Unnamed

My Way | Sebastian Rode

           

Quando Sebastian Rode recebeu a proposta para jogar no Borussia Dortmund, ele não imaginou que a vida dele fosse virar de cabeça para baixo.

É claro que ele almejava jogar. E sabia que em Dortmund ele teria espaço para desenvolver seu futebol.

Ele também queria uma mudança de ares. Conhecer pessoas novas, fazer novas amizades.

Sebastian Rode sempre foi um homem tranquilo. Preferia a companhia da Netflix do que as badaladas festas frequentadas por seus colegas de profissão.

Tudo que ele quis para sua vida era tranquilidade e pensou que a encontraria em uma cidade como Dortmund.

E de fato tudo ia bem. No primeiro mês ele já se sentia em casa. Os treinos eram produtivos e ele começava jogar de uma forma que nunca tinha feito antes. Um rendimento tão bom que fora colocado como titular em um jogo da Bundesliga.

Era sua chance de provar a Thomas Tuchel que podia confiar nele, que ele estava ali para jogar pelo time.

No segundo tempo o Borussia ganhava de 2 a 1. Faltavam quinze minutos para acabar o jogo. Um zagueiro adversário o fechou, ele se desequilibrou e pisou no próprio pé.

Torção grau um no pé direito.

Não era grave. Em pouco tempo ele estaria de volta. Porém precisaria da famosa fisioterapia.

Como não era nada complicado, Sebastian faria seu tratamento no departamento médico do Borussia Dortmund. Já estava familiarizado com o ambiente e já conhecia a equipe.

Mas ele não contava com Margot Fellman.

Margot sempre foi profissional. Desde que começara a trabalhar no Borussia Dortmund, três anos antes, ela havia colocado uma política para si mesma de não namorar colegas de trabalho. E isso envolvia qualquer homem ligado ao time.

Ela já havia escutado todo quanto é tipo de comentário. Não era fácil ser uma mulher em um lugar predominantemente masculino, principalmente quando ela era a única mulher na equipe técnica.

Mas desde criança ela sonhara em ser fisioterapeuta na área esportiva, e quando a oportunidade surgiu, ela apenas foi atrás do que sempre almejara.

Margot sabia que não seria fácil. Não era fácil. Evitava ao máximo aparecer em fotografias e manchetes de jornais, mas sempre que alguma foto era publicada, lá estavam os mesmos comentários machistas de sempre.

Margot Fellman era uma mulher bonita, e ela sabia disso. Seus 1,75 de altura impressionava boa parte dos representantes do sexo masculino. E, exatamente por isso, que ela sempre tomara o cuidado de manter-se neutra.

Evitava festas do clube ou qualquer outro lugar social envolvendo os jogadores, afinal, boa parte deles tinha a mesma idade que ela, frequentavam os mesmos lugares. Se ela quisesse, seria fácil se envolver com algum deles.

Mas ela também observava as namoradas e esposas deles. Mulheres que viviam em salto alto e roupas de grife. Margot ainda preferia o seu tênis puma que usava até rasgar.

É claro que, apesar do estereótipo, ela sabia que as wags eram bem mais do que rostinhos bonitos. Ela conhecera Babi Vasconcelos e Louise Aigner, e todas as duas eram mulheres decididas que viviam para ir além das roupas assinadas pelos mais diversos estilistas.

E até aquele dia ela havia conseguido leva a sua política anti-relacionamentos em frente. A Sempre profissional Margot Fellman.

Era um domingo de manhã, e é claro que ela sabia do acontecimento do jogo do dia anterior. Sebastian Rode havia torcido o tornozelo.