À partir daquele dia, Luiza passou a visitar Cadu todos os dias, levava alguma comida especial, sobremesas, sempre tentando trazer o melhor para ele.
Conseguiu transferi-lo para um hospital particular, contra sua vontade, mas conseguiu. Cadu acabou precisando ficar mais dias internado, pela pancada na cabeça surgiu um coágulo superficial que precisou ser drenado e era Luiza quem cuidava dele.
Eles começaram a passear pelo hospital, já que Cadu começara a criar um quadro depressivo pelas percas.
-Luiza, vamos voltar para o quarto? -eles estavam tomando sol no jardim do hospital, o dia estava lindo, e mesmo sendo um ambiente hospitalar, as rosas plantadas estavam exalando um cheiro muito bom.
-Mas já? -Luiza não entendeu a pressa, não havia se passado nem dez minutos desde que saíram do quarto.
-Sim Luiza, as pessoas estão me olhando torto. Elas devem pensar "coitado", "pobre inválido", essas coisas... Eu fico melhor no quarto.
- Cadu, que é isso? - Luiza olha para os lados - Ninguém ta reparando em você não.
-Luiza, eu não sou cego. Sou um aleijado, mas não cego! - sempre que Cadu falava com relação a mesmo, era carregado de dor e ódio.
-Para com isso tá! Ninguém ta reparando em você, por quê não há nada a que reparar. A não ser o lindo homem que você é...
- Olhe, aquela senhora -apontou para uma idosa sorridente - Ela não para de olhar pra cá.
-Cadu, deixe a mulher. Ela não está olhando para você não. Você é paraplégico, mas não é o centro do universo não! Eu em!
-Vamos! -Cadu impôs já se esforçando para empurrar a cadeira com uma careta de dor.
-Seu maluco, você tem três costelas quebradas, ainda não pode empurrar esta cadeira... Eu te levo então, já que não quer ficar aqui - ela diz revirando os olhos e guiando a cadeira.
- Precisamos de uma cadeira motorizada... - Luiza o guiava na longa rampa para a entrada do hospital -Você tá muito gordo!
- Então quer dizer que ainda me acha lindo? - Cadu a surpreendera com esta pergunta.
- Quê? -Luiza tenta disfarçar, faz como se não soubesse do que ele estava falando, sendo que no mesmo instante que disse que ele era um homem lindo ela havia se sensurado.
- Lá fora. Você disse.
-Perdão, não me recordo. -droga, Luiza pensava.
-'A não ser o lindo homem que você é...', foram exatamente esta as palavras que você, senhorita, usou.
- Fique quieto. Vou pedir outra tomografia, acho que a pancada na cabeça foi mais grave do que eu imaginei -Luiza ri.
Depois desses dias em que Luiza cuidava de Carlos Eduardo, o clima entre eles ficou bastante descontraído. Luiza se sentia cada dia mais apaixonada e dependente de Cadu, mas não dava o braço a torcer de forma alguma. Ela sentia que ele já fazia parte do seu cotidiano, mesmo sendo poucas horas que ela podia ficar com ele, pois sua princesa Laura não podia ficar muito tempo com outra pessoa.
Luiza jurou que seria uma ótima mãe, e cumpriria essa promessa. Custe o que custar. Passou na casa da babá que sempre cuidou de sua filha.
-Oi amor! Que saudades que a mamãe estava de você, minha princesa! -Luiza diz dando um abraço caloroso em Laura. Geralmente, passava no máximo três horas diárias no hospital com Cadu, mas essas horas a matavam de saudades de sua filha.
-Também xenti saudades de você mamãe! Mamãe vem aqui, ver o que eu fiz! - diz Laura puxando Luiza pela mão. -Mamãe, ficou tão munito!
Luiza olha para Sílvia, a babá, e pede licença por andar em sua casa.
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Para Sempre, Amor (revisando)
Romantik"Quando a vida se multiplica..." A vida é uma tragetória cheia de altos e baixos, cheia de curvas as quais não se vê o que vem em nossa direção. E é exatamente isso que acontece com Luiza, uma jovem médica, com uma filha de apenas quatro anos de ida...