Capítulo 19

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Na segunda-feira eles pegaram a estrada de madrugada. Luiza se sentia revigorada, há tempos não visitava um sítio, e isso a fez sentir saudade da casa dos seus pais.

Sentiu que precisava vê-los, que precisava apresentar Felipe a eles, já que eles iriam dar início a uma nova etapa em suas vidas.

Não estavam se casando nem nada do tipo, disso eles tinham plena ciência, mas a partir do momento em que morassem na mesma casa, seria sinal de que o relacionamento dos dois subiria de nível, ficaria mais sério.

Luiza olha para o lado, e vê Felipe concentrado.

Por um segundo não teve certeza se era isso mesmo que ela queria. Sentiu-se confusa.

- Está tudo bem? -Felipe pergunta sem olha-la.

- Sim. Por que não estaria? -ela tenta disfarçar o nervosismo. Olha para suas mãos e fica estalando os dedos.

- Por que faz uns minutos que você está me encarando e ao mesmo tempo olhando para o nada, e agora, está estalando os dedos, talvez? - ele continuava sem olhar para Luiza.

-Não é nada...

- Certeza? - ele a olha profundamente nos olhos, e Luiza sente que ele poderia enxergar sua alma - Tem certeza que não tem nada a ver com o fato de eu querer que você se mude para minha casa?

- Sim... -ela engole em seco, e olha para os pés.

- Eu acho que tem... Amor, pode me falar o que quiser, inclusive se não quiser ir morar lá em casa. Eu jamais te obrigaria a algo.

- Eu sei...

- Então o que está acontecendo?

- Não sei, eu só... eu só me sinto mal por ir morar na tua casa. Eu tô tão acostumada a morar sozinha com Sophie que não sei como seria a presença de um homem com a gente. -Luiza suspira - Ela é uma criança e não sei se vai entender.

- Meu amor, você sabe que é para o bem de vocês duas. Sabe que Sophie é uma criança muito inteligente e vai compreender isso. Eu acho que não é só isso. Vamos, pode dizer.

-Já disse, não há mais nada. -Luiza sabe que existia mais sim, ela não se achava preparada para um relacionamento desse nível, ela sentia que não era capaz de viver com ele e para ele. Ter sua liberdade tomada. Sua cabeça estava uma confusão.

- Olha, eu sei que existe mais alguma coisa... eu consigo ver em seus olhos. -e como se lesse seus pensamentos, Felipe diz - Você acha que eu vou tomar sua liberdade? Jamais, Luiza. Eu já te falei, não vamos nos casar. Eu só quero que você tenha amparo, se por acaso Cadu tentar algo contra você, não quero que esteja só. E é só isso. -ele da uma nova olhada para Luiza, e faz carinho em sua face -Eu te amo, Luiza, mais que tudo nesse mundo, e fico louco para ter você para mim... eu... - respira profundamente, como se estivesse irritado -Luiza, não vejo a hora de poder chamar você de minha mulher, minha esposa. De poder te tocar sem medo algum, de poder dormir e acordar ao seu lado todos os dias até o fim de nossas vidas... ah Luiza, você não imagina! Você não imagina a falta que você me faz, não imagina o quanto é difícil ter que te ver indo embora, ou te levar até a sua casa, não imagina! - olha para trás para se certificar de que Sophie já dormia -Com você, não é apenas sexo, é amor. Até quando é mais selvagem, é amor! Cara... eu amo você Luiza. Amo muito! Mas vou respeitar o seu tempo. Quando eu sentir que você está preparada, a gente casa. Mas agora, eu só quero te proteger. Só isso.

Luiza ficou sem ar com tudo o que Felipe lhe falara, faltou o ar em seus pulmões. Ela sentiu, que diferente de Cadu que era insegurança, Felipe era firmeza, era a rocha que ela queria se firmar.

Sentiu vontade de beijá-lo, e se não fosse Sophie ali, fariam mais que isso. Sentiu uma emoção muito grande, sentiu uma grande necessidade de colar seu corpo no dele, de demonstrar o quanto queria isso. Demonstrar que também o amava, e que desejava também tudo isso, mas não agora.

-Se Sophie não estivesse nesse banco de trás, eu já estaria aí com você. E te garanto que não ficaríamos somente nos beijos.

Felipe voltou a olhá-la, mas dessa vez com os olhos brilhando de desejo.

- Em casa a gente resolve isso. -e piscou.

***
Chegaram em casa e já era tarde, e como estavam muito cansadas, passaram o resto da noite na casa de Felipe, que estava muito ansioso para tê-las morando com ele.

As 6h da manhã, Felipe pegava um novo plantão, seus plantões eram três dias da semana e ele ficava exausto, enquanto os de Luiza eram dois, na quarta e na sexta.

Luiza ficou com Sophie naquela casa, e começou a andar para todo lado, observando o lugar. A casa era linda. Não era como um palácio, óbvio, mas era confortável, aconchegante e ela já se sentia em casa.

Havia muito tempo que Luiza não fazia planos para seu futuro, apenas para o futuro de Sophie. Queria trabalhar e trabalhar para garantir que Sophie tivesse um bom estudo, e fosse sempre bem cuidada. Até por isso optou por babá ao invés de creche. Mas hoje, ela começou a planejar um futuro, a partir de hoje ia ser mais feliz e aproveitar melhor as oportunidades que a vida dá.

Sophie ainda dormia, e ela foi dar aquela olhada de mãe na pequena.

Vou aqueles olhinhos fechados, uma pele tão linda e limpa. Seus cabelos estavam jogados para trás no travesseiro de forma que se ela não soubesse que Sophie tinha dormido, nem imaginaria, pois estavam completamente organizados. Olhou para a barriguinha que subia e descia de acordo com a respiração, as bochechas levemente coradas e a boca rosada. Como ela amava esse serzinho! Pensou em como seria capaz de morrer e de matar por uma criança tão pequena. Deu um beijo na testa da pequena, que apenas se mexeu e continuou dormindo.

Desceu as escadas devagar, a empregada de Felipe ainda não havia chegado, então foi para o sofá e ligou a TV em um filme que ela gostava.

A campainha toca e ela estranha, pois sabe que a empregada tem as chaves, além do mais está muito cedo. Mesmo assim se levanta e vai atender a porta.

Abre a porta devagar, e sente como se o mundo parasse por longos minutos. Seu cérebro entra em paine e não sabe o que fazer nem o que dizer.

Só consegue ficar olhando assustada.
Nem consegue acreditar.

Sente vontade de sair correndo, de bater a porta, mas aquele olhar a tinha hipnotizado, e sugado todas as forças de seus membros.

Com muito custo conseguiu sussurrar apenas uma palavra, ou melhor, um nome.

-Cadu...

*-*
Gente, o que é isso?
Bom, espero que tenham gostado desse capítulo, vai começar novamente a ação hahaha
Até que enfim!
Não se esqueçam dos votos e comentários ☆
Beijos!

Para Sempre, Amor (revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora