Luiza chega em frente à casa de Sílvia e escora o corpo em cima do volante, um sorriso bobo insiste em ficar nos seus lábios. Não que não estivesse sofrendo por Carlos Eduardo, mas se sentia diferente. Leve. Quase usa a palavra felicidade para descrever o que sente.
Era estranha a sensação de ter saído com outro cara, mas era boa. O que a intrigava era a coincidência de ser um antigo colega, o fato de conhecê-lo a tanto tempo e mesmo assim e ser um estranho.
Seu telefone toca dentro da bolsa, era uma mensagem:
"Foi bom te rever. Espero que aconteçam mais encontros como esses. Mais tarde te ligo. Beijos, Felipe Alcântara."Seu sorriso aumentou.
"Digo o mesmo. Com certeza vão acontecer mais! Vou aguardar a ligação. Beijos!" -ela responde, e por mais um tempo fica pensando em como Cadu fora covarde com ela. Ele deveria ter aberto o jogo, mas preferiu a enganar, mais uma vez, a magoar profundamente.
"Vou esquecer aquele canalha. Eu preciso esquecer! Não pensou em mim, nem mesmo em Sophie, certamente gosta de me fazer passar por papel de trouxa!" -pensou.
Luiza entra na casa de Sílvia sem aviso prévio, já que tinha uma cópia da chave.
-Oi meu amor! Que saudade que eu estava de você, minha pequena! -Luiza pega Sophie, que estava assistindo TV, a abraça e enche de beijos.
-Nossa, uma hora dessas você me mata de susto, entrando assim... -Sílvia diz aparecendo com o rosto pálido e a mão no tórax, do lado esquerdo.
-Ninguém mandou passar a cópia da chave para uma estranha. Já pensou se eu fosse uma serial killer? - Luiza diz rindo. Rindo alto demais para um assunto tão banal, e Silvia a encara desconfiada, como se tentasse enxergar o que estava por trás daquela alegria repentina. - O que foi? Por que tá me olhando assim?
-Você tá bem diferente de ontem, né?
-Diferente? Não faço ideia do que você está falando... - Luiza desconversa.
-Você está muito alegrinha, para quem estava arrazada ontem, dona. Pode vir no meu quarto me contar tudo! - Sílvia diz virando as costas e já indo para seu quarto. Como conhecia a amiga, percebeu que ela estava mudada.
Subiram as duas, deixando Laura e uma amiguinha tomando sorvete na cozinha. Hoje era dia de Sílvia cuidar de outra menina na mesma faixa etária que Laura, Rebecca. E as duas se amavam.
Luiza contou tudo, com precisão de detalhes e Sílvia ficou de boca aberta com a historia maluca de Débrah e mais espantada ainda por saber que desde que engravidou de Sophie ela nunca mais tinha saído com nenhum homem, e que Cadu havia sido seu primeiro e único.
-Luiza, você é muito careta! Meu Deus, com quase trinta anos e agora que teve seu segundo homem!
-Venho de uma familia conservadora... Queria me casar virgem e tudo mais, mas não deu, fazer o quê. E também não acho que seja um bom exemplo para uma criança vendo a mãe trocando de namorado o tempo inteiro! - Luiza se justifica.
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Para Sempre, Amor (revisando)
Roman d'amour"Quando a vida se multiplica..." A vida é uma tragetória cheia de altos e baixos, cheia de curvas as quais não se vê o que vem em nossa direção. E é exatamente isso que acontece com Luiza, uma jovem médica, com uma filha de apenas quatro anos de ida...