Finalmente, os capangas de Débrah dormiram, e Cadu, que não arredou o pé de perto de Luiza, com muito custo e cuidado para não fazer barulho, conseguiu pegar a pequena lâmina. Débrah facilitou para ele, amarrou suas mãos para frente fazendo com que ele se locomovesse com um pouco mais de precisão, e isso foi o suficiente para que ele conseguisse soltar Luiza.
Com suas mãos livres, ela conseguiu desamarrar seus tornozelos, e desamarrar as mãos de Cadu.
- Vem, vamos enquanto eles não acordam. -disse Luiza tentando puxar Cadu pelas mãos, eufórica pela fuga.
- Luiza... - Cadu segura em seu braço e olha com muita tristeza para os olhos de Luiza, estava se despedindo - Onde acha que eu vou, com essas pernas ainda sem muitos movimentos?
Luiza deu dois passos para trás. Sua boca formou um pequeno "o". Sentiu sua garganta queimar e sua boca ficou muito seca.
- Eu não vou te deixar...
- Eu não vou deixar que você perca sua fuga, tentando levar consigo um aleijado. Não vou deixar que se mate. Não quero minha filha sem mãe... pai ela nunca teve. Não sentirá minha falta. - Cadu olha para o chão enquanto diz isso - Agora vá. Vá, e faça valer a pena o risco que eu estou correndo.
- Eu não vou a lugar algum sem você! Não, Cadu... quero que minha filha tenha um pai. Mesmo que não presente, mas que tenha um pai.
- Ela terá o seu namorado. Vá, Luiza. Não prolongue esse momento... eu ainda amo você e...
Nesse momento, eles ouvem o barulho de tiros. Dois disparos e eles se apavoram.
Luiza pensou que esse seria o fim. Pensou que ela e Cadu morreriam.
Foi logo imaginando Sophie crescendo em um orfanato, como seria sua vida dali pra frente, se sentiria sua falta, se se daria bem com seus coleguinhas. Se seria adotada.
Luiza lembrou-se de Deus, e pediu a ele que de alguma forma a ajudasse a sair daquele lugar, que a ajudasse encontrar sua filha e sair daquele pesadelo.
Não, Luiza não queria morrer. Ela queria criar Sophie e dar um bom futuro a ela.
- LUIZA?! - ela ouve a voz de Felipe e seu peito se enche de alívio, mas quando se lembra dos disparos logo imagina ele ferido.
- Eu tô aqui... - ela gritou e logo viu o a silhueta forte de Felipe aparecer em meio aquela escuridão. Ele estava bem, e Luiza deu graças a Deus por isso.
- Vem, vamos comigo. A polícia já está vindo... - Felipe abraçou Luiza e deu um beijo no topo de sua cabeça, ainda não tinha notado a presença de Cadu - Deus, como eu fiquei preocupado! O que aconteceu com seu cabelo? Meu Deus você está bem? - e só então olhou ao redor, quando seus olhos se chocaram com os de seu inimigo, eles se encheram de mágoas e ódio - Você... Maldito! Eu vou te matar, eu juro que te mato, seu infeliz! - deixou Luiza de lado e foi na direção de Cadu.
- Felipe, as coisas não são bem assim... - Luiza tentava explicar mas ele se quer a olhava. Estava cego pela raiva.
Felipe pegou Cadu pelo colarinho e o prensou contra a parede.
Cadu ficou apreensivo, não sabia exatamente porquê Felipe estava o machucando. Ele sabia que havia feito muito mal à Luiza, mas agora havia a ajudado.
- Vocês precisam ir... - Cadu se preocupou com Débrah, se ela chegasse, eles estariam mortos.
- Ainda me diz para ir embora? -Felipe deferiu um golpe no estômago dele, que o fez encolher - Por sua causa, seu maldito, por sua causa Luiza está aqui. Olhe para o estado dela - Luiza se encontrava muito abatida, um de seus olhos estava inchado e roxo, sua boca sangrava e seu nariz também, seus cabelos estavam cortados e nos cantos da boca existiam grandes assaduras. Luiza precisava andar com o corpo emborcado, por conta de algumas costelas fraturadas, a cada passo um gemido de dor - Você a trouxe para cá, você não machucou apenas seus sentimentos, mas a machucou fisicamente, e por isso, você vai, na melhor das hipóteses, isto é, se eu não acabar com a tua raça agora, apodrecer na cadeia! - Felipe começou a socar o estômago dele sem dó nem piedade - Eu quero quebrar toda essa sua cara, seu miserável! -dessa vez começou a socar o rosto de Cadu, que em meio aos golpes ainda tentava explicar que Débrah poderia aparecer a qualquer instante, tentava em meio a dor desesperadamente pedir para que ele levasse Luiza embora, mas tudo era em vão.
Luiza tentava por tudo separar os dois, mas o que ela poderia fazer? Estava também muito ferida, não tinha forças para quase nada e se colocar no meio deles, seria quase suicídio.
- Felipe, para! Ele não tem culpa...
Por um instante Felipe parou, deixando o rosto de Cadu totalmente ensanguentado, e olhou com desapontamento para sua amada - Por que você o está defendendo? Ele que fez isso com você!
- Dessa vez, ele é tão vítima quanto eu... Felipe, vamos embora, ainda falta uma pessoa das que me sequestraram, e ela pode chegar a qualquer momento...
Luiza sentiu um mal pressentimento e em seguida algo embrulhou seu e estômago e quase a fez vomitar.
- Felipe, eu... - tentou dizer que não estava bem, pensou que fosse por conta dos fortes ferimentos, mas foi interrompida.
Um, dois, três, vários disparos ela ouviu, caiu, e viu Cadu cair ao chão, olhou imediatamente para ele, procurando as perfurações, mas nada havia além dos ferimentos que Felipe causara nele.
Olhou para Felipe e ele estava com uma expressão esquisita, com um olhar longe, encostado na parede, quando olhou em seu peito o que viu a assombrou, viu o tórax de Felipe completamente perfurado por balas.
Ainda em choque e com um zumbido enlouquecedor nos ouvidos, parecia não compreender exatamente o que acontecia a seu redor.
- Maudit!
Luiza ouviu a voz de Débrah falar como se estivesse longe, sentiu o mundo em sua volta parar e a única coisa que enxergava nitidamente era Felipe, caído a sua frente, pela sua boca saía sangue, tentou reparar se algum dos tiros perfurou algum órgão vital, mas seu cérebro estava muito sobrecarregado e não conseguia raciocinar bem, segurou em sua mão e ele instintivamente virou a cabeça para o lado dela, lágrimas muito doloridas caiam dos seus olhos, a sufocando, Felipe tentou falar mas não conseguia, Luiza tentou acama-lo e ele a olhou com certa serenidade, ela já havia visto aquele olhar várias vezes, quando haviam despedidas sem voltas no pronto socorro, quando pais iam com a certeza de que seus filhos estavam bem, quando o marido ou a esposa se ia em paz por ter cumprido o papel de amar e fazer o outro feliz... mas Luiza era egoísta, não queria que Felipe se fosse - Não vá... Fique comigo! Vamos realizar nossos sonhos juntos... - Luiza soluçava e a dor que ela sentia, era a mais dor que já sentiu em sua vida, aquele momento era o momento que ela vira várias vezes, mas que jamais imaginou que aconteceria com ela.
Felipe apertou forte a mão dela, com o último fôlego que ele tinha sussurrou um EU TE AMO, e então soltou a mão dela, soltou sua mão e se foi. Luiza sabia que ele tinha ido, conhecia aquele olhar perdido, sem foco algum, apagado.
- NÃO! FELIPE NÃO... -deitou a cabeça em seu peito, nenhum sinal de vida - VOLTA PRA MIM, FELIPE... EU NÃO QUERO QUE VOCÊ VÁ... - e aos poucos seus gritos foram se tornando sussurros dolorosos - Por favor... - mas não havia mais nada para ser feito, então várias lembranças vinham à sua cabeça, vários momentos felizes que eles passaram juntos invadiam sua cabeça como flashs.
Luiza foi perdendo as forças, olhou para o seu lado oposto, Cadu estava desacordado, olhou para a porta, ela estava escancarada e luzes piscavam lá fora. Só então percebeu o som das cirenes. Sua respiração ficava cada vez mais pesada, mais difícil de respirar, sentiu tudo à sua volta se escurecendo aos poucos, ela não queria mais lutar contra a escuridão, mas precisava, ela ainda tinha Sophie, a quem precisava encontrar.
- Está tudo bem? - a voz do policial que estava ao seu lado parecia muito distante e ela não conseguia respirar, apenas chorar, e o amor cada vez mais pesado - Encontramos sua filha. Ela está bem e precisa de você. Não se entregue... - com um alívio por saber que Sophie estava bem e a salvo, sentiu muito sono. O policial a pegou no colo e a escuridão chegou. Ela relutou, mas não conseguiu ir contra, então sentiu a frieza da escuridão a abraçar.
Deus, como foi difícil escrever esse capítulo. Muito forte mesmo, me doeu tanto...
Mas é assim que as coisas são, a gente nunca está preparado para perder alguém.
Não se esqueçam do voto e dos comentários. Eles são muito importantes para mim.
E não me matem.
Beijos no ♡
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Para Sempre, Amor (revisando)
Любовные романы"Quando a vida se multiplica..." A vida é uma tragetória cheia de altos e baixos, cheia de curvas as quais não se vê o que vem em nossa direção. E é exatamente isso que acontece com Luiza, uma jovem médica, com uma filha de apenas quatro anos de ida...