All the small things | Max Meyer

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Maria May era uma mulher prática. Com ela não tinha essa história de mais ou menos. Ou era ou não era. E esse sempre havia sido sua convicção de relacionamento. O cara para namorar com ela tinha que saber lidar com essa sua praticidade.

Se ele quisesse alguém para ficar de mimimi, Mari não era a pessoa certa. Mas se ele quisesse alguém para tocar a vida e fazer diversos planos mirabolantes, ela seria a primeira a se apresentar.

E havia sido assim durante todo o seu relacionamento com Max Meyer. Todos os altos e baixos dele.

A história de como os dois se conheceram não era da mais extraordinária, muito pelo contrário. Era uma coisa clichê e normal. Exatamente o que ela precisava para ter certeza que Meyer era mais do que um rostinho bonito no time adversário. Maldito time adversário.

Era uma sexta feira de Data FIFA. Max não havia sido convocado para a seleção alemã graças a um jogo importante no fim de semana seguinte. O tal do reviderby. Borussia Dortmund vs Schalke 04.

Maria estava de folga da faculdade. E como apaixonada por futebol que era, vestiu a sua camisa da seleção e foi para o bar ao lado do seu apartamento.

Era uma terça-feira, e apesar de ter jogo, o local estava praticamente vazio.

A garota sentou no bar e pediu sua cerveja. A tradicional cerveja alemã. Seus olhos estavam atentos à TV e nem se deu conta do garoto de 1,73 ao fundo do bar.

Normalmente ele teria assistido o jogo de casa, porém justo naquele fim de semana seus pais resolveram lhe fazer uma visita. Ele amava os pais, mas assistir jogo da seleção alemã era muito mais do que diversão. Era ali que ele iria observar as jogadas, estudar os mais experientes e entender o que precisaria fazer para ser convocado na próxima Data FIFA.

O jogo começou e haviam apenas os dois e o barman, este completamente alheio ao que acontecia na televisão.

Era um jogo Alemanha x Itália, um dos clássicos das seleções. Os dois estavam tensos com o placar. O infinito 0 a 0. Até que em uma investida pela esquerda, Jonas Hector mandou a bola para Joshua Kimmich que não pensou duas vezes a não ser finalizar.

A bola entrou no gol de Buffon. Maria May começou a gritar. Max Mayer comemorou. Um notou a presença do outro.

Maria era torcedora fanática do Borussia Dortmund. Era daquelas que arrumava briga com qualquer um que falasse mal do time. Mas Max Meyer sempre teve algo especial. Maldita camisa azul.

- Oi. - Ela falou tímida, afinal, estavam apenas os dois e com um mesmo objetivo: assistir ao jogo. E se tinha uma coisa que Mari sabia era ser educada.

- Olá. Quer dividir a mesa? - Meyer a surpreendeu.

Ele não a conhecia, mas a garota de olhos azuis havia chamado sua atenção. Qual o problema seria dividir uma mesa e assistir ao jogo lado a lado?

Mari sentou ao lado do garoto, e começaram a discutir sobre o jogo que passava na TV.

Max ficou impressionado com os conhecimentos futebolísticos dela. Ela entendia além das regras, e falava sobre os jogadores como se os conhecesse há anos. E talvez de fato tivesse acompanhado boa parte deles sua vida inteira.

A Alemanha havia vencido a Itália por 3 a 2, mas nenhum dos dois queriam ir embora.

Aos poucos as pessoas que saiam do trabalho foram chegando e lotando o ambiente. Max e Mari conversaram sobre tudo, e ele se encantou com o tanto que a garota era inteligente.

Ao final da noite, ele a levou até o prédio em que morava, a dois blocos do bar.

- Está entregue senhorita.

Ele sorriu e foi ali que ela soube que aquele não seria apenas um encontro casual.

Mas mais uma vez, Maria May era prática. E ela não costumava perder tempo quando se tratava de relacionamentos.

Era nítido o interesse que um tinha no outro, apesar dele ter ficando incomodado quando ela revelou para qual time torcia.

Trocaram telefones e dali para frente foi consequência.

Um ano depois e eles estavam juntos. Ela sempre brincava com ele quando o 04 perdia, mas no segundo seguinte fazia questão de o fazer esquecer porque estava triste. Enquanto ele não perdia a chance de comentar sobre a rivalidade com o time da menina.

Mas apesar da rivalidade em campo, eles sabiam fazer aquilo funcionar.

Max sabia que o aniversário de Maria estava chegando. Uma grande festa surpresa estava fora de questão. Para que mostrar ao mundo seu amor quando poderiam simplesmente ficarem juntos assistindo Netflix.

Mas é claro que nem por isso não podia ser uma noite especial.

O dia finalmente havia chegado e ele sabia que ela chegaria tarde da faculdade. Mari estava em semana de provas e seu cansaço era enorme. Outro motivo para evitar festas.

Porém, Meyer tinha a regra que aniversários eram sagrados. Deveriam ser comemorados mesmo em meio a correria do dia a dia.

Naquele dia, ele saiu mais cedo do treino. Havia conseguido uma chave extra do apartamento dela com o zelador do prédio.

Encomendou o bolo de chocolate que era seu favorito.

Chegou no apartamento e colocou o bolo em cima da mesa da cozinha. Arrumou a faixa de "Feliz Aniversário" e a vela com o número 20 cor de rosa.

Ao fundo ligou a música que ela costumava falar que era deles: Little Things do One Direction. Ele odiava a boy band mas precisava admitir que aquela música de fato tinha algo de especial.

Maria abriu a porta do apartamento carregando diversos livros e uma mochila pesada com o notebook. Nem se quer deu importância para seu aniversário, tudo que ela queria era um banho e cama.

Se assustou ao perceber a luz acesa. Tinha certeza que havia desligado tudo antes de sair.

Entrou no apartamento desconfiada, até que escutou aquela música.

Max estava parado na cozinha, segurando uma pequena caixinha vermelha.

Maria jogou todos os livros no chão e correu até o namorado, chorando por finalmente poder colocar para fora os estresses das últimas semanas.

-Você é louco.

-Não poderia deixar seu aniversário passar em branco.

Ele segurou seu rosto secando algumas lágrimas que teimavam em escorrer pela sua bochecha.

Max aproximou seus lábios e Maria finalmente começou a acalmar. Finalmente sentiu que poderia ter um tempinho e comemorar seu aniversário ao lado do seu namorado.

-Eu te amo seu idiota.

Ele riu e acariciou seus cabelos.

-Para você.

Ela olhou para a caixinha assustada. Abriu com receio do que poderia estar ali dentro.

Se destacando no veludo vermelho, havia um cordão de ouro com um M delicado como pingente. A letra deles. A primeira das milhares de conexões que um tinha com o outro.

Ela abriu um sorriso que para Max poderia substituir toda a iluminação do apartamento. Mari virou de costas para que o namorado pudesse prender o cordão em seu pescoço.

-Obrigada!

- Você merece isso e muito mais.

O resto da noite eles passaram juntos abraçados no sofá. O frio de Novembro era o suficiente para que pudessem ficar juntos embaixo de milhares de edredons.

Aos poucos o bolo de chocolate foi sendo consumido, e Maria sabia que aquele era um dos melhores aniversários que ela teria, apesar de toda a correria na faculdade.

Maria May e Max Meyer e a bola de amor e proteção que eles haviam construído.

☆ ☆☆

Esse conto eu escrevi para o aniversario de uma amiga ano passado. Hoje, organizando meu drive, resolvi que queria postar ele aqui.

Espero que vocês gostem desse clichêzinho fofo a cara do menino Max haha

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