Unnamed

Ela era assim | Gabriel Medina

Ela era assim. Completamente perfeita do jeitinho que era. A pinta em cima do lábio, o nariz fino, os olhos castanhos. Ela tinha um sorriso perfeito. Seu cabelo castanho sempre solto me fazia pensar em mil loucuras.

Ela andava de um lado para o outro, a calça jeans escondia as pernas torneadas que eu conhecia tão bem. Aquele corpo que não era de menina. Aquele corpo que não combinava com a inocência do seu olhar.

Ela era o sonho que eu sempre tive. A mulher que eu quis pra mim desde o dia que a conheci.

E nem se quer me lembro quando.

Nos conhecemos na rua da minha casa. Ela havia acabado de se mudar com a familia. De menina, a vi se tornar mulher.

Eu dizia que estava muito feliz sozinho. Dizia que não precisava de ninguém. Pulava de cama em cama sem pensar duas vezes.

Ela me mostrava que as coisas não eram assim. Sempre falava que eu era um idiota por não acreditar no amor.

Mas toda vez que eu soltava qualquer cantada barata, ela logo me vinha com um "não".
Mal ela sabia que por trás de cada brincadeira tinha um tom de verdade. Cada vez que eu dizia que ela era perfeita demais, que ela se cobrava demais, ela achava que era porque queria dar em cima dela. Mas não era.

Ela simplesmente gostava de ficar sozinha. Enquanto eu sempre queria estar acompanhado.

Mas nenhuma mulher parecia ser o suficiente. Era ela que eu queria. A cada beijo que eu dava, era o dela que eu sentia falta. A cada rosto em minhas mãos, era o dela que eu pensava.

Tarde da noite, ao fechar os olhos, seus olhos verdes me vinham à mente.

O tempo passava e ela simplesmente não ia embora. Ao mesmo tempo que ela também não ficava.

Ela sempre parecia tão certa de si mesma. Tão auto confiante. Sem nunca sair do seu salto 15.

Ela era minha melhor amiga. Ela era meu porto seguro.

Mas ela também não sabia disfarçar. Eu sabia quando as coisas não estavam bem. Sabia que tinha algo de errado.

Aos poucos, toda aquela autoconfiança foi indo embora. A sua luz foi se apagando. E a luz que me guiava já não existiam mais.

Rafaela era essa mulher. A que me tirava do sério e ao mesmo tempo me trazia a calmaria.

Ela era a maré que me guiava para longe e a onda que me derrubava. E, vê-la ali com aquele semblante tão triste, era como se a lua tivesse se apagado.

A praia estava vazia. A iluminação era escassa. Mas seu semblante ainda era visível. Eu a reconheceria de qualquer forma e em qualquer lugar.

Mas aquela Rafaela não era a minha Rafaela. Era apenas fragmentos de uma mulher que havia sido machucada.

Me aproximei fazendo o mínimo de barulho possível. Meus pés se afundavam na areia fofa.

Me odiava saber que ela não me deixava mais entrar na sua vida como antes.

Sentei ao seu lado como se não estivesse entendo nada. Rafaela permaneceu olhando para o mar. O único barulho que se escutava era o das ondas. Aquele som que tanto me acalmava.

- Eu sou idiota.

- E quem foi o retardado que disse isso?

- Eu mesma. Gabriel, porque eu fui acreditar nele?

Gostaria de saber quem era o ele. Ninguém deixava a minha menina assim.

- Porque você sempre vê o melhor nas pessoas.

- Eu me sinto fraca por isso.

- Isto não te faz fraca. Isso te faz humana.

Ela apoiou a cabeça no meu ombro. Eu queria poder dizer a ela o que sentia. Queria falar que sem ela, eu era apenas um vazio.

- Os homens podiam ser mais como você.

Mal ela sabia. Mal ela sabia que talvez eu fosse exatamente como o babaca que havia quebrado o seu coração. Pulando de cama em cama até que ela finalmente percebesse que eu estava ali.

Rafaela era meu forte. A luz que guiava todos os meus planos perdido no meio da maré. Mas como um forte, eu jamais chegava perto o suficiente.

- Será que algum dia eu vou encontrar alguém?

- Você não precisa de ninguém para ser feliz Rafa. Você só precisa de você mesma.

E eu preciso de você. Mas não tive coragem de completar. Eu não poderia completar.

Rafaela era minha melhor amiga. Eu gostava de ficar com ela e me odiaria se fizesse qualquer coisa para estragar isso.

- Eu te amo Gabriel.

- Também te amo Rafa.

Mal ela sabia que aquelas palavras iam além de um sentimento platônico.

Mal ela sabia que, algum dia, eu teria que dizer adeus.

Mal ela sabia que algum dia precisaríamos deixar de ser crianças.

E este dia chegaria. Quando nós menos esperássemos, este dia chegaria.

Porque a vida cobra. E, por mais que este sentimento fosse o mais puro, um dia a infância acaba. E você tem que crescer.

- Eu te amo Rafaela. E você não faz ideia de tudo que eu faria por você.

Tudo que eu podia fazer era esperar que um dia ela notasse: ela era o meu amor. 

...

Estava começando a faltar um brasileiro nessa lista aqui né? Então vamos começar com um dos meus crushs eternos. Gabriel Medina eu te amo. Desde antes de você ganhar um titulo mundial e ficar famoso. < 3

ps.: Se por uma caso algum dia você ler isso saiba que me ajudou numa noite um pouco complicada. Beijos!