado a guarda. Além disso, mal podia acreditar que havia deixado a arma em cima da mesa, foi uma estupidez sem tamanho. Isso não combinava nem um pouco comigo, sempre fui perfeccionista como pude esquecer uma coisa tão crucial como isso? Esse era o efeito que Lauren tinha sobre mim. Ela me desestabilizava de um jeito que eu esquecia meu próprio nome, muitas vezes ela fazia isso só com um beijo. Bem, se lamentar não adianta. O que eu faço agora?

Numa das extremidades do toalete, uma mulher rechonchuda recostava-se na parede, ao lado de uma ampla seleção de brindes de perfumaria: cremes, loções, sprays de cabelo, perfumes, sabone­tes. Até mesmo cigarros gratuitos. E fósforos também, é claro. Rapidamente avaliei os artigos.

— Boa noite — a mulher disse, sorrindo, à espera de uma bela gorjeta.

— Boa noite — respondi. E então tive uma ideia. — Olha só para tudo isto aqui. Sabia que muitos destes produtos são inflamáveis!

A mulher fechou um pouco o sorriso, sem saber o que responder. Sorri e esfreguei as mãos uma contra a outra. Eu era dessas que sabem fazer de um limão uma limonada. Lolo que se prepare.

POV Lauren

Meus olhos estavam pregados na porta daquele toalete, nem piscar eu piscava, porque aquela latina era rápida e provavelmente evaporaria se eu o fizesse. Eu tinha ela em minhas mãos, não ia perder a oportunidade.

Eu conhecia aquele lugar pelo avesso. No início do casamento nós duas passávamos mais tempo naquele banheiro que no restaurante. Mas isso agora não vem ao caso.

Então sabia que ali não havia janelas. E sabia que Camila era esperta o bastante para não tentar fugir pela porta dos fundos — ninguém ousaria atravessar a cozinha daquele chef a não ser que tivesse ins­tintos suicidas. Fiquei na mesa segurando minha arma no colo.

"Nenhuma saída, querida, cedo ou tarde você vai ter que voltar pra mim."

Esperei, olhei para a tela do celular checando as horas, continuei a esperar. Ela estava de­morando demais, manobrei a arma de volta ao coldre da coxa e fui até o banheiro. Eu fui com cautela, Camila era perigosa, ela derrubou um elevador só pra poder acabar comigo. Não duvido nada que ela exploda o restaurante. Um lado meu queria acreditar que ela estava abalada e que estaria sofrendo tanto quanto eu com aquilo. O outro lado dizia que ela estava armando algo e que eu tinha que ficar esperta. Eu estava prestes a conferir o que se passava com ela quando a camareira do banheiro das mulheres passou por mim como um morcego saído do inferno, como se tivesse visto o diabo com os próprios olhos. Ou talvez a diaba.

Sra. e Sra. Jauregui - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora